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Dom Odilo institui 195 ministros da Catequese para a Arquidiocese

Catequistas peregrinam à Catedral da Sé e participam da missa na qual 195 deles são instituídos por Dom Odilo como ministros da Catequese
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

No sábado, 30 de agosto, centenas de catequistas da Arquidiocese de São Paulo participaram da peregrinação jubilar à Catedral da Sé, marcando também a comemoração do Dia do Catequista. Na ocasião, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, instituiu 195 ministros da Catequese das seis regiões episcopais. 

A peregrinação partiu do Pateo do Collegio, no centro histórico da capital paulista, e seguiu em direção à Catedral. Na Praça da Sé, houve uma parada diante do monumento a São José de Anchieta, padroeiro dos catequistas e um dos fundadores da cidade. Ali, o Padre Paulo César Gil, Assistente Eclesiástico do Grupo de Animação Bíblico-Catequética da Arquidiocese, destacou o exemplo missionário do Santo jesuíta: “Que também sejamos criativos, ousados na catequese, e determinados em anunciar a fé com um coração radiante pela experiência do encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo”, afirmou. 

FONTE DE ESPERANÇA 

Na homilia, Dom Odilo sublinhou que a Catequese é mais do que um ensinamento inicial: trata-se de um caminho de crescimento, aprofundamento e amadurecimento na fé. 

“A Catequese é este processo de ajuda a se encontrar com Deus nas muitas maneiras como a Igreja ensina que nós podemos encontrá-Lo”, afirmou. Ele destacou os lugares privilegiados do encontro com Cristo: a Palavra, a Eucaristia, os sacramentos, a comunidade de fé e, também, os irmãos mais necessitados. “‘Eu vim ao mundo para que todos vejam a luz e sejam iluminados em sua vida, para que ninguém permaneça nas trevas’. Este é o serviço da catequese: ajudar as pessoas a se aproximarem de Cristo”, disse. 

O Arcebispo ressaltou ainda a dimensão comunitária da iniciação cristã: “A Catequese precisa ajudar os catequizandos a se sentirem em casa na Igreja, parte deste povo que caminha junto, de uma Igreja sinodal, na qual um fortalece o outro na fé”. 

Destacando a temática do Ano Santo, Dom Odilo afirmou que a Catequese é também um serviço à esperança. “Enquanto houver Catequese, há esperança, porque a Catequese fala justamente daquilo que sustenta a nossa vida: a fé, as promessas de Deus, o perdão e a misericórdia”. Ele destacou que “uma paróquia que tem pouca Catequese é como uma horta que recebe pouca água: vai secando, as plantas vão murchando e já não há flores nem frutos. Quanto mais Catequese houver, melhor para as comunidades”, e recordou que a Catequese é “água benfazeja” que alimenta a vida das comunidades. 

O Cardeal agradeceu a dedicação dos catequistas, lembrando que muitos exercem esse serviço há décadas. “Vocês estão se manifestando diante das pessoas como testemunhas de Cristo. Alegrem-se, façam com amor e grande dedicação, e o fruto virá. Tenho certeza de que as pessoas se recordarão de vocês ao longo da vida, como eu mesmo lembro do meu catequista, que me ensinava desde menino a não faltar à missa no domingo”, afirmou. 

RITO DE INSTITUIÇÃO 

Após a proclamação do Evangelho, os catequistas chamados responderam de pé: “Eis-me aqui”. Em seguida, alguns acenderam velas na lamparina jubilar e transmitiram a “chama viva da esperança” a toda a assembleia, antes da renovação das promessas batismais e da aspersão feita pelo Arcebispo. 

Na sequência, os candidatos se ajoelharam para receber a bênção. “Recebe a Cruz, sinal da nossa fé, fonte da verdade e da caridade de Cristo, e anuncia-O com a palavra e a vida”, disse Dom Odilo, enquanto cada catequista recebia um crucifixo das mãos dos bispos auxiliares, padres e vigários episcopais. 

Ao final da celebração, como gesto simbólico, um representante de cada região episcopal recebeu das mãos do Arcebispo um exemplar do Catecismo da Igreja Católica e o certificado de instituição do ministério, que serão entregues aos demais catequistas em suas respectivas regiões. 

SERVIÇO À IGREJA 

O ministério de catequista foi instituído pelo Papa Francisco em 2020, com a carta apostólica Antiquum ministerium. O termo “ministério”, do latim ministerium, significa “serviço”: o ministro é aquele que serve. Na Igreja, ao lado dos ministérios ordenados, há diversos ministérios leigos reconhecidos oficialmente, como leitores, acólitos e ministros extraordinários da Sagrada Comunhão. 

O primeiro grupo de ministros da catequese da Arquidiocese foi instituído em 22 de março deste ano. A instituição dos ministros catequistas segue critérios definidos pela Arquidiocese em sintonia com as orientações da Santa Sé: idade mínima de 30 anos; experiência de pelo menos 10 anos no serviço catequético; plena iniciação cristã; maturidade humana e fé profunda; vida coerente com o Evangelho e bom testemunho; participação ativa na comunidade; compromisso com a formação e com as diretrizes pastorais arquidiocesanas. Após serem indicados por seus respectivos párocos e realizarem o processo formativo na Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta, os candidatos passam por um escrutínio em vista do ministério. 

CHAMADO DE DEUS 

Encerrando a celebração, Dom Edilson de Souza Silva, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa e Referencial Arquidiocesano para a Animação Bíblico-Catequética, dirigiu palavras de gratidão e incentivo. “Os que hoje recebem o ministério não estão acima dos demais catequistas, mas recordam a todos que essa missão não é exercida em nome próprio, e sim por um chamado de Deus e um mandato da Igreja”, afirmou. 

O Bispo lembrou que os novos ministros devem ser sinais de fé e comunhão. Citando a profecia de Daniel, concluiu: “Os sábios brilharão como brilha o firmamento, e os que ensinam a muitos a justiça, brilharão para sempre como estrelas.” 

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