Arcebispo Metropolitano presidiu missa no Cemitério Gethsêmani Anhanguera na manhã deste domingo, 2, ‘Dia de Finados’

Um dia para rezar por todos os fiéis defuntos, participando das missas nas igrejas e cemitérios na intenção dos falecidos, e para reafirmar a esperança na vida eterna, conforme prometido por Jesus.
Estes são os sentidos principais pelos quais os católicos celebram neste domingo, 2 de novembro, a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, conforme recordou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, na missa que presidiu, às 9h, no Cemitério Gethsêmani Anhanguera, da Arquidiocese de São Paulo, na Vila Sulina, às margens da rodovia Anhanguera, na zona Oeste da capital paulista.
Apesar da chuva persistente, centenas de fiéis, de diferentes idades, lotaram a capela do cemitério e boa parte dos corredores da área do velório para acompanhar a celebração eucarística, que teve entre os concelebrantes o Padre Genésio de Morais, que atende pastoralmente no Gethsêmani Anhanguera.
A MORTE NÃO TEM A ÚLTIMA PALAVRA
Na homilia, o Arcebispo de São Paulo destacou que este dia é ocasião não apenas para rezar na intenção dos falecidos para que Deus os acolha, mas também para que cada pessoa reflita sobre o mistério da vida e da morte.
“É bom viver, queremos viver e agradecemos a Deus a cada dia pela vida e por tudo que Ele nos concede, mas não somos donos nem da vida nem do mundo, e daqui não levaremos nada”, ressaltou Dom Odilo.
“Nós cremos no Deus da vida, que faz viver e que tem o poder de dar a vida”, lembrou o Arcebispo, aludindo à primeira leitura do dia (cf. Jó 19,1.23-27a), em que Jó, mesmo já muito adoentado, manteve-se firme na fé e seguro Naquele capaz de tirá-lo do pó da morte e a quem veria um dia com os próprios olhos. Dom Odilo lembrou que essa passagem do Antigo Testamento “mostra a base da nossa fé e de que cremos que a morte não tem a última palavra sobre a nossa vida, que ela não é o fim de tudo”.
“Nossa vida começa neste mundo, mas vai à sua plenitude junto de Deus, quando não se morre mais e quando se participa da plenitude da vida. É para isso que Deus nos criou e nos fez viver”, sublinhou Dom Odilo.
VIVER NA ESPERANÇA CRISTÃ

O Arcebispo lembrou, ainda, que embora a morte seja uma experiência de dor, os cristãos por ela passam alicerçados na esperança, pois creem em Cristo, “que assumiu a nossa vida mortal, também passou pela morte e ressuscitou”, e que prometeu que todos que crerem Nele – “o Pão Vivo descido do céu” – também alcançaram a vida eterna.
“‘Quem crê em mim não morrerá eternamente, e eu o ressuscitarei no último dia’, diz Jesus. E o que é este último dia? Não é o último dia da nossa vida, mas o dia do julgamento de Deus, o da ressurreição dos mortos, como professamos no Creio”, detalhou Dom Odilo.
“Nós cremos na vida eterna, Deus nos preparou mais, Ele nos promete e não nos engana, como temos recordado neste Ano Santo, como o tema da esperança. Somos peregrinos de esperança”, afirmou o Arcebispo. “Nossa esperança em Deus não nos deixa de mãos vazias, não nos decepciona”, completou, ressaltando que quem vive nessa esperança é feliz, pois sabe que a vida tem um rumo e que pode contar sempre com Deus, mesmo diante das diferentes dores, sofrimentos e lutas do cotidiano.
COMO LIDAR COM O FIM DA VIDA

Ainda na homilia, Dom Odilo lembrou aos fiéis que é importante saber lidar com a finitude da vida neste mundo e se preparar bem para a morte. A primeira atitude é buscar viver bem: “Viver dignamente, honestamente, cumprir os nossos deveres, respeitar as pessoas, sendo justos e honestos, honrar a Deus, respeitá-Lo. Se a gente vive assim, está se preparando bem para a morte”.
E quando a pessoa percebe que a morte está cada vez mais próxima para si ou para algum ente querido, Dom Odilo recomendou que se intensifique ainda mais a prática da oração, a busca pelo perdão dos pecados e a prática da caridade: “Faça o bem, viva a reconciliação com as pessoas. Que nós não deixemos ‘contas abertas’ quando a gente partir daqui”.
O Cardeal Scherer destacou ainda o dever dos cristãos em dar atenção aos gravemente enfermos, a fim de que recebam os devidos sacramentos –Comunhão, Confissão e a Unção dos Enfermos – e sejam acompanhados na hora da morte: “Não deixemos o doente abandonado, sozinho, sem assistência religiosa. Nessa hora, quando a pessoa sente a morte chegar, todo o resto fica pequenininho, sem importância, e o fundamental é ter fé, entregar-se confiante nas mãos de Deus, morrer com a consciência em paz. Ajudar alguém a morrer em paz, com a consciência em paz, é uma grande caridade”.
Ao concluir a homilia, Dom Odilo recordou que aos cristãos falecidos deve ser assegurada as exéquias ou, ao menos, que no velório se faça a oração por este irmão, encomendando-o a Deus, rezando o Terço, o Pai-Nosso, a Ave-Maria, lendo trechos do Evangelho e colocando os sinais da fé cristã no local.
REZAR SEMPRE PELOS FALECIDOS

Após a Comunhão, o Cardeal Scherer rezou com os fiéis a oração pelos falecidos e lembrou que a Igreja sempre recomenda que se reze pelos mortos e se ofereça a eles o santo sacrifício da missa.
“Rezar pelos falecidos é parte da fé da Igreja e está na Bíblia”, afirmou Dom Odilo, destacando que tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento há passagens que falam das súplicas e orações a Deus por aqueles que já morreram.
“Também cremos na comunhão dos santos, e santos, no Novo Testamento, significam todos os batizados. Nós aqui na Terra, e os que já faleceram, estamos unidos pelo vínculo da fé. Portanto, nossa oração por eles está nesta comunhão, neste vínculo. Nós podemos suplicar a Deus em favor dos falecidos, para que Ele os acolha, perdoe e lhes dê a vida eterna”, detalhou Dom Odilo.
De acordo com o parágrafo 958 do Catecismo da Igreja Católica, “reconhecendo claramente esta comunicação de todo o Corpo místico de Cristo, a Igreja dos que ainda peregrinam venerou, com muita piedade, desde os primeiros tempos do Cristianismo, a memória dos defuntos; e, ‘porque é um pensamento santo e salutar rezar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados’ (2Mc 12,46), por eles ofereceu também sufrágios”.

OUTRAS MISSAS DO DIA
Além da missa com Dom Odilo às 9h, outra foi presidida às 11h no Gethsêmani Anhanguera pelo Padre Genésio de Morais, e haverá mais uma, às 15h, presidida por Dom Edilson de Souza Silva, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa.
Neste cemitério mantido pela Arquidiocese de São Paulo há cerca de 6 mil jazigos. Saiba mais detalhes em https://www.gethsemanianhanguera.org.br.
Também neste dia 2, o Cardeal Scherer presidiu às 11h missa no Cemitério da Consolação, e às 16h celebrará no Cemitério da Vila Formosa, na zona Leste.
Nos outros cemitérios na área de abrangência da Arquidiocese estão programadas missas pelo “Dia de Finados” (clique e veja a programação completa), bem como em todas as paróquias.
| CONDIÇÕES PARA A INDULGÊNCIA PLENÁRIA NO ‘DIA DE FINADOS’ Neste 2 de novembro e na proximidade do ‘Dia de Finados’, é possível obter a indulgência plenária – remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados – para si ou para as almas que padecem no Purgatório, mediantes as seguintes condições: – Visita ao cemitério entre os dias 1o e 8 de novembro, para rezar pelos fiéis falecidos; – Rezar pelo Papa e suas intenções de oração; – Confessar-se; – Participar da missa e comungar; |






