Instituição leiga de origem milenar dedica à assistência material e espiritual dos cristãos na Terra Santa
O Cardeal Fernando Filoni, Grão-mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, presidiu no sábado, 26, em São Paulo, a cerimônia de investidura de novos membros dessa histórica instituição encarregada de suprir as necessidades do Patriarcado Latino de Jerusalém e de sustentar as atividades e as iniciativas em favor da presença cristã na Terra Santa.
A celebração ocorreu na Paróquia Assunção de Nossa Senhora, no Jardim Paulista, e contou com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, que é Grão-prior da Ordem do Santo Sepulcro em São Paulo.
Na ocasião, foram admitidos para a ordem cinco cavaleiros, sendo um deles um diácono permanente, e duas damas.
Com sede na Cidade do Vaticano, a Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém é uma associação internacional de fiéis ligada à Santa Sé que tem como missão a prática da vida cristã, em fidelidade com o Santo Padre, e obediência às doutrinas da Igreja e a assistência à Terra Santa. As doações realizadas por seus membros são o principal recurso de financiamento das instituições do Patriarcado Latino de Jerusalém.
FÉ E CARIDADE
A origem dessa instituição remonta à primeira Cruzada, no século XI, quando o nobre belga Godfrey de Bouillon reuniu ao seu redor um grupo de cavaleiros, aos quais foi confiado a proteção do Santo Sepulcro de Jerusalém. Com o passar dos séculos, a Ordem teve várias configurações e missões, sempre voltadas à proteção dos lugares santos e à assistência aos peregrinos.
Em 1847, o Papa Pio IX modernizou a Ordem, dando-lhe uma nova Constituição e colocando-a sob a proteção direta da Santa Sé e conferindo o seu governo ao Patriarca Latino de Jerusalém. A Ordem passou, ainda, por reformulações realizadas pelos papas São João XXIII, São Paulo VI e São João Paulo II até chegar à configuração canônica atual.
Atualmente, a Ordem do Santo Sepulcro possui mais de 30 mil membros em todo o mundo. “Hoje, nós ajudamos 45 escolas, que reúnem cerca de 20 mil alunos. Temos hospitais, universidade e obras sociais. Cuidamos, ainda, de um seminário para a formação dos padres do Patriarcado Latino, que atuam em Israel, Palestina, Jordânia etc.”, explicou o Cardeal Filoni ao O SÃO PAULO.
Dom Odilo enfatizou o testemunho dado pelos membros da Ordem do Santo Sepulcro, sobretudo no atual contexto de conflitos vividos no Oriente Médio. “Naturalmente, a Ordem não se envolve diretamente no contexto de conflito, mas sim no socorro humanitário, como, por exemplo, na Faixa de Gaza. Lá, instituições ligadas à Igreja são apoiadas e socorridas pela Ordem no atendimento a tantas famílias, inclusive cristãs, que perderam tudo e precisam recuperar o mínimo de esperança para viver”, afirmou o Cardeal, sublinhando o papel da Ordem para continuar a existir “a presença e o testemunho do Evangelho naquela terra onde a nossa fé nasceu”.
