O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo presidiu a Eucaristia na manhã desta sexta-feira, 8, na capela de sua residência, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.
“Rezemos para que possamos ser livres dessa pandemia e também para que os cientistas e pesquisadores, o quanto antes, encontrem uma vacina e um medicamento eficaz para curar os doentes”, disse Dom Odilo, incluindo, como tem feito todos os dias, a intenção dos falecidos e seus familiares.
CRER NA PESSOA DE JESUS
Dom Odilo iniciou a homilia com um comentário sobre a pregação “missionária e querigmática” de São Paulo em Antioquia da Pisídia, narrada na primeira leitura (At 13,26-33). O Apóstolo anuncia Jesus, sua vida, pregação, sua condenação, paixão, morte e ressurreição. “Este é sempre o núcleo referencial da pregação do Evangelho”, destacou o Cardeal.
“Aqui, mais uma vez fica claro que a nossa fé cristã tem como referência o testemunho sobre Jesus Cristo. Não é simplesmente um conjunto de doutrinas e preceitos morais ou de ritos religiosos, litúrgicos… muito menos uma ideologia social e política de transformar o mundo segundo uma certa proposta. A pregação cristã sempre parte de Jesus Cristo, nunca pode ser algo que se torna desligado ou independente dele”, enfatizou o Arcebispo.
Dom Odilo reforçou que fé cristã não consiste simplesmente em ideias que se discutem, como as filosofias, mas na pessoa de Jesus Cristo. “Jesus Cristo não é uma ideia, é o Filho de Deus”, afirmou, recordando, ainda, as palavras de São Paulo na sua Primeira Carta aos Coríntios: “Nós, porém, proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos”( 1Cor 1,23).
ESPERANÇA CRISTÃ
No Evangelho do dia (Jo 14,1-6), ainda no contexto do seu discurso de despedida na última ceia, Jesus diz que na casa do Pai há muitas moradas e que irá preparar um lugar para os seus e que depois voltará para leva-los consigo.
O Cardeal explicou que esse lugar preparado por Jesus é a vida eterna, junto de Deus, na sua glória, a realização plena da finalidade para a qual Ele criou a humanidade. “Esta promessa de Jesus é o motivo da grande alegria, que anima a nossa esperança cristã”, destacou.
“Nós não cremos apenas para sermos felizes neste mundo”, acrescentou Dom Odilo, ressaltando que, em tempos como o desta pandemia, ganham força tendências de que “o ser humano deve ser senhor da própria morte”.
VIDA ETERNA
“Quando nem conseguimos dar conta de um vírus e de tantos outros problemas que temos ao nosso redor, sentimo-nos tão frágeis e incapazes… Deus não nos fez para a frustração, mas para a plenitude. Por isso mesmo, Jesus nos dá essa palavra de esperança, essa promessa, que nos dá esperança e certeza de que também diante da morte, do inevitável, temos a vida eterna”, afirmou.
“Peçamos a Deus que nos dê esperança e humildade sincera para poder acolher de Deus a sua promessa e não sermos tão soberbos e não aceitar o presente que Ele quer nos dar: a vida eterna”, concluiu.
EM CASA
No fim da celebração, o cardeal renovou o pedido para que as pessoas convidem seus familiares e conhecidos para acompanharem as celebrações que estão sendo transmitidas pelas mídias digitais.
“Eu sei que há muitas pessoas querendo voltar para a Igreja, com saudades da missa, receber sacramentalmente a Eucaristia, reencontrar a comunidade… Isso é bom! Mas, por enquanto, isso ainda não é possível por causa das restrições em vista da pandemia. Devemos cuidar para que não sejamos contagiados e também não sejamos um risco pra contagiar outros”, afirmou o Cardeal, explicando que por essas razões, está mantida na Arquidiocese, como em outras dioceses brasileiras, a suspensão das missas e atividades religiosas e pastorais com a presença de fiéis.
GENEROSIDADE
“Gostaria, também, de pedir a vocês o seu apoio às paróquias, inclusive do ponto de vista das colaborações econômicas, porque as paróquias precisam para poderem arcar com as suas despesas ordinárias que continuam a ocorrer e para que continuem a manter vivo o trabalho pastoral e evangelizador da Igreja”, acrescentou Dom Odilo, recomendando os fiéis a também estarem atentos às necessidades materiais dos mais pobres, auxiliando, na medida do possível, as muitas iniciativas e organizações de serviço da caridade da Igreja.