O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu, na capela da sua residência, a missa desta segunda-feira, 15, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.
O Evangelho do dia (Jo 4,43-54) destaca a salvação que se manifesta por meio dos sinais realizados por Jesus, mais especificamente com a cura do filho do funcionário do rei, que lhe pedia com insistência.
Ao comentar esse trecho, na homilia, Dom Odilo salientou que Cristo atendeu imediatamente o apelo daquele homem pagão sem questionar sua origem, condição ou posição social. “Jesus não perguntou a esse funcionário do rei qual era seu partido. Ele fez o bem sem olhar as ideologias, pois olha para as pessoas”, afirmou o Cardeal, sublinhando que, atualmente, as pessoas estão “viciadas” em condicionar suas ações a interesses partidários ou ideológicos.
Tempo de misericórdia
Na primeira leitura (Is 65,17-21), o profeta Isaías anuncia novos tempos: “Eis que eu criarei novos céus e nova terra, coisas passadas serão esquecidas, não voltarão mais à memória”.
“O profeta não mais anuncia os castigos por causa do pecado do homem, mas a misericórdia, a salvação”, ressaltou Dom Odilo, explicando que o “novo céu e a nova terra” se referem ao tempo em que reinarão o perdão, a misericórdia, a paz e a justiça de Deus, situação semelhante à harmonia vivida no paraíso. “Haverá alegria e exultação sem fim em razão das coisas que eu vou criar; farei de Jerusalém a cidade da exultação e um povo cheio de alegria”, diz o texto bíblico.
O Cardeal enfatizou que o anúncio dessas novas realidades é o próprio Evangelho. “O novo céu e a nova terra são a promessa da redenção plena. É isso que continuamos a anunciar”, acrescentou, lembrando que o ser humano é chamado a participar dessa obra redentora.
“Este é o apelo da Quaresma, lembrarmos dessa grande promessa de Deus. ‘Eis que faço nova todas as coisas’. Essa é a meta do caminho da vida cristã, da existência humana vivida na fé e na confiança em Deus”, completou o Arcebispo.
REINO MESSIÂNICO DE JESUS.
“Quando também a criação, renovada e liberta, frutificar abundantemente todo tipo de alimento, graças ao orvalho do céu e à fertilidade da terra , da forma como recordam os Anciãos que viram João, Discípulo do SENHOR, ouvindo-o da maneira como o SENHOR ensinava a respeito desses tempos:
“Haverá dias em que nascerão vinhas que terão, cada uma, dez mil videiras; cada videira terá dez mil ramos; cada ramo terá mil galhos; cada galho terá dez mil cachos e cada cacho terá dez mil uvas e cada uva espremida renderá vinte e cinco metretes de vinho. E quando um dos santos pegar um dos cachos, o outro cacho gritará: ‘pega-me porque sou o melhor e, por meu intermédio, bendize o SENHOR’. Da mesma forma, um grão de trigo produzirá dez mil espigas e cada espiga dará dez mil grãos; cada grão dará dez libras de farinha branca e limpa. Também os outros frutos, sementes e ervas produzirão nessa mesma proporção. E todos os animais que se alimentam dos alimentos dessa terra se tornarão pacíficos e viverão em harmonia entre si, submetendo-se aos homens sem qualquer relutância.”
Também atestou isso por escrito em seu quarto livro Papias, homem antigo, Discípulo de João e companheiro de Policarpo. Na verdade, ele escreveu cinco livros e acrescentou:
“Essas coisas são dignas de fé para os que acreditam. E como disse Judas, o traidor, que não acreditava e perguntou: ‘Mas como o SENHOR realizará tais coisas?’; e o SENHOR respondeu: ‘Verão aqueles que chegarem a esses tempos’. Estes, então, serão os tempos preditos pelo profeta Isaías: ‘Então o lobo habitará com o cordeiro…’”.
Papias de Hierapolis-130 Citado por Irineu de Lião-180.