O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), que diariamente atende cerca de 45 mil pessoas, recebeu uma visita especial na quinta-feira, 10. Quem passava pelas ruas e alamedas do maior complexo hospitalar do Brasil se deparou com um sinal de esperança e de confiança em Deus. Eram as relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus, levadas para veneração dos fiéis na peregrinação que percorre o Brasil desde janeiro.
Na ocasião, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu uma missa campal na Praça Adib Jatene, no interior do complexo hospitalar. A Eucaristia contou com a presença de sacerdotes, religiosas, membros da diretoria da instituição, profissionais da saúde, pacientes e demais fiéis.
Na homilia, Dom Odilo indagou por qual razão a jovem carmelita de Lisieux, na França, que viveu apenas 24 anos, tornou-se tão querida e conhecida e amada em todo o mundo. “Certamente porque o caminho de vida dela, a sua santidade, tocou e continua a tocar muitas pessoas e a nós todos”, afirmou o Arcebispo, que compartilhou que ele também foi pessoalmente tocado por Santa Teresinha, ainda na adolescência, aos ler os seus escritos autobiográficos, intitulados “História de uma alma”.
“Fiquei muito impressionado com as lições de vida, as coisas muito simples e o modo como Santa Teresinha se relacionava com Deus e vivia a sua fé no cotidiano”, relatou.
VIA DE SANTIDADE
Sublinhando o fato da Santa ser proclamada doutora da Igreja, o Cardeal Scherer afirmou que o legado espiritual de Santa Teresinha permanece como referência do ensino e da vivência da fé cristã. “Ela não escreveu nenhum tratado de Teologia, porém, ensina algo que é fundamental e que não necessariamente se aprende por um discurso intelectual, elaborado mediante argumentos. O que Santa Teresinha nos ensina é um caminho de vida de santidade e na simplicidade e, por isso, esse caminho também é chamado da ‘pequena via’ de santificação ou de ‘infância espiritual’”, frisou.
“Santa Teresinha nos ensina a coisa mais importante: ela nos ajuda a dar atenção àquilo que está no centro do ensinamento cristão: Deus é Pai, nós somos seus filhos, e daí decorre tudo”, completou Dom Odilo, recordando, ainda, que Santa Teresinha é padroeira dos missionários, mesmo sem ter saído da clausura do Carmelo de Lisieux, pois ofertou sua vida pelos missionários, com muitos dos quais se correspondia e inspirava na fé.
DIA DE GRAÇA
A visita das relíquias no complexo foi uma iniciativa de médicos, frades carmelitas e membros da capelania hospitalar do HCFMUSP.
Para Luís Lira, diretor corporativo de recursos humanos da instituição, foi uma grande honra para o hospital receber a visita das relíquias de Santa Teresinha. Ele recordou que HCFMUSP conta com quase 30 mil funcionários e que a peregrinação enriqueceu as comemorações dos 80 anos do hospital, completados em abril.
O diretor acrescentou que a manifestação de fé confirma o valor do trabalho realizado pela Igreja Católica no hospital, por meio da capelania hospitalar, atualmente, sob os cuidados do Padre Carlos Toseli, sacerdote da Ordem dos Ministros de Enfermos (Camiliano).
“A capelania nos ajuda muito, não apenas na assistência religiosa aos pacientes, como também na gestão de pessoas, de recursos humanos, fazendo trabalho com menores aprendizes aqui também. Então, de fato, é uma bênção”, concluiu Luís Lira.