Leigas comemoram 50 anos de consagração a Deus na Arquidiocese

Luciney Martins/ O SÃO PAULO

Na quinta-feira, 7, o Cardeal Odilo Pe­dro Scherer presidiu a Eucaristia na capela da Cúria Metropolitana, com a participa­ção de um grupo de leigas consagradas da Arquidiocese de São Paulo. Na ocasião, foram comemorados os 50 anos de con­sagração de Zilda Siqueira Furtado e Ruth Maria de Carvalho, que foi secretária ar­quidiocesana de pastoral por cerca de três décadas.

Essa consagração laical se dá por meio do rito da Ordo virginum (Ordem das virgens), promulgado pela então Congre­gação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em 1970 (atualmente um dicastério de mesmo nome), sob o pontificado de São Paulo VI, renovando uma das mais antigas formas de consa­gração feminina da Igreja.

O principal diferencial em relação às outras formas de consagração é que essas mulheres se consagram e realizam voto de castidade perpétua, mas não se vinculam a nenhuma congregação religiosa, e sim a uma Igreja particular, isto é, diocese ou arquidiocese. Elas “permanecem em seuambiente de vida comum, enraizadas na comunidade diocesana”, como explicado na instrução Ecclesiae sponsae imago, do­cumento da Santa Sé sobre esse rito, publi­cado em julho de 2018.

ORIGEM BÍBLICA

A mesma instrução rememora, ainda, que o ato de consagração de mulheres está indicado em algumas passagens do Novo Testamento e em escritos sobre a vivência das primeiras comunidades cris­tãs. Destacando que, nos três primeiros séculos, algumas das virgens consagradas foram vítimas de martírio por permane­cerem fiéis à vocação, como Águeda, de Catânia; Luzia, de Siracusa; Inês e Cecília, de Roma; Tecla, de Icônio; Apolônia, de Alexandria; Restituta, de Cartago; Justa e Rufina, de Sevilha. Estima-se que, atual­mente, existem cerca de 5 mil consagra­das em todo o mundo.

Na Arquidiocese de São Paulo, o rito Ordo virginum foi instalado pelo então Arcebispo Metropolitano, Cardeal Paulo Evaristo Arns, no mesmo ano de sua pro­mulgação. Em 31 de maio de 1972, ocor­reu a primeira consagração, que foi a de Maria Ângela Borsoi. O número de leigasconsagradas na Arquidiocese chegou a 64 e, atualmente, segundo o último levanta­mento, é de 35.

GRATIDÃO

Luciney Martins/ O SÃO PAULO

Por ocasião da comemoração dos 50 anos da promulgação do rito da Ordo virginum, em 2020, o Cardeal Scherer su­blinhou que a renovação dessa forma de consagração aconteceu diante das mudan­ças quanto à condição feminina na Igreja, e “valoriza a força de atração dessa antiga forma de vida consagrada, capaz de cor­responder ao desejo de muitas mulheres, também hoje, de dedicarem sua vida intei­ramente ao Senhor Jesus e aos irmãos. Ao mesmo tempo, a renovação do Rito traduz a redescoberta da identidade da própria Igreja particular, lugar onde a consagração acontece”.

Na missa celebrada na Cúria, o Arce­bispo renovou seu agradecimento a todas as consagradas por seu serviço abnegado à Igreja por meio do testemunho da vida inteiramente doada a Deus e aos irmãos.

Após a celebração, cada leiga consa­grada recebeu de presente uma fotografia dos três últimos arcebispos de São Paulo, os Cardeais Paulo Evaristo Arns, Cláudio Hummes e Odilo Scherer, como expressão de gratidão pelo apoio e incentivo dado por eles à Ordem das Virgens na Arquidiocese.

Novo Assistente Eclesiástico

Em 09 de dezembro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer nomeou Padre Vittorio Moregola como Assistente Eclesiástico das Consagradas a Igreja Arquidiocesana de São Paulo. Entre suas funções, estará o acompanhamento da vida espiritual e auxílio na formação das Consagradas, ajudando-as a melhor vivenciar a consagração.

1 comentário em “Leigas comemoram 50 anos de consagração a Deus na Arquidiocese”

  1. Obrigada por partilhar está matéria do Jornal O São Paulo..Celebrar e partilhar momentos alegres e importantes de toda vocação é uma maneira de relembrar renovar e atualizar o chamado de Deus a tantas pessoas que caminham na vida procurando discernir sua vocação no mundo a serviço do Reino de Deus.

    Responder

Deixe um comentário