Incertezas sobre o quadro epidemiológico na cidade motivou a medida e que era requerida por alguns instituições, como o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, que se posicionou contrário a aglomerações nas festas de fim de ano
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou na quinta-feira, 2, que a prefeitura decidiu cancelar a festa de réveillon na Paulista e manter a obrigatoriedade do uso de máscaras na capital. A decisão veio após resultado de estudo sobre a situação epidemiológica da cidade, feito pela própria gestão municipal, apontar necessidade de cautela.
Ricardo Nunes salientou que teve peso na decisão o fato de na Região Metropolitana de São Paulo já terem sido confirmados três casos da variante ômicron, sendo dois deles na capital paulista e um na cidade de Guarulhos.
A prefeitura da capital também realizou um estudo sobre a dispensa do uso obrigatório de máscaras em locais abertos, que apontou a necessidade de manter a obrigatoriedade do item, a fim de evitar grandes eventos que promovam aglomerações. A gestão municipal previa flexibilizar o uso em ambientes externos no dia 11 de dezembro.
Em coletiva de imprensa, o prefeito reiterou que ainda não há novas orientações em relação ao carnaval, pois a Secretaria Municipal da Saúde terá o tempo necessário para monitorar a situação e tomar a decisão baseada na Vigilância Sanitária.
SINDICATO DOS HOSPITAIS DE SP
Também na quinta-feira, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp) se posicionou contrário a aglomerações nas festas de virada de ano, tema que vem sendo debatido pelas prefeituras a partir do surgimento da variante Ômicron do novo coronavírus.
O médico e presidente do sindicato, Francisco Balestrin, defendeu que a chegada do novo ano seja comemorado apenas em família.
Com a preocupação em razão da Ômicron, a orientação do SindHosp às unidades de saúde é para que redobrem a atenção nas consultas com pacientes suspeitos [da doença], especialmente entre os que estiveram no exterior. As informações devem ser comunicadas às autoridades sanitárias.
DESMOBILIZAÇÃO
Segundo o sindicato, o aparato nos hospitais particulares para o atendimento de pacientes com COVID-19 foi desmobilizado, já que apenas 14,71% dos leitos clínicos estavam ocupados em novembro. A ocupação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) teve índice de 20,5%.
Um conjunto de 20 pesquisas feitas pelo SindHosp durante a pandemia apontou os principais problemas enfrentados no combate ao novo coronavírus, como a falta de médicos (78% dos hospitais indicaram essa questão nas pesquisas de março e abril de 2021); aumentos abusivos de preços de equipamento de proteção individual (61% das instituições fizeram a reclamação em fevereiro de 2021) e dificuldade de reposição de estoques de materiais e medicamentos (reclamada por 58% dos hospitais). Em praticamente todas as pesquisas, 81% das entidades destacaram a falta de profissionais de saúde.
(Com informações de G1 e Agência Brasil)