Dom Odilo preside missa solene em honra a Santa Paulina

Arcebispo Metropolitano recordou que a Santa fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, como sinal da dedicação do amor misericordioso de Deus para com os mais pobres

Departamento de Comunicação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição

O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu na manhã do domingo, 9, solene celebração eucarística em honra a Santa Paulina, primeira santa brasileira, na Capela Sagrada Família e Santa Paulina, no Ipiranga, pertencente à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada pela santa. 

Foram concelebrantes os Padres Rodrigo Pires, Capelão, e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho. Na homilia, Dom Odilo destacou a importância da missão de Santa Paulina, que saiu de Nova Trento (SC) vinda a São Paulo há 120 anos, para trabalhar no atendimento aos idosos, doentes, povo de rua. 

“A Congregação nasceu justamente como sinal da dedicação do amor misericordioso de Deus para com os mais pobres, sinal do Evangelho”, disse o Arcebispo, lembrando, ainda, que a Igreja incentiva que cada Paróquia e comunidade religiosa seja sinal do Reino de Deus. 

“Onde há grandes necessidades, surgem grandes iniciativas; onde há grande crise, Deus suscita grandes obras; estejamos atentos ao que diz o Espírito Santo no nosso tempo”, prosseguiu.

Ao final da celebração, Irmã Rosane Lundin, coordenadora geral da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, agradeceu a presença do Cardeal e pediu à intercessão de Santa Paulina nas vocações de todas as congregações presentes na celebração.

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Amábile Lúcia Visintainer nasceu no dia 16 de dezembro de 1865, em Vigolo Vattaro, província de Trento, no norte da Itália. Foi a segunda filha do casal Napoleão e Anna, que eram ótimos cristãos, mas muito pobres.

Nessa época, começava a emigração dos italianos, movida pela doença e carestia que assolava a região. Foi o caso da família de Amábile, que em setembro de 1875 escolheu o Brasil e o local onde muitos outros trentinos já haviam se estabelecido no estado de Santa Catarina, em Nova Trento, na pequena localidade de Vigolo.

Assim que chegou, Amábile conheceu Virgínia Rosa Nicolodi e tornaram-se grandes amigas. As duas se confessam apaixonadas pelo Senhor Jesus e não era raro encontrá-las, juntas, rezando fervorosamente. Fizeram a primeira comunhão no mesmo dia, quando Amábile já tinha completado doze anos de idade.

Logo em seguida, o padre Servanzi a iniciou no apostolado paroquial, encarregando-a da catequese das crianças, da assistência aos doentes e da limpeza da capela de seu vilarejo, Vigolo, dedicada a são Jorge. Mas mal sabia o padre que estaria confirmando a vocação da jovem Amábile para o serviço do Senhor.

Amábile incluía, sempre, Virgínia nas atividades para ampliar o campo de ação. Dedicava-se de corpo e alma à caridade, servia consolando e ajudando os necessitados, os idosos, os abandonados, os doentes e as crianças. As obras já eram reconhecidas e notadas por todos, embora não soubesse que já se consagrava a Deus.

Com a permissão de seu pai, Amábile construiu um pequeno casebre, num terreno doado por um barão, próximo à capela, para lá rezar, cuidar dos doentes, instruir as crianças. A primeira paciente foi uma mulher portadora de câncer terminal, a qual não tinha quem lhe cuidasse. Era o dia 12 de julho de 1890, data considerada como o dia da fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que iniciou com Amábile e Virgínia atuando como enfermeiras.

Essa também foi a primeira congregação religiosa feminina fundada em solo brasileiro, tendo sido aprovada pelo bispo de Curitiba, em agosto 1895. Quatro meses depois, Amábile, Virgínia e Teresa Anna Maule, outra jovem que se juntou a elas, fizeram os votos religiosos; e Amábile recebeu o nome de irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Também foi nomeada superiora, passando a ser chamada de madre Paulina.

A santidade e a vida apostólica de madre Paulina e de suas irmãzinhas atraíram muitas vocações, apesar da pobreza e das dificuldades em que viviam. Além do cuidado dos doentes, das crianças órfãs, dos trabalhos da paróquia, trabalhavam também na pequena indústria da seda para poderem sobreviver.

Em 1903, com o reconhecimento de sua obra, madre Paulina foi convidada a transferir-se para São Paulo. Fixando-se junto a uma capela no bairro do Ipiranga, iniciou a obra da “Sagrada Família” para abrigar os ex-escravos e seus filhos depois da abolição da escravatura, ocorrida em 1888. Em 1918, madre Paulina foi chamada à Casa-geral, em São Paulo, com o reconhecimento de suas virtudes, para servir de exemplo às jovens vocações da sua congregação. Nesse período, destacou-se pela oração constante e pela caridosa e contínua assistência às irmãzinhas doentes.

Em 1938, acometida pelo diabetes, iniciava um período de grande sofrimento, iniciando com a amputação do braço direito, até a cegueira total. Madre Paulina morreu serenamente no dia 9 de julho de 1942, na Casa-geral de sua congregação, em São Paulo.

Ela foi beatificada pelo papa João Paulo II em 1991, quando o papa visitou, oficialmente, o Brasil. Depois, o mesmo pontífice canonizou-a em 2002, tornando-se, assim, a primeira santa do Brasil.

Por Karen Eufrosino
Colaboradora de comunicação na Região Episcopal Ipiranga

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