Aos 20 anos de idade, Caroline Silva Santos cursava o último ano da faculdade de Letras, dava aulas na rede pública estadual e já imaginava como seria formar uma família, ter filhos e se consolidar na carreira. Um dia, porém, foi convidada por um amigo para conhecer o seminário menor onde ele estava, e algo começou a mudar dentro dela.
“Naquela visita, chamou-me muito a atenção como aqueles meninos, com seus 15, 16 anos, estavam muito felizes. E este meu amigo também tinha uma alegria que era diferente daquela que eu percebia nele antes. Naquela mesma época, outro amigo, que tinha saído do seminário, me contou como era a vida por lá. Tudo isso de alguma forma foi me intrigando. Desde então, quando eu ia à missa, sentia algo diferente, comecei a ter vontade de passar na capela do Santíssimo antes de ir à faculdade, de rezar o Terço e de ouvir mais músicas religiosas”, detalha ao O SÃO PAULO.
Por algum tempo, Caroline guardou para si todos esses sentimentos, mas quando participou de um encontro vocacional no Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, não teve mais dúvidas sobre os planos de Deus para sua vida: “Realmente, percebi que aqui era o meu lugar. Como eu já era professora, estar em um instituto que atua na educação me despertou a atenção. Também me senti atraída pelo jeito das irmãs, muito alegres e afetuosas”.
Quando contou aos pais que estava em processo de discernimento vocacional, as primeiras reações foram de estranhamento. “Meu pai me disse: ‘Nossa, filha, que legal! Mas eu busco você quase todo fim de semana no pagode, isso não parece que combina com você’”, recorda Caroline, dizendo, porém, que com o tempo teve amplo incentivo de toda a família e dos amigos.
UM VIDA ALEGRE EM CRISTO
Irmã Caroline, hoje com 33 anos, fez os primeiros votos à vida religiosa consagrada em 2017, e os votos perpétuos em dezembro de 2023. Ela conta que desde que ingressou no itinerário formativo, percebeu que o senso comum de que uma irmã tem uma vida triste e monótona não condiz com a realidade: “Somos totalmente de Jesus, é impossível a vida não ser boa assim! Deus sempre usa aquilo que já temos e somos, e Ele nos completa”.
Outro “mito” é que pelo fato de não poder ser mãe, a religiosa consagrada será uma mulher infeliz. “Nós sentimos a experiência real de que tantas pessoas se tornam nossos filhos e filhas”, ressalta.
Às jovens que sentem o chamado de Cristo em suas vidas, Irmã Caroline assegura que fazer um processo de discernimento vocacional nunca será “tempo perdido”.
“Muitas meninas vêm até nós, fazem um caminho muito bonito de discernimento conosco e percebem que sua vida não será aqui, mas acabam enriquecidas por terem uma rotina maior de oração – afinal é Deus quem chama e é com Ele que precisamos conversar para tomar uma decisão – e pela vida comunitária, aprendendo a conviver de forma diferente com o outro e a doar-se pelo próximo”, diz a religiosa nascida em Salto (SP) e que atualmente vive na sede das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, na capital paulista.
Irmã Caroline recomenda que as pessoas próximas a quem esteja em processo de discernimento vocacional rezem por este vocacionado, confiem verdadeiramente que a vida religiosa consagrada e o sacerdócio são bons estados de vida, e que nas paróquias e comunidades o tema das vocações seja tratado com mais naturalidade e constância, a fim de sempre mais ajudar os jovens a pensar no próprio futuro.
CONHEÇA O INSTITUTO DAS APÓSTOLAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS: https://www.apostolas.org.br/apostolassp
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