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Leão XIV: ‘Os pobres nos levam a tocar com as mãos a verdade do Evangelho’

‘Tu és a minha esperança’ (Sl 71,5): 9º Dia Mundial dos Pobres, será no domingo, dia 16
Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

“Para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados”. Assim explicou o Papa Francisco sobre os propósitos do Dia Mundial dos Pobres, na mensagem que escreveu para a 1ª edição, celebrada em 2017. 

No domingo, 16, acontecerá a 9ª edição do Dia Mundial dos Pobres, desta vez com o tema “Tu és a minha esperança” (Sl 71,5). Na mensagem que escreveu para esta jornada, realizada sempre no 33º Domingo do Tempo Comum, o Papa Leão XIV destaca que todo aquele que deposita esperança em Cristo não se decepciona e que o pobre “tornar-se testemunha de uma esperança forte e confiável, precisamente porque é professada em uma condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização”, tendo, assim, de confiar plenamente na ação de Deus. 

Leão XIV assegura que “a pobreza mais grave é não conhecer a Deus”, e lembra que Francisco, na Evangelii gaudium (EG), aponta que “a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a Sua amizade, a Sua bênção, a Sua Palavra, a celebração dos sacramentos e a proposta de um caminho de crescimento e amadurecimento na fé” (EG 200). 

A ESPERANÇA CRISTÃ E A CARIDADE 

Leão XIV lembra que a esperança sustentada pelo amor de Deus “transforma o coração humano em terra fértil, onde pode germinar a caridade para a vida do mundo”, e aponta que as virtudes teologais da fé, esperança e caridade estão interligadas: “A esperança nasce da fé, que a alimenta e sustenta, sobre o fundamento da caridade, que é a mãe de todas as virtudes”. Também alerta: “Quem carece de caridade não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo”. 

O Papa ressalta que as causas estruturais da pobreza devem ser enfrentadas e eliminadas, e que todos são chamados a “criar sinais de esperança que testemunhem a caridade cristã, como fizeram, em todas as épocas, muitos santos e santas”, e continuam a fazer as organizações da Igreja em suas obras de caridade. 

NO CORAÇÃO DO AGIR PASTORAL 

O Pontífice também ressalta que “os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e, também, com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, nos levam a tocar com as mãos a verdade do Evangelho”. Nesse contexto, “o Dia Mundial dos Pobres pretende recordar às nossas comunidades que os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Por meio das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos”. 

O Santo Padre exorta todos à responsabilidade social com a vida destes irmãos: “Com efeito, ajudar os pobres é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade. Como observa Santo Agostinho: ‘Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades sobre isto’ (Comentário à 1 Jo, VIII, 5)”. 

Por fim, Leão XIV deseja que este Ano Jubilar “possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, além de novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais se alcançará com armas”. 

O QUE FAZER NO DIA MUNDIAL DOS POBRES? 

Na mensagem para o 1º Dia Mundial dos Pobres, o Papa Francisco exortou a: 

  • Dar atenção a todos que pedem por ajuda; 
  • Conscientizar contra a cultura do descarte e assumir a cultura do encontro; 
  • Abrir-se à partilha com os pobres; 
  • Realizar nas comunidades cristãs momentos de encontro e amizade, de solidariedade e de ajuda concreta aos pobres; 
  • Convidá-los a participar da Eucaristia e com eles rezar: “Não nos esqueçamos de que o Pai-Nosso é a oração dos pobres”.

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