Cardeal Scherer ordena 13 diáconos para a Igreja em São Paulo

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

O Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, presidiu ordenação diaconal de um grupo de seminaristas, religiosos e candidatos ao diaconato permanente, no sábado, 11, na Catedral da Sé.

Receberam o primeiro grau do sacramento da Ordem os seminaristas Alan Santos, 33, Cleyton Pontes Silva, 26, Lucas Antonio Martinez, 26 e Nilo Massaaki Shinen, 43, do Seminário de Teologia Bom Pastor, e Elias Honório de Castro, 26,  do Seminário Missionário Arquidiocesano Internacional Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, ligado ao Caminho Neocatecumenal. Também foram ordenados quatro religiosos da Ordem de Santo Agostinho – Frei Fábio Brandão Silva, 41, Frei Jean Alves de Lima, 41, Frei Pedro Félix R. de Matos, 25 e Frei Ronã Pinheiro Aguiar Filho, 34.

Além desses, quatro candidatos casados receberam o diaconato permanente. São eles: Nilson de Oliveira Amancio, 61, Orlando Luciano da Silva, 53, Pedro Ernesto dos Santos Júnior, 51, e Sidnei Roberto Piotto, 56.

Diaconato

O diaconato é o primeiro grau do sacramento da Ordem – seguido do presbiterato (padres) e do episcopado (bispos). A palavra grega diakonia significa serviço.

O serviço dos diáconos é documentado desde os tempos apostólicos, como relata o Livro dos Atos dos Apóstolos (6, 1-6) sobre instituição dos “sete” homens encarregados do serviço à Palavra, às mesas e aos necessitados.

A instituição diaconal foi florescente na Igreja do Ocidente até ao século V. Depois, por várias razões, acabou por permanecer como etapa intermediária para os candidatos à ordenação sacerdotal. O Concílio de Trento, no século XVI, chegou a dispor que o diaconato permanente fosse retomado como nos primórdios, mas não chegou a se concretizar.

Foi o Concílio Vaticano II (1963-1965) que estabeleceu que o diaconato pudesse ser restaurado como grau próprio e permanente da hierarquia e conferido a homens de idade madura, também casados. Em 1967, o Papa Paulo VI estabeleceu as regras gerais para a restauração do diaconato permanente por meio da carta apostólica Sacrum diaconatus ordinem, podendo ser conferido a homens casados, mediante a anuência de suas esposas.

Serviço

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

“Entre outros serviços, pertence aos diáconos assistir o bispo e os sacerdotes na celebração dos divinos mistérios, sobretudo da Eucaristia, distribuí-la, assistir ao Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir aos funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade”, indica o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 1570.

Ao contrário dos padres e bispos, os Diáconos não presidem a Eucaristia (missa), a Reconciliação (confissão) e a Unção dos Enfermos, mas podem ministrar o sacramento do Batismo, abençoar matrimônios. Além disso, colaboram na formação catequética dos fiéis, acompanhamento das famílias na organização dos serviços caritativos da comunidade.

Ministros da caridade

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que, ao receber o sacramento da Ordem no grau do diaconato, o candidato, “fortalecido com o dom do Espírito Santo, deverá ajudar o bispo e seu presbitério no serviço da Palavra, do altar e da caridade, mostrando-se servo de todos”.

“Como ministro do altar, irá proclamar o Evangelho, preparar o sacrifício e repartir entre os fiéis o Corpo e o Sangue do Senhor”, destacou o Cardeal, acrescentando que o Diácono também tem a missão de ensinar a doutrina aos fiéis, administrar o Batismo, testemunhar matrimônios, levar a comunhão aos agonizantes e oficiar o ritual de exéquias dos falecidos.

O Arcebispo recordou, ainda que o Diácono é ordenado para realizar o serviço da caridade em nome da Igreja. “Proceda de tal modo em seu ministério que possa ser reconhecido como verdadeiro discípulo Daquele que não veio para ser servido, mas para servir”, exortou.

Rito

O rito de ordenação diaconal começou após a proclamação do Evangelho, quando os respectivos formadores e superiores religiosos chamaram cada um dos candidatos, que, ao se apresentarem diante do Arcebispo, responderam “presente”.

O momento essencial do rito é a imposição das mãos do Arcebispo sobre a cabeça do ordinando, seguida da prece de ordenação, que pede a Deus a efusão do Espírito Santo e de seus dons apropriados ao ministério para o qual o candidato é ordenado.

“Resplandeçam neles as virtudes evangélicas: o amor sincero, a solicitude para com os enfermos e os pobres, a autoridade discreta, a simplicidade de coração e uma vida segundo o Espírito”, diz um trecho da prece.

O candidato também recebe o livro dos Evangelhos como sinal da sua missão de proclamá-lo ao povo de Deus. “Crê o que lês, ensina o que crês e vive o que ensinas”, diz o ritual de ordenação.

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Para toda a vida

Em nome dos diáconos agostinianos, o Diácono Jean ressaltou que o diaconato é o início de um ministério que será realizado para sempre, no anúncio da Palavra, no serviço da Eucaristia e da caridade. “Esta é a nossa missão por toda a vida”, afirmou o religioso, recordando as palavras de Dom Odilo, que enfatizou que, embora o diaconato para os candidatos ao sacerdócio seja conhecido como um grau “transitório”, ele não é retirado após a ordenação presbiteral ou episcopal, pois todo padre ou bispo sempre será um diácono.

“No meio de tantas propostas de vida, somos convidados a reencontrar a fonte da verdadeira felicidade e da verdadeira vida, fazendo nossa a experiência de Pedro, que descobriu que Jesus tem palavra de vida eterna”, a firmou o Diácono permanente Orlando, reforçando que somente os apaixonados pelo Reino de Deus são capazes de aceitar o convite do Senhor que lançou seu olhar de misericórdia e de amor sobre esses candidatos e os chamou para servi-lo. 

O Diácono Nilo manifestou a gratidão dos ordenados a Deus, à Igreja, na pessoa do Arcebispo e dos formadores, bem como a todo o povo. “Pedimos a todos que rezem por nós, para que sejamos fiéis a Deus e à sua Igreja, para, assim, sermos fiéis no serviço a Deus e a seu povo”, completou.

Os diáconos seminaristas e religiosos serão designados por seus formadores para os lugares onde desempenharão seu ministério. Já os diáconos permanentes realizarão seus serviços nas suas respectivas regiões episcopais de origem.

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