Nós, Missionários da Redenção, atuamos na promoção do desenvolvimento integral autêntico. É a partir do coração do Evangelho que reconhecemos a conexão íntima que existe entre evangelização e a promoção humana. De acordo com a encíclica Redemptoris missio, nascemos com a mesma dignidade, e em Cristo a redenção realizada na cruz restituiu a dignidade ao homem e o sentido de ser.
Sabemos que não há desenvolvimento humano quando ignoramos os sustentáculos fundamentais que firmam toda a população, que é a sua riqueza imaterial: a vida, a família, a educação, a saúde, a segurança, pois como afirma o Papa Francisco:
“A vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a desagregação social; a educação integral, que não se reduz a uma simples transmissão de informações com o fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão espiritual, que é essencial para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano” (discurso na Comunidade de Varginha, no Rio de Janeiro, em 25/07/2013).
Nesse contexto, vemos no Centro de Acolhida do Amparo Maternal a realização de obras e gestos como comunidade missionária, que “entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se […] Assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo”, como se lê na bula Misericordiae vultus, pela qual o Papa Francisco proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, em 2015.
Na exortação apostólica Evangelii gaudium, o Pontífice também faz saber que a primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus e que a missão é a Igreja com o mandato de amar, servir, pregar, ensinar, curar e libertar; nisto, todos somos motivados a colaborar para o desenvolvimento da humanidade. Aqui no Amparo, vemos gestos concretos desta missão. O lema “Nunca recusar ninguém”, deixado pela Madre Marie Domineuc, nos sugere que cada vida conta, que devemos colaborar para que em todo o mundo ninguém seja ignorado; ao contrário, que seja amado e acolhido, pois “a existência de cada um de nós está ligada à dos outros: a vida não é tempo que passa, mas tempo de encontro” (Fratelli tutti 66).
Como membros da Missionários da Redenção, somos gratos a Deus por fazer parte desta história, temos nos esforçado para seguir os rastros de luz deixados por tantos testemunhos de fé dos fundadores, gestores, voluntários, colaboradores, doadores e acolhidos. Temos nos dedicamos com muito amor para continuidade dessa obra que pertence a Deus e que há 85 anos salva vidas, pois “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (Gaudium et spes 1).