Na Igreja Nossa Senhora da Lapa, peregrinos são chamados ao encontro com Jesus

Localizada em um dos bairros comerciais mais conhecidos de São Paulo, a Igreja Nossa Senhora da Lapa, erigida em 1911, há décadas é um templo no qual paroquianos e todos aqueles que estão de passagem pela Lapa podem se conectar com o amor de Deus e a terna intercessão da Virgem Maria. 

Neste Ano Jubilar, a matriz da Paróquia Nossa Senhora da Lapa, Decanato São Simão da Região Lapa, é uma das igrejas de peregrinação na Arquidiocese de São Paulo, fato que ao ser oficializado gerou um misto de sensações no Padre Marcos Roberto Pires, Pároco desde fevereiro de 2024. “Fiquei um pouquinho assustado no começo, mas, ao mesmo tempo, tive um sentimento de contentamento por nossa igreja ser uma das escolhidas”, disse o Sacerdote ao O SÃO PAULO. 

Uma primeira medida, de acordo com o Pároco, foi a de realizar reuniões formativas para que as lideranças paroquiais entendessem os reais propósitos deste Jubileu e, assim, melhor acolhessem e orientassem os peregrinos. 

RITO DE PEREGRINAÇÃO 

Na Igreja Nossa Senhora da Lapa, o rito de peregrinação tem sido realizado às quartas-feiras (a partir das 14h15, concluído com a missa das 15h), às quintas-feiras (início às 12h e missa às 12h30), aos sábados (começo às 14h15 e missa às 15h) e aos domingos (início às 7h15 e missa às 8h), seguindo o roteiro preparado pela Comissão Jubilar da Arquidiocese de São Paulo, no qual constam preces específicas, um momento de contemplação da cruz, a renovação das promessas batismais, a oração diante da imagem da Virgem Maria e o Ato de Esperança, com a Oração do Jubileu. 

Segundo o Padre Marcos, nestes dias e horários a equipe de acolhida da Paróquia acompanha os peregrinos, sejam os que vão individualmente, sejam os que vão em pequenos grupos ou em peregrinações paroquiais, como a ocorrida em 15 de março com os fiéis da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, da Região Ipiranga. No caso das peregrinações em grupo, pede-se que seja feito o agendamento prévio na secretaria paroquial (veja detalhes no box). 

MOMENTOS ORANTES E CONFISSÕES 

Os atendimentos de Confissão – uma das condições para se obter a indulgência plenária neste Jubileu – ocorrem às segundas, quartas e sextas-feiras, após a missa das 15h, e aos sábados, das 14h às 15h. 

Na Igreja Nossa Senhora da Lapa, há diariamente ao menos duas missas: às segundas, quartas, quintas e sextas-feiras, às 12h30 e 15h; às terças-feiras, às 12h30 e 19h (esta última na chamada noite carismática); aos sábados, às 10h e 15h; e aos domingos, às 8h, 10h e 18h30. 

Também são realizadas a adoração ao Santíssimo às segundas e às quintas-feiras pela manhã; e o Terço dos Homens, às quartas-feiras, às 18h30. 

“A Igreja Nossa Senhora da Lapa é centenária, com quase 114 anos. É muito bonita, tem uma capela muito aconchegante e que nos convida a orar. Há muitos vitrais, as estações da via-sacra e os nichos com vários santos, diante dos quais muitas pessoas fazem suas orações, bem como na capela do Santíssimo”, detalhou Padre Marcos. 

DIVULGAÇÃO SOBRE O JUBILEU 

Ainda de acordo com o Pároco, a Pastoral da Comunicação paroquial tem se empenhado em divulgar o Jubileu, bem como explicar seu real sentido. No site da Paróquia, por exemplo, há uma página específica com explicações sobre a indulgência plenária. 

“Buscamos sempre recordar à comunidade que somos uma das 12 igrejas de peregrinação neste Jubileu, enfatizamos nas redes sociais, e eu também anuncio isso nos programas que apresento na rádio 9 de Julho e na Rede Vida de Televisão”, comentou Padre Marcos. 

Na entrada principal do templo, um grande logotipo do Jubileu 2025 anuncia a todos este momento de graças para a Igreja. Além disso, a bandeira e a lamparina deste Ano Santo podem ser facilmente vistas no presbitério. 

UMA GRAÇA QUE ENVOLVE UMA DECISÃO DE VIDA 

Padre Marcos enfatizou que uma de suas preocupações neste Ano Jubilar tem sido fazer com que os peregrinos entendam a real dimensão da graça concedida pela Igreja com a indulgência plenária, o que começa por uma maior consciência sobre o sacramento da Confissão. 

“A Confissão deve ser muito bem direcionada, a fim de a pessoa, com determinação na vida, não querer mais ter maus hábitos e entender que Jesus nos chamou não para ser bons, mas para ser santos como Ele é santo”, insistiu o Pároco. 

“Sempre procuramos enfatizar que é uma decisão de vida. Infelizmente, algumas pessoas ainda dizem ‘eu vou lá na igreja receber a indulgência plenária’, mas nem sabem o que significa. Assim, é preciso que os padres e bispos as ajudem a ter consciência de que para receber a indulgência plenária a pessoa deve se comprometer a rever seus maus hábitos, aquelas coisas que sempre a levam a cair em pecado. E isso precisa ser bem explicado, para que as pessoas não pensem ‘Ah, este ano, eu vou me confessar, vou receber uma indulgência, irei direto para o céu’. E não é assim. Se você voltar a cair, se voltar a ceder a esses pecados, mesmo tendo recebido a indulgência plenária, vai cair naquela linha zero de novo. Não é brincadeira, é uma decisão”, comentou. 

A esse respeito, o Papa Francisco na bula Spes non confundit, com a qual proclamou este Ano Santo, recorda que todo o pecado deixa marcas, “traz consigo consequências, não só exteriores, como consequências do mal cometido, mas também interiores, pois ‘todo o pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa de ser purificado, quer nesta vida, quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório’. [Catecismo da Igreja Católica, 1472] Assim, na nossa débil humanidade atraída pelo mal, permanecem ‘efeitos residuais do pecado’. São tirados pela indulgência, sempre por graça de Cristo”. 

QUE A ESPIRITUALIDADE DO JUBILEU SEJA UMA CONSTANTE 

Padre Marcos, por fim, deseja que este Ano Jubilar proporcione um maior ardor missionário e evangelizador em toda a Igreja e projeta que nele “se aumentará ainda mais a espiritualidade riquíssima que já temos na Paróquia”. 

“Eu espero que a espiritualidade manifesta com o Jubileu seja uma peregrinação constante, porque é uma proposta de mudança de vida, para que cada pessoa possa ter um encontro com Cristo, que leve a uma vida regular oracional e de gestos pastorais de caridade”, concluiu.