Arcebispo Metropolitano participou da live de abertura do mês vocacional na Arquidiocese de São Paulo
Um mês para que cada cristão tome consciência de que é chamado a ser parte da vida e missão da Igreja. No Brasil, o agosto é celebrado como o Mês das Vocações, e para demarcá-lo, a Arquidiocese de São Paulo realizou uma live com o Cardeal Odilo Pedro Scherer, na noite da terça-feira, 2.
O encontro virtual contou com a participação de Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese para a Região Ipiranga; além do Padre José Carlos dos Anjos, Promotor Vocacional da Arquidiocese de São Paulo; Irmã Geralda Maria Martins, responsável pela Capela Sagrada Família e Santa Paulina; Leo Maria Leonice Mariannini e Roberto Pietro Mariannini, representando a vocação familiar; e o seminarista Bruno Melo.
Ao acolher os internautas, Dom Ângelo destacou ser aquele um momento de oração e partilha e de compromisso com a causa vocacional. Ressaltou, ainda, a necessidade de rezar pelas vocações, em todos os âmbitos.
POVO DE VOCACIONADOS
O Arcebispo iniciou o encontro lembrando que a realização do Mês Vocacional é uma iniciativa própria do Brasil, ajudando a promover as vocações: “Nós somos um povo de vocacionados, chamados mediante o Batismo, para ser esse povo que caminha com Jesus”, afirmou, recordando o pedido do Papa Francisco por uma “Igreja Sinodal”.
Dom Odilo frisou que a primeira dimensão do mês vocacional é a tomada de consciência de que cada cristão é parte da Igreja e que com ela deve caminhar, desempenhando a própria parte em sua vida e missão. Além disso, exortou os fiéis a superarem a distância e a indiferença na participação da missão eclesial, e concluiu esta primeira dimensão destacando que “devemos tomar mais consciência da nossa vocação, sermos parte do povo de Deus, desta comunidade de discípulos-missionários de Jesus Cristo”.
O Purpurado também ressaltou que cada cristão tem uma vocação específica, “conforme o dom que Deus dá a cada um”, afirmou.
MINISTÉRIO ORDENADO: UMA VOCAÇÃO QUE NÃO PODE FALTAR
Ao falar sobre o ministério ordenado, ressaltou que é uma “vocação que não pode faltar na Igreja e que ela morreria se não houvesse sacerdotes e bispos”. Comentou, ainda, que é preciso haver mais vocacionados sempre.
“No mundo, há lugares onde as vocações sacerdotais estão seriamente em falta”, disse, recordando a Europa e América do Norte que estão com vocações em falta, mas também alguns países africanos, asiáticos e latino-americanos.
“No mês das vocações, seria bonito se em todas as comunidades e em todas as famílias pudéssemos introduzir a oração pelas vocações”, afirmou o Cardeal, exortando os fiéis a rezarem pelas vocações ao ministério ordenado.
Dom Odilo lamentou também a falta do envio de vocacionados da Arquidiocese nas paróquias, destacando que muitas paróquias com muitos anos de existência nunca enviaram candidatos ao seminário. “O que está faltando?”, indagou. “O trabalho vocacional precisa ser organizado em cada paróquia, como uma pastoral específica”, afirmou, pedindo de modo especial que se reorganizem os grupos vocacionais nas paróquias e comunidades. “Onde se trabalha pelas vocações, vocações surgem. Onde não se trabalha pelas vocações, vocações não surgem”, resumiu.
VER, OUVIR E TESTEMUNHAR
Dom Odilo também recordou o Ano Vocacional, por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Não podemos desistir ou desanimar” exortou, ressaltando que Deus quer chamar as pessoas às vocações. Com o tema “Cristo vive, somos suas testemunhas”, o ano vocacional, segundo o Arcebispo, traduz o que é a experiência da vida cristã, “que nasce do encontro com Jesus Cristo”.
Acerca do lema, “Eu vi o Senhor”, retirado das palavras de Maria Madalena, Dom Odilo lembrou que a experiência do encontro com Jesus Cristo vivo é marcante e que muda a vida de pessoas. O Cardeal citou também os exemplos de São Paulo Apóstolo, Tomé, os discípulos de Emaús e Filipe e Natanael que encontraram Jesus e tiveram suas vidas transformadas desde então.
Por fim, Dom Odilo lembrou que, para renovar o trabalho vocacional, é necessário: oração, comunidades cristãs fervorosas, renovar a vida de fé nas famílias e paróquias. “Só assim podemos renovar o trabalho vocacional. Esta é uma convicção da Igreja.” afirmou. E concluiu: “As vocações só existem com o encontro pessoal e profundo com Jesus Cristo”.
TESTEMUNHOS
Após a fala de Dom Odilo, os participantes puderam refletir um pouco sobre o caminho vocacional que percorrem.
Bruno Melo, seminarista arquidiocesano, destacou que, ao sentir o chamado ao ministério ordenado, ficou inicialmente com medo, mas encontrou forças para seguir em frente. Bruno também fez um convite aos jovens internautas que acompanhavam a transmissão, para que façam uma experiência vocacional. “Jovem, peça o auxílio ao Espírito Santo, faça um caminho vocacional, abrace a vocação que Deus te deu”, concluiu.
Leo Maria e Roberto, ao testemunharem sua vocação familiar, destacaram que sempre cultivaram no coração a vontade de criar uma família, porém que faltava, como casal, o “ter coragem e ser Igreja”, e que a vocação é o “diálogo de Deus conosco”.
Já Irmã Geralda afirmou que a “vida religiosa é muito bela”, e que ao carisma de toda a congregação aponta para unidade na Igreja, e que não é um distintivo que separa, mas algo que une.
Padre José Carlos comentou que na Arquidiocese estão acontecendo os encontros vocacionais nas regiões episcopais. “Estamos chamando os jovens. Estou pronto à ouvi-los e partilhar experiências de fé”, afirmou.
(texto sob a supervisão de Daniel Gomes)