“O pai e a mãe deram-se um ‘sim’ total diante de Deus, o qual constitui a
base do sacramento que os une; do mesmo modo, para que a relação interna da família seja completa, é necessário que digam também um ‘sim’ de aceitação aos seus filhos, aos que geraram ou adotaram e que têm a sua própria personalidade e carácter. Assim, eles irão crescendo em um clima de aceitação e amor, e é de se desejar que ao alcançar uma maturidade suficiente queiram dar, por sua vez, um ‘sim’ a quem lhes deu a vida.”
(Papa Bento XVI, Vigília de Oração do Encontro Mundial das Famílias – 08/06/2006)

Como viver plenamente a vocação à paternidade? Para Felipe Del Nero Cornibert, 36, casado com Aline há seis anos e pai do Mateus (4 anos e 10 meses), Rafaela (2 anos e 5 meses) e Ana Luiza (10 meses), o primeiro passo é o homem reconhecer que o Matrimônio “é um grande mistério” – conforme disse São Paulo na carta aos efésios – “destinado a ser vivido à imagem verdadeira do amor de Deus. Por isso, peço sempre a Deus que me permita apoiar inteiramente em Sua graça”.
O consultor de projetos assegura: “Não há muito segredo para desempenhar bem esta vocação. Para fortalecer-se na fé, é preciso praticar e estar disposto à entrega total a uma vontade superior. E o caminho certo é por meio de Cristo, principalmente pelos sacramentos e a oração, sobretudo sobre a Santa Eucaristia. Aqui em casa, fazemos ao máximo que a família esteja junta e participe da Santa Missa na maior frequência possível. Além disso, criamos momentos de rezarmos juntos ao longo do dia, nem que sejam pequenas orações e jaculatórias”.
Felipe, que participa do movimento Famílias de São José e integra a Pastoral da Família da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, na Região Sé, também destaca que para ser um bom pai é preciso que o homem se entregue completamente a essa missão maior e renuncie a parte de suas vontades, para, de coração aberto, cuidar da educação dos filhos, sobretudo na fé católica.
“Testemunho que os meus filhos me deram um novo sentido à vida e me fizeram perceber que Deus me amou primeiro. Por meio deles, realmente pude ver que Deus me preparou a vida inteira para isso: me deu pais maravilhosos, irmãos, avós; depois, me deu a Aline para ser esposa até que a morte nos separe; e, depois, três presentes inimagináveis: Mateus, Rafaela e Ana Luiza. Que venham mais, se for da vontade e do agrado Dele”.
Para os casais que ainda têm dúvidas sobre a abertura à vida, Felipe recomenda que sempre mantenham o coração aberto a esta possibilidade, e indica duas ações que o auxiliaram neste discernimento. “Primeiro, buscar um bom diretor espiritual. Foi assim que eu realmente abri os olhos para o egoísmo e para a falta de confiança e de amor a Deus (cf. Mt 7,11); depois, buscar o conhecimento, sobretudo por meio da riqueza incomparável de documentos do magistério da Santa Igreja Católica. Particularmente, eu me recordo das encíclicas Casti Connubii, Humanae Vitae, a exortação apostólica Familiaris Consortio e a Teologia do Corpo de São João Paulo II, além da história de conversão do casal Scott e Kimberly Hahn, contadas no livro ‘Todos os caminhos levam a Roma’. São argumentos sólidos que nenhuma pessoa intelectualmente bem-disposta conseguirá refutar”.
Por fim, Felipe Del Nero afirma que se esforça diariamente para ser sinal de esperança no mundo, sendo um bom exemplo para sua esposa, filhos, familiares, amigos e na comunidade de fé.