No sábado, 21, às 15h, na Basílica Menor de Sant’Ana, na zona Norte da capital, pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, será conferido o sacramento da Ordem no grau do presbiterado ao Diácono Douglas da Silva Gonzaga, 26.
Paulistano, Douglas nasceu em 15 de fevereiro de 1998. Antes mesmo de nascer, ele recebeu uma bênção que considera como um primeiro chamado. “Minha mãe realizava os exames pré-natais no Hospital Amparo Maternal e em uma das vezes que ela lá estava, Dom Paulo Evaristo Arns [então Arcebispo Metropolitano] chegou e ao ter contato com ela, abençoou-me ainda no ventre materno. Eu tenho esse momento como um grande sinal da presença misericordiosa do Bom Pastor em minha vida”, relatou em entrevista ao O SÃO PAULO, na ocasião de sua ordenação diaconal, em dezembro de 2023.
Em 2014, o terceiro dos quatro filhos do casal Fátima Gonzaga e Airton Gonzaga foi crismado na Paróquia Santa Maria Madalena, na Região Episcopal Belém. À época, ele cursava o 1º ano do ensino médio e ouviu de um seminarista o questionamento se nunca havia pensado em ser padre: “Após essa pergunta, passei a alimentar esse desejo em segredo. Em 2015, decidi procurar a Pastoral Vocacional da Arquidiocese, e, com a ajuda do meu Pároco e de amigos, fui lapidando a ideia de entrar no seminário”.
Douglas ingressou no Seminário Propedêutico em 2016. Depois, passou à etapa do Discipulado, no Seminário de Filosofia (2017-2019), e da Configuração, desde 2020, no Seminário de Teologia. “Fui aprendendo a conformar a minha vontade com a de Deus, sem coisas muito extraordinárias, mas na convivência diária, no estudo e, principalmente, nas orações. Minha vocação foi sendo confirmada com a Igreja, uma vez que o discernimento, seja para o que for, não se faz nunca sozinho, mas sempre com a Igreja”, comentou.
PRESBÍTERO
A palavra “presbítero” tem origem grega e era usada para se referir aos “anciãos” responsáveis por conduzir as primeiras comunidades cristãs. Na tradição latina, este nome grego foi sendo substituído por “padre’, que significa “pai”, ressaltando o mesmo caráter de “responsabilidade amorosa, paterna” pela comunidade.
A principal missão dos padres é o ministério da Palavra, dos sacramentos e da pastoral. O decreto Presbyterorum ordinis, do Concílio Vaticano II, diz que “os presbíteros têm como primeiro dever anunciar a Palavra de Deus”. Este anúncio se dá pela convivência edificante entre os povos; pela pregação, por meio da qual se anuncia o mistério de Cristo aos que creem; pelo ensino do Catecismo cristão ou pela explanação da Doutrina da Igreja; e, pelo estudo, à luz de Cristo, dos problemas que surgem. O padre ensina não a sua própria sabedoria, mas a Palavra de Deus, convidando todos à conversão e à santidade.
Ainda segundo esse documento, os presbíteros são consagrados por Deus para que sejam, na celebração sagrada, ministros Daquele que, na liturgia, exerce perenemente o seu ofício sacerdotal em favor do povo. Pelo Batismo, introduzem os seres humanos na Igreja, povo de Deus; pela Reconciliação (Confissão), reconciliam os pecadores com Deus e com a Igreja; pela Unção dos Enfermos, aliviam os doentes; e, sobretudo, com a celebração da missa, oferecem sacramentalmente o sacrifício de Cristo.
Como representantes de “Cristo-cabeça” do corpo que é a Igreja, em comunhão com o presbitério reunido em torno de seu bispo, os padres têm o encargo de reunir o povo de Deus e conduzi-lo ao Pai. Para isso, recebem a autoridade para edificação das comunidades cristãs nas quais os fiéis vivenciam a presença do Senhor e participam da missão evangelizadora da Igreja.