Dom Odilo roga à Virgem Maria pelas situações em que a vida está ‘machucada, oprimida e manchada em sua dignidade’

O Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Ipiranga, na zona Sul, recebe milhares de fiéis no sábado, 12, na Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil.

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Diante da imagem mariana orna­mentada com flores em uma das laterais do presbitério do Santuário Arquidio­cesano de Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Ipiranga, os devotos da Padro­eira do Brasil detinham-se em momen­tos de oração e ação de graças à “Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida”, como cantado em uma das estrofes da procis­são de entrada das dez missas que acon­teceram no sábado, 12.

“Em todo o Brasil, hoje os brasileiros reconhecem Nossa Senhora como sua Mãe e Padroeira, com o título de Nossa Senhora Aparecida. Quantas promessas, quantas esperanças, quanta alegria em se dirigir à casa da Mãe e se sentir parte deste povo que é a família de Deus e de Nossa Senhora”, disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer, ao saudar os participantes da missa das 10h, por ele presidida, ten­do como concelebrante o Padre Zacarias José de Carvalho Paiva, Pároco e Reitor.

A FAMÍLIA DE DEUS

Na homilia, Dom Odilo ressaltou que na casa da Mãe os fiéis se sentem parte da família de Deus, reunidos como irmãos e sob o olhar materno de Nossa Senhora.

“É tão bonito e significativo pensar nisto: nós temos na Igreja uma família, somos uma família. E isto é uma maneira bonita e originária de compreender o que é a Igreja”, disse o Arcebispo, destacan­do que a Igreja, antes de ser vista como uma organização cheia de regras, deve ser compreendida como família de Deus.

O Cardeal lembrou ainda que essa fa­mília não é apenas composta dos fiéis de hoje, mas dos que os precederam, sendo os santos, de modo especial, aqueles ir­mãos “exemplares, que de forma melhor viveram a fé, foram os grandes católicos, grandes discípulos de Jesus, e neles sem­pre podemos nos inspirar”.

INTERCESSORA DA PAZ

Dom Odilo também recordou que nas aparições ao longo da história, Nos­sa Senhora, quer por palavras, quer por sinais, expressa todo o bem que deseja a seus filhos, como ocorreu em Apare­cida, em 1717, sinalizando não ser de Seu agrado nem da vontade de Deus que houvesse a escravidão; e em Fátima, em meio à 1ª Guerra Mundial, quando pe­diu pela conversão dos corações em fa­vor da paz. “O mundo está de novo com várias guerras e muita ameaça. Será que a Mãe fica feliz quando os filhos fazem guerra entre eles? Não fica! E ela pede a recon­ciliação, o diálogo e que se resolvam os conflitos de outro jeito, como os irmãos resolvem as coisas em família”, comentou.

MARIA E O DOM DA VIDA
O Arcebispo também enfatizou que Nossa Senhora é Aquela que concede a vida e tudo que assegura a dignidade hu­mana, tendo especial atenção aos filhos em grande sofrimento, como os enfer­mos e os povos em situação de conflito.

“Maria também age em favor da vida eterna, para a salvação dos pecadores, para que se convertam. Por isso, ela pede que se faça penitência, que se reze mui­to pela conversão, para que ninguém se perca”.

Ao mencionar o Evangelho procla­mado nessa solenidade (Jo 2,1-11), re­ferente às Bodas de Caná, Dom Odilo afirmou que ao pedir a Jesus que trans­formasse água em vinho, Nossa Senhora expressa o desejo de que a alegria da vida não seja interrompida, simbolizada pelo vinho que permitiria a continuidade da festa relatada no Evangelho.

“Hoje nós estamos aqui para também pedir a Nossa Senhora, nossa Mãe, que a vida continue. Pedir por onde a vida está machucada, oprimida e manchada em sua dignidade; onde existe tanta vio­lência, tanta injustiça, tanto ódio. Que tudo isso possa ser superado, e que nós, que nos reconhecemos filhos de Deus, filhos de Maria, sejamos aqueles que se dispõem a acolher essa mensagem da Mãe e ser construtores da paz, servidores da vida, e ajudar que o banquete da vida continue com esperança também para as próximas gerações”, exortou.



PEREGRINOS DE ESPERANÇA

Na parte final da missa, o Cardeal entregou ao Pároco e Reitor os estatutos do Santuário Arquidiocesano de Nos­sa Senhora Aparecida (leia o decreto de promulgação dos estatutos na página 7), no qual estão detalhadas as regras que regem sua ação e missão. O Arcebispo recordou que o Papa Francisco costuma comparar os santuários a um “oásis no deserto”, e explicou que “o oásis é lugar de refazer as forças, descansar, sentir-se bem. Assim são os santuários”.

Por fim, Dom Odilo leu com a as­sembleia de fiéis o artigo por ele escrito para a edição de 12 de outubro do folhe­to Povo de Deus em São Paulo, no qual ressalta que festa de Nossa Senhora Apa­recida deste ano acontece no contexto da preparação do Jubileu de 2025 anos do nascimento de Cristo, cuja celebração terá início na noite da Vigília de Natal, no Vaticano, presidida pelo Papa Fran­cisco, e nas dioceses de todo o mundo em 29 de dezembro, tendo como tema “Peregrinos de Esperança”


INTENSA PROGRAMAÇÃO

A festa da padroeira no Santuário Ar­quidiocesano começou com a novena en­tre os dias 3 e 11, com o tema “Com Ma­ria, anunciamos o Evangelho do Reino”.

Em entrevista à rádio 9 de Julho, Pa­dre Zacarias explicou que o tema buscou evidenciar a dimensão do anúncio na ação evangelizadora da Igreja: “Este ano tratamos do Anúncio, com a importância de valorizar aqueles que têm a missão de anunciar, como os catequistas, os minis­tros extraordinários da Sagrada Comu­nhão, os ministros da Palavra, os agentes da Pastoral da Saúde; além de convidar todas das pessoas a refletir: ‘Como está a minha adesão ao anúncio da Palavra de Deus? Como estou usando a minha vida para anunciar esta Palavra aos que estão no dia a dia da minha vida?’”.

No sábado, 12, além das dez missas e da procissão com a imagem mariana, coordenada pelo Terço dos Homens, das Mulheres e a Legião de Maria, os fi­éis também puderam participar da festa social – com o tradicional macarrão à milanesa e o bolo de Nossa Senhora –, entregar objetos (ex-votos) na Sala das Promessas do Santuário e visitar as bar­racas de divulgação das atividades do Amparo Maternal, da Missão Belém, da rádio 9 de Julho e do Mensageiro de Santo Antônio.

COBERTURA ESPECIAL DA RÁDIO 9 DE JULHO

A rádio 9 de Julho realiza neste dia 12 uma cobertura especial diretamente do Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora Aparecida. Veja e ouça a seguir algumas das entrevistas realizadas pela equipe de jornalismo da emissora.

SALA DAS PROMESSAS

VOLUNTÁRIOS

DEVOTOS

BARRACA DO AMPARO MATERNAL

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