‘Porque viveu na esperança, inicia-se agora a sua última autoentrega, rumo ao Reino de Deus’, diz Dom Cícero sobre o Cardeal Hummes

Dom Cícero Alves de França presidiu, na tarde da terça-feira, 5, na Catedral da Sé, uma das missas em sufrágio por Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo, cujo sepultamento ocorrerá na Cripta da Catedral, na quarta-feira, 6, após a missa das 10h.

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Concelebrada por sacerdotes atuantes na Região Belém, a missa contou com expressiva participação de fiéis.

Durante a homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, baseando-se na leitura extraída da carta de São Paulo a Timóteo (2Tm4,6-8.17-18), exortou todos à reflexão exigida pela fé.

“A morte não é o fim, porque, imbuídos desta fé, esperamos e acreditamos que a ressurreição não é uma ideia, mas uma realidade. Por isso, a segunda leitura, comumente chamada de testamento de Paulo, nos convida a olhar para dois conceitos importantes: passado e futuro”, afirmou Dom Cícero.

LEGADO

Continuando a reflexão, o Bispo Auxiliar a relacionou à vida, fé e legado de Dom Cláudio.

“’Combati o bom combate’, como um soldado sério e responsável; ‘venci a corrida’, como um atleta; mas ‘guardei a fé’. Assim foi Dom Cláudio, que combateu como um soldado destemido, com responsabilidade, correu, mas guardou o que era mais importante: a fé. Por isso mesmo, era o homem da esperança, por isso mesmo era o homem da caridade”, destacou o Prelado.

TESTEMUNHO

Recém-nomeado e empossado como bispo, Dom Cícero relembrou os momentos que testemunhou na casa de Dom Cláudio recentemente.

“Somos convidados a viver e a morrer na luz de Cristo. Celebrando com Dom Cláudio, logo após a minha nomeação, pude sentir exatamente esta realidade: viver na luz e morrer na luz. Não podemos viver na escuridão e morrer na escuridade. A sua enfermidade, a serenidade com que ele atravessou as dores no corpo, os sofrimentos impostos pela doença, a mim foi um testemunho: este homem vive na luz e morre na luz de Cristo”, ressaltou Dom Cícero.

AUTOENTREGA

O Bispo Auxiliar finalizou sua reflexão, mencionando a postura de Dom Cláudio, como quem se entrega inteiramente a Deus.

“Dom Cláudio inicia agora a sua última viagem, a sua segunda autoentrega. A primeira entrega de Dom Cláudio foi quando, ainda criança, deixou a casa de seus pais para seguir a Jesus Cristo, imitando o homem de Assis. Hoje ele faz a sua segunda e última entrega, isto é, como nos lembra igualmente a liturgia desta celebração, o barco começa a sair do porto e entra no mar, indo em busca de um objetivo: o Reino que Deus nos dá. […] Assim se entregou porque viveu na esperança”, concluiu Dom Cícero.

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