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Dom Cícero: ‘A Eucaristia é Cristo em nosso meio’ 

Fotos: Nilson Max Allit

Na tarde da quinta-feira, 19, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Tatuapé, Decanato São Lucas, centenas de fiéis participaram da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, a festa de Corpus Christi. A missa foi presidida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada pelo Padre José Mário Ribeiro, Pároco. 

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém aprofundou o sentido da Eucaristia, convidando os fiéis a uma renovação da fé na presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento. Ele recordou a origem histórica da festa, no século XIII, a partir do milagre eucarístico de Orvieto, na Itália, quando um sacerdote que duvidava da transubstanciação viu a hóstia consagrada verter sangue sobre o corporal. “O Papa estava ali perto; levaram a ele, então, o corporal em procissão […] e ao ver o corporal, ajoelhou-se e disse, em latim, Corpus Christi”, recordou Dom Cícero, explicando como a solenidade foi instituída para toda a Igreja. 

O Prelado fez questão de frisar a doutrina católica sobre a Eucaristia, combatendo a ideia de que seja apenas um símbolo: “Para os católicos, a hóstia não simboliza Jesus. É pão consagrado, é corpo do Senhor, é sangue derramado por nós. A Eucaristia, irmãos, é Cristo em nosso meio”. 

Dom Cícero lembrou que a Eucaristia nasce de um mandato direto de Cristo – “Façam isso em minha memória” – e se apresenta como alimento para a jornada espiritual. “É Jesus que se faz comida para matar a nossa fome, se faz bebida para matar a nossa sede, não uma sede material, mas sede espiritual”, disse. 

Para ilustrar, partilhou uma experiência de sua visita pastoral à Paróquia Jesus Ressuscitado, na semana anterior: “Eu perguntava para as crianças: ‘Vocês estão se preparando para fazer a primeira Comunhão? Por que a gente comunga?’ E aí uma das crianças respondeu: ‘Para ficar forte’. Exatamente! Nós comungamos para podermos ter Jesus em nós”.

A dimensão social e missionária da Eucaristia também foi ressaltada. Segundo o Bispo Auxiliar, receber o Corpo de Cristo implica um compromisso real com o próximo. “Comungar da Eucaristia, participar do Corpo e Sangue do Senhor, é se comprometer com Ele, e se comprometendo com Ele, é se comprometer com tantos irmãos que não têm o que comer”, destacou Dom Cícero, exortando os fiéis a serem “homens e mulheres capazes de partilhar o amor, a compaixão, a caridade e o pão material”.

Sobre a tradicional procissão de Corpus Christi, Dom Cícero a definiu como o momento de manifestar publicamente a fé: “Hoje é o dia de sairmos em procissão, é o dia de irmos para as ruas para mostrar a nossa fé em Jesus na Eucaristia, para gritar ao mundo que nós não estamos sozinhos, que a nossa fraqueza tem um remédio, chamado Eucaristia”.

Ao final da missa, seguindo a tradição da Igreja, os fiéis realizaram uma breve procissão eucarística. Com cânticos e orações, Dom Cícero conduziu o ostensório com o Santíssimo Sacramento em um percurso solene ao redor da igreja. Ao retornar ao interior do templo, o Prelado concedeu a todos a bênção com o Santíssimo Sacramento. 

Por Fernando Arthur
Colaboração especial para a Região Episcopal Belém

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