Os consagrados tornam visíveis as maravilhas de Deus à humanidade

Luciney Martins/O SÃO PAULO

No Mês Vocacional, a Igreja no Brasil rende graças a Deus, no 3º domingo de agosto, pelos vocacionados à vida religiosa consagrada.

Conforme lembra o Catecismo da Igreja Católica, “na vida consagrada, os fiéis propõem‑se, sob a moção do Espírito Santo, a seguir Cristo mais de perto, entregar‑se a Deus amado acima de todas as coisas e, procurando a perfeição da caridade ao serviço do Reino, ser na Igreja sinal e anúncio da glória do mundo que há de vir” (CIC 916).

É próprio da vida religiosa consagrada o aspecto cultual, a profissão pública dos conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, além da vida fraterna em comum e o testemunho de união a Cristo e à Igreja (cf. CIC 925 e 944).

TESTEMUNHAS VISÍVEIS DO AGIR DO SENHOR

São João Paulo II, na exortação apostólica Vita Consecrata, publicada em1996, indica que os consagrados e consagradas tornam visíveis “as maravilhas que Deus realiza na frágil humanidade das pessoas chamadas. Mais do que com as palavras, testemunham essas maravilhas com a linguagem eloquente de uma existência transfigurada, capaz de suscitar a admiração do mundo” (VC 20).

Sob o impulso do Espírito Santo, as pessoas consagradas imitam mais de perto a forma de vida que Jesus abraçou e propôs a seus discípulos (cf. VC 22); e ao viverem plenamente esta dedicação a Deus, oferecem “um raio da beleza divina que ilumina o caminho da existência humana”, e mesmo perante as dificuldades que enfrentem, devem convidar os homens e as mulheres “a olharem para o alto, a não se deixarem submergir pelas coisas de cada dia, mas a deixarem-se fascinar por Deus e pelo Evangelho do seu Filho” (VC 109).

MISSÕES DOS CONSAGRADOS NO MUNDO ATUAL

Na mensagem pelo Dia Mundial da Vida Consagrada, em 2 de fevereiro de 2023, o Papa Francisco lembrou que os consagrados dão um testemunho peculiar a toda a humanidade, pelo fato de serem “totalmente dedicados a Deus e ao seu Reino, na pobreza, virgindade e obediência”; e pediu à Virgem Maria para que suas vidas possam sempre representar “a festa do encontro com Cristo; e, assim como ela, possamos levar a luz do seu amor a todos: a Sua luz, não a nossa! Levemo-Lo, não a nós mesmos!”.

O Papa Bento XVI, em uma audiência com superiores de institutos de vida consagrada e de sociedades de vida apostólica, em maio de 2006, lembrou que “os consagrados e as consagradas têm a tarefa de ser testemunhas da presença transfiguradora de Deus em um mundo cada vez mais desnorteado e confuso, um mundo em que os matizes têm substituído as cores bem definidas e caracterizadoras”.

Para tal, os consagrados devem estar comprometidos com um “espírito mais evangélico, mais eclesial e mais apostólico”, resistindo à tentação “da mediocridade, do aburguesamento e da mentalidade consumista”, presentes na atual cultura secularizada. Nesse contexto, Bento XVI recomendou aos consagrados que se desapeguem de tudo aquilo que não é de Cristo: “O Senhor quer homens e mulheres livres, não vinculados, capazes de abandonar tudo para segui-Lo e encontrar somente Nele o seu próprio tudo”.

Por diferentes ocasiões, tanto Bento XVI quanto Francisco exortaram os religiosos consagrados a se alimentarem sempre mais da oração e da Eucaristia diária, bem como a assumirem um estilo de vida sóbrio e modesto.

Na exortação apostólica Vita Consecrata, São João Paulo II indica ainda que é responsabilidade de cada consagrado, especialmente dos mais jovens, bem testemunhar sua consagração a fim de chamar a atenção de outros jovens para este estado de vida. “O amor apaixonado por Jesus Cristo é uma atração poderosa sobre os outros jovens, que Ele, na sua bondade, chama a segui-Lo de perto e para sempre” (VC 109).

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