Arcebispo Metropolitano presidiu, na Catedral da Sé, a missa conclusiva da peregrinação na Arquidiocese das relíquias do Santo fundador da Congregação da Missão
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“Um grande sacerdote, grande pastor, que amou muito os pobres e a Igreja”. São Vicente de Paulo (1581-1660), o Apóstolo da Caridade e fundador da Congregação da Missão (CM) há 400 anos, foi assim lembrado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer em missa na Catedral da Sé, na tarde da quarta-feira,19, que marcou o encerramento da peregrinação das relíquias do Santo pela Arquidiocese de São Paulo, tendo passado em paróquias das seis regiões episcopais desde o dia 1º deste mês.
A Eucaristia foi concelebrada por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé; pelo Padre Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral; o Cônego Helmo Cesar Faccioli, Auxiliar do Cura; e o Padre Edson Friedrichsen, CM, Custódio das relíquias.
As relíquias – uma das costelas de São Vicente, uma parte de sua veste litúrgica e a primeira carta que ele escreveu em 1630 a Santa Luísa de Marillac (a quem estimularia a fundar a Congregação das Filhas da Caridade) – permaneceram na frente do presbitério da Catedral da Sé para a veneração dos fiéis até o final da tarde, bem como uma réplica em cera da imagem do Santo, antes de serem levadas à Diocese de Guarulhos (SP), para a sequência do itinerário de peregrinação pelo Brasil.
APOSTOLADO
Após o saudação inicial do Arcebispo, Padre Edson Friedrichsen recordou que do apostolado de São Vicente de Paulo surgiram uma congregação de leigas consagradas para o serviço dos pobres, um grupo de mulheres casadas que atuou para este mesmo propósito e um grupo de padres e irmãos que atuam para a evangelização dos pobres nas missões, para a formação do clero nos seminários e em ações caritativas.
“Vicente de Paulo dizia que quando recebemos a visita da relíquia de um santo, recebemos a visita do próprio santo. O projeto deste tempo de peregrinação é viver esse espírito que foi próprio de Vicente e que nós recebemos de herança”, disse o Custódio das relíquias, motivando que todos os membros da família vicentina no Brasil “sejam portadores de esperança para os mais necessitados”.
AO LADO DOS POBRES E FIEL À IGREJA
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Dom Odilo, na homilia, explicou que a Igreja zela pelas relíquias dos santos para que suas vidas sejam referência aos demais fiéis no seguimento a Cristo.
O Arcebispo destacou o amor de São Vicente de Paulo pelos pobres de seu tempo e seu empenho para a renovação da Igreja, zelando pela boa formação do clero, a catequese aos fiéis e a realização de missão populares, razão pelo qual o Santo fundou a Congregação da Missão em 1625, voltada à evangelização das populações rurais na França e à formação dos sacerdotes.
“A obra de São Vicente é sempre muito atual. Nossa Igreja vive essa contínua necessidade de um reavivar, aquilo que o Papa Francisco constantemente nos pede, de ser uma igreja missionária”, ressaltou Dom Odilo, lembrando ainda os recorrentes pedidos do Pontífice de que se dê atenção aos mais pobres.
“Nossa caridade não deve ser só de palavras. Deve ser concreta, ir ao encontro dos pobres, olhar concretamente suas necessidades, deles se aproximar. São Vicente de Paulo nos recorda a necessidade de sermos concretos na caridade”, sublinhou Dom Odilo, mencionando algumas das iniciativas caritativas realizadas pelas pastorais e organismos da Arquidiocese.
OS EXEMPLOS DE SÃO VICENTE PARA TODOS
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O Arcebispo Metropolitano destacou ainda que o tempo que Deus dá a cada pessoa é uma graça que deve ser valorizada, bem vivida a cada minuto: “São Vicente é alguém que aproveitou bem o tempo, foi um homem de múltiplas atividades e iniciativas. Nós temos tantas possibilidades de viver bem o tempo, mas há o perigo do tempo desperdiçado no pecado ou falando mal dos outros”.
Dom Odilo também lembrou que aqueles que buscam viver a santidade, como fez São Vicente de Paulo e os demais santos, dão testemunho eloquente sobre Jesus Cristo e são exemplo a todos os cristãos: “Somos todos chamados a testemunhar em favor de Jesus, por meio da nossa fé, da nossa prática coerente com o Evangelho e com o ensinamento de Cristo”, concluiu o Arcebispo, pedindo a intercessão de São Vicente junto a Deus por todas as pessoas, de modo especial pelo Papa Francisco que está internado em recuperação de saúde.
Após a comunhão, Padre Edson Friedrichsen recordou que por ocasião da celebração dos 400 anos da fundação da Congregação da Missão, a Penitenciaria Apostólica da Santa Sé decretou que poderão obter a indulgência plenária todos os que peregrinarem até as relíquias de São Vicente, participarem da missa, rezarem pelo Santo Padre e pela Igreja e buscarem pelo sacramento da Confissão.
“Enquanto houver gente como São Vicente de Paulo, há a esperança de o mundo ser melhor. Estamos no Ano Jubilar, com o tema da esperança, e o Papa tem nos pedido para darmos sinais ao mundo de que há esperança. Fazer o bem, realizar o que é bom, dar atenção aos pobres, aos doentes e às pessoas necessitadas, tudo isto é sinal de esperança”, destacou Dom Odilo antes de dar a bênção final aos fiéis.