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No início da noite do dia 24, o sino da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, ressoava entre os sons da Favela Nelson Cruz, no Belenzinho. O badalar do sino anunciava o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, e o início da Missa da Noite de Natal, presidida por Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém.
A missa, concelebrada pelo Padre Paulo Gomes da Silva Jr, sacerdote da Missão Belém, contou com a presença de dezenas de fiéis, dentre eles, homens que foram acolhidos pela Missão.
No início da celebração, ao canto do Glória, uma criança entrou pelo corredor central, com a imagem do Menino Jesus, entregando-a a Dom Cícero, que depositou-a no presépio decorado com um cobertor que é distribuído às pessoas em situação de rua, recordando que Jesus também nasceu pobre entre os pobres.
‘E NÃO HAVIA LUGAR PARA ELES’
Com essa frase do Evangelho, Dom Cícero iniciou sua homilia, recordando que o relato do Evangelho deixa entrever que Jesus, Maria e José não encontraram lugar na hospedaria.
“Será que hoje Jesus já encontrou lugar na nossa vida?”, indagou Dom Cícero, que recordou que ‘ao celebrarmos o Natal, nós somos convidados a nos perguntarmos se Jesus tem lugar para nascer na nossa vida, ou se o mundo ainda continua rejeitando-o.’
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A LUZ QUE VEIO AO MUNDO
A primeira leitura, do Profeta Isaías, diz que “a luz veio ao mundo”. A respeito deste versículo, Dom Cícero destacou que Jesus é esta luz, e que a luz serve para mostrar o caminho.
“A luz serve para nos tirar da escuridão. A luz nos permite ver quem somos e onde estamos. Se apagarmos todas as luzes da igreja e ficarmos no escuro, teremos dificuldade em encontrar a saída. A escuridão é símbolo da morte, por isso que os mortos fecham os olhos e entram na escuridão. Os túmulos são escuros, embaixo da terra é escuro, então a luz é símbolo da vida. A luz veio a nós. Jesus é a nossa luz. Quem o segue, portanto, caminha na luz. E caminhar na luz significa exatamente saber quem se é. Saber a própria identidade, saber onde está. Isto é, a luz não nos deixa ou não nos permite que nos percamos. Quem não está na luz se perde, e aí entra por caminhos escuros e tortuosos. Nós precisamos da luz.”, afirmou.
JESUS NASCEU FRÁGIL
Dom Cícero ainda salientou que Jesus se fez pequeno e pobre, e nasceu frágil: “Como é bonito pensar, irmãos e irmãs, Deus é frágil, como nós somos frágeis. Ele se faz um frágil entre os frágeis.”
O Prelado recordou que uma criança necessita de cuidado, de proteção porque é frágil, e que Deus se fez pequeno e frágil, para experimentar a fraqueza humana. E que Deus se fez pequeno e frágil porque ama a humanidade.
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NATAL DE JESUS
Ainda na homilia, Dom Cícero lamentou Jesus esteja sendo tirado do centro das festividades do Natal.
“Vocês perceberam que o Natal de Jesus se tornou na festa do Papai Noel? Papai Noel não é o centro. Nós não somos o centro. O centro é Ele. Por isso que o grande desafio do Natal é que o nosso coração se transforme numa manjedoura. Se transforme numa gruta de Belém para que Ele possa nascer. Nós precisamos ensinar as nossas crianças que o Natal não é somente a festa da paz. A festa em que todo mundo fica bonzinho e aí todo mundo quer ajudar os pobres. Não, é a festa do nascimento de Jesus. E porque Ele nasce, e porque Ele nasceu, aí sim nós temos a paz. Aí sim nós devemos ser bons. Mas não existe bondade sem Jesus. Não existe paz sem Jesus.”, exortou.
Por fim, o Prelado ressaltou que Jesus toca e alcança a miséria, a pobreza e a exclusão humana, porque Ele também nasceu excluído, sem um lugar para nascer, assumindo a pobreza e a fragilidade humana.
Dom Cícero exortou os fiéis a se perguntarem se em cada coração, há um lugar para Jesus nascer.
“José procurou em vários lugares, mas ninguém quis acolhê-los. O único lugar que os acolheu foi o lugar onde os animais dormiam e comiam. Eles não tinham lugar. E hoje? Jesus tem lugar para nascer em nossa vida. Será que nós estamos abrindo as portas para Ele? Ou estamos ainda fechando-lhe as portas do nosso coração? Que sejamos, portanto, alcançados por esta luz. Mas que, sobretudo, tenhamos a coragem de dar lugar para Ele em nossa vida, de transformar os nossos corações em uma pequena manjedoura, em que Ele possa nascer, possa, enfim, crescer.”, concluiu.
Ao final da celebração, Dom Cícero e o Padre Paulo saudaram os fiéis entregando-lhes doces natalinos, que foram fabricados pela Missão Belém.