
Na Solenidade da Bem-Aventurada Virgem Maria da Conceição Aparecida, celebrada no domingo, 12, a Comunidade Nossa Senhora Aparecida, localizada na favela Nelson Cruz, no Belenzinho, foi o centro de uma grande manifestação de fé. A missa solene que encerrou os festejos do dia foi presidida por Dom Cícero Alves de França.
A celebração eucarística coroou um dia inteiro de homenagens à Padroeira do Brasil, que começaram cedo com shows católicos, atividades para as crianças e uma emocionante procissão que percorreu as ruas da comunidade, reunindo centenas de fiéis ao longo do dia.
Concelebrada pelos Padres Paulo Gomes da Silva Júnior, responsável pela Capela, e Miguel Lisboa Aguiar, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Bom Parto, a Eucaristia contou com momentos de grande emoção, como a coroação da imagem de Nossa Senhora e a consagração de duas pessoas à Virgem Maria pelo método de São Luís Maria Grignion de Montfort.
‘NÓS TEMOS UMA MÃE’

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém partiu da passagem das Bodas de Caná para ilustrar a atenta intercessão da Virgem Maria na vida de seus filhos. “Maria, atenta e perspicaz, percebe, vê que a alegria está para acabar. Nesta noite, Nossa Senhora também passa em nossa vida, olhando aquilo que está acabando. As nossas necessidades, as nossas dores, os nossos sofrimentos. Ela vê, ela perscruta, ela olha”, pregou o Bispo, reforçando a certeza consoladora de que “nós temos uma Mãe. Nós não somos órfãos”.
Em seguida, ele traçou um profundo paralelo entre a história da imagem encontrada no Rio Paraíba do Sul e a realidade dos fiéis. Ele recordou que a pequena imagem, retirada do fundo do rio, veio coberta de lodo e lama, “como muitas vezes, nós também nos encontramos, escravizados, marcados por tanta lama”.A imagem resgatada, afirmou Dom Cícero, é um sinal de esperança. “Nós não fomos criados para permanecer na lama. Ao olharmos para esta pequena imagem, vemos que é possível sermos resgatados”.

Dom Cícero destacou também que a imagem foi encontrada em duas partes, a cabeça separada do corpo, “como muitas vezes é a nossa vida também, dividida”. Por isso, explicou, Maria é a “mãe da união”, aquela que nos integra e une novamente.
Ao final, Dom Cícero convidou a todos a abrir o coração, sem medo, para que a Mãe Aparecida pudesse ver as necessidades de cada um e apresentá-las a Jesus. “Que Nossa Senhora Aparecida nos cubra com o seu manto de mãe, nos proteja e nos ensine que somos filhos amados de Deus”, concluiu.
Por Fernando Arthur
Colaboração especial para Região Belém