Arcebispo Metropolitano presidiu missa de Natal no Arsenal da Esperança
Na casa que acolhe diariamente 1,2 mil homens que antes estavam em situação de rua por razões diversas, o Menino Jesus também encontrou acolhida e seu nascimento foi solenemente celebrado na tarde da quarta-feira, 25, em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano.
Acolhidos do Arsenal da Esperança, voluntários, benfeitores e membros do SERMIG – Fraternidade da Esperança, a comunidade missionária que mantém os trabalhos da instituição no bairro da Mooca, participaram da missa.
“Nós, como cristão católicos, acolhemos na alegria, na ação de graças, no louvor, o Filho de Deus que vem ao nosso encontro, nascido entre nós humanamente. Nós o acolhemos de coração aberto para que Ele nos traga toda a bênção, toda a alegria e esperança”, disse o Cardeal Scherer no começo da missa, que teve entre os concelebrantes os Padres Simone Bernardi, responsável pelo Arsenal da Esperança, e Lorenzo Nacheli, ambos da Fraternidade da Esperança.
O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL
Na homilia, Dom Odilo destacou que o fato central do Natal não está nos apelos para a compra de presentes, nas trocas de mensagens de felicitações nem no que será servido na ceia natalina, mas sim no nascimento do Salvador.
“O Menino Jesus, nascido de Maria, deitado em uma manjedoura, nasceu no lugar onde os animais se abrigavam, pois não havia lugar para eles nos hotéis, nas hospedarias. Estavam iguais ao povo em situação de rua de São Paulo”, comentou Dom Odilo.
‘O VERBO SE FEZ HUMANIDADE’
Dom Odilo recordou que o Menino Jesus, pequenino e frágil como todo o bebê, é especial para a humanidade por muitas razões, descritas pelo evangelista João, conforme o Evangelho proclamado na Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 1,1-18).
O Menino que nasceu – conforme escreve o evangelista – é “a manifestação da Palavra eterna de Deus”, a palavra criadora, por meio da qual tudo foi feito; Ele também é o doador da vida a todos os seres e a luz divina para a humanidade. “Esta luz de Deus brilha para os homens, ela é mais forte que as trevas, ilumina e convida a nos aproximarmos para sermos clareados, iluminados”, comentou.
No entanto, o mesmo evangelista menciona que muitos rejeitaram esta palavra e esta luz, mas aos que a acolheram o Senhor “deu-lhes a capacidade de se tornarem filhos de Deus”, prosseguiu Dom Odilo.
“A Palavra eterna se fez carne e veio habitar no meio de nós. A Palavra se encarnou, e por isso dizemos que o Natal é a celebração do mistério da encarnação. Deus vem a nós e assume a nossa carne, isto é, a nossa humanidade. O verbo se fez humanidade”, enfatizou o Arcebispo.
CONFERIU-NOS UMA DIGNIDADE INCOMPARÁVEL
Dom Odilo também lembrou que com o nascimento de Cristo, foi conferido a cada ser humano uma dignidade incomparável, que deve ser sempre respeitada.
“Se Deus valorizou a nossa condição humana, nós também temos de nos valorizar e valorizar cada pessoa. Por isso, não há cabimento em se fazer violência, em não agir educadamente com as outras pessoas, ser desrespeitoso com o próximo”, enfatizou.
“Ele veio nos abrir as portas da eternidade, nos abrir os horizontes do infinito. Deus veio a nós, não nos esqueceu nem nos deixou na solidão deste universo. O Verbo se fez carne e habitou entre nós”, comentou o Cardeal.
UM DEUS QUE SE FAZ PRÓXIMO
Dom Odilo também explicou que Deus ao encarnar-se na humanidade por meio de uma criança buscou fazer-se próximo de cada pessoa.
“Deus vem a nós na simplicidade de uma criança, na transparência e na ternura de uma criança para que nenhum de nós tenha medo de se aproximar Dele, e para que nos sintamos atraídos por Ele, assim como a mãe se sente atraída pela criança que chora ou o pai que se sente atraído pela criança que tem fome e vai alimentá-la”, explicou.
Mencionando o prólogo do Evangelho segundo João, Dom Odilo destacou que o evangelista lembra que Cristo, o Filho Unigênito de Deus, viu o Senhor e vem para revelá-Lo à humanidade.
Dom Odilo, por fim, exortou os fiéis a festejarem verdadeiro sentido do Natal, já que neste dia a humanidade recebe um grande presente de Deus: “Alegremo-nos, tratemo-nos bem uns aos outros, porque cada um vale muito. Se Ele veio é porque ama cada um, então, quem somos nós para não amar o próximo? Que busquemos sempre mais este bem, esta vida, esta bênção que Ele traz para nós”.
RENOVADA ESPERANÇA
Antes da bênção final, o Arcebispo exortou os fiéis a participarem das atividades do Jubileu 2025, com o tema “Peregrinos de Esperança”, iniciado em 24 de dezembro pelo Papa Francisco, e destacou que será ocasião para os que têm fé no Cristo a renovarem; a quem está longe de Deus se reaproximar Dele; bem como para a busca da penitência e da misericórdia de Deus.
Por fim, Padre Simone Bernardi agradeceu ao Arcebispo por celebrar em mais um ano a missa do dia de Natal com os acolhidos do Arsenal da Esperança e por sempre encorajar os trabalhos da instituição em São Paulo.
“Nós não somos um gueto, não estamos à margem de nada. Estamos dentro desta cidade e nela queremos habitar dignamente e caminhar na esperança. O Jubileu nos convida a isso”, destacou o Sacerdote.
Após a celebração, os acolhidos do Arsenal da Esperança receberam presentes de Natal, obtidos a partir de doações. “Mas é bom lembrar que nosso verdadeiro presente é esta casa, que nunca para. Este é o presente. Que Deus continue protegendo esta casa e cada pessoa que passa por ela”, disse Padre Simone.
(Colaborou: assessoria de comunicação do Arsenal da Esperança)
