Dom Cícero exorta ministros extraordinários da Sagrada Comunhão a levarem Cristo aos que sofrem

Na tarde do sábado, 22, mais de 2 mil fiéis foram à quadra do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, na Vila Regente Fei­jó, para participar da missa já na liturgia da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, e celebração do Dia Nacional do Leigo.

A missa, presidida por Dom Cícero Alves de França, marcou o rito de investi­dura de novos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão e a renovação do compromisso daqueles que já exercem este serviço nas paróquias e comunida­des da Região Belém.

No começo da celebração, Dom Cíce­ro e dezenas de sacerdotes concelebran­tes, em um gesto espontâneo de reco­nhecimento, levantaram-se e aplaudiram demoradamente os leigos e leigas, agra­decendo o imenso e incansável trabalho que realizam nas comunidades.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Ar­quidiocese na Região Belém entrelaçou a realeza de Cristo com a natureza do mi­nistério leigo. Ele destacou, inicialmente, o paradoxo do Evangelho: celebrar Cristo Rei é celebrar um Deus cuja coroa é de espinhos e cujo trono é a Cruz.

“O nosso Rei não domina, Ele serve. O nosso Rei não tira a vida, Ele a entrega”, afirmou Dom Cícero. A partir desta pre­missa, ele exortou os novos ministros ex­traordinários a compreenderem a verda­deira natureza da função que assumiam. Também foi enfático ao alertar contra qualquer tentação de vaidade ou clerica­lismo: “O ministério não é um poder, não é status, não é um privilégio. O ministério é um serviço, é a continuação do gesto do Lava-pés”.

Dirigindo-se especificamente aos mi­nistros, Dom Cícero sublinhou a respon­sabilidade pastoral de serem portadores da esperança para os mais vulneráveis: “A vossa missão principal não é apenas estar no presbitério, mas ir às periferias exis­tenciais da dor”.

“Vocês são chamados a levar o con­forto de Deus, a levar o próprio Cristo para aqueles que mais sofrem: para os enfermos em seus leitos de dor, para os idosos que, pela fragilidade, não podem mais vir à comunidade, mas que anseiam pelo Pão da Vida”, prosseguiu.

O Bispo recordou que a Eucaristia é, por excelência, “o sacramento da cari­dade”, e pediu que a vida dos ministros seja coerente com o mistério que por­tam em suas mãos: “Não basta distribuir a Comunhão; é preciso ser comunhão. O ministro deve ser uma ‘presença eu­carística’ no mundo, alguém que, ao passar, deixe o rastro da bondade e da misericórdia de Deus”.

Por fim, Dom Cícero exortou ao zelo litúrgico e reverência: “Quando vocês le­varem a teca com a Comunhão, lembrem­-se: vocês não levam algo, levam Alguém. Estão transportando o maior Tesouro da Igreja. Tratem o Corpo de Cristo com ca­rinho, com zelo, com amor e adoração”.

Após a homilia, realizou-se o rito de investidura, pelo qual os novos minis­tros receberam a bênção e o mandato para servir às suas comunidades e aos doentes.

Ao final da celebração, o Padre Mar­celo Maróstica Quadro, Pároco da Pa­róquia São José do Belém, em nome de todo o clero atuante na Região, agradeceu a Dom Cícero pelo pastoreio e destacou a “beleza da unidade” visível naquela tarde.

Por Fernando Arthur
Colaboração especial para a Região Belém