*Notícia atualizada em 09/10 com o conteúdo da edição impressa do O SÃO PAULO
Candidato à reeleição obteve cerca de 1,8 milhão de votos; já o deputado federal do PSol foi escolhido por 1,77 milhão de eleitores, e chega ao 2º turno com menos de um ponto percentual de vantagem sobre Pablo Marçal (PRTB)
A eleição à Prefeitura de São Paulo será decidida em 2º turno, após uma acirrada disputa no 1º turno, no domingo, 6.
Somente com mais de 99,5% dos votos apurados é que se definiu matematicamente que Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, e Guilherme Boulos (PSol) irão ao 2º turno, em 27 de outubro.
Nunes foi o escolhido por mais de 1,8 milhão de eleitores, e terminou em 1º lugar com 29,48% dos votos válidos. Já Boulos obteve mais de 1,77 milhão de votos (29,07%), superando Pablo Marçal (PRTB), que conquistou 1,71 milhão de votos (28,14%). Também concorreram ao Executivo municipal Tabata do Amaral (9,91% dos votos válidos), José Luiz Datena (1,84%), Maria Helena (1,38%), Ricardo Senese, Altino Prazeres, João Pimenta e Bebeto Haddad, estes últimos, somados, tiveram menos de 0,2% dos votos válidos.
NUNES: ‘A CIDADE VAI CONTINUAR EM ORDEM’
Após a confirmação da ida ao 2º turno, Nunes disse que pretende enfatizar ainda mais o que distingue o seu projeto de governo para a cidade em relação ao de Boulos.
“Cada um de nós vai levar isso para a população: a diferença entre a ordem e a desordem, entre a experiência e a inexperiência, entre a boa gestão e a interrogação. A diferença entre o diálogo, a ponderação, o equilíbrio e o radicalismo”, disse, ao discursar para apoiadores ao lado do governador Tarcísio de Freitas.
“É a oportunidade de mostrar muito aquilo que está nesta bandeira aqui [a do Brasil]: ‘Ordem e Progresso’. Não existe progresso sem ordem. A cidade vai continuar em ordem, vai continuar para a frente, no rumo seguro”, disse o prefeito que tenta a reeleição.
BOULOS: ‘A MAIORIA DO POVO VOTOU PELA MUDANÇA’
Também na noite do domingo, Boulos agradeceu a seus mais de 1,7 milhão eleitores e disse que quer dialogar com os que não votaram nele no 1º turno: “A enorme maioria do povo de São Paulo votou pela mudança. E agora, neste 2º turno, é isso que vai estar em jogo”, disse à imprensa.
“Se você acha que São Paulo está uma cidade segura, se você acha que São Paulo está bem no SUS, sem fila na saúde, se você acha que os ônibus não estão lotados, você concorda com o nosso adversário. Se você quer mudar, melhorar a segurança, melhorar a saúde, melhorar o transporte, você vem comigo e com a Marta”, disse, no discurso ao lado da candidata a vice e das ministras Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, e Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
QUEDA NAS ABSTENÇÕES
Ao todo, 72,66% dos 9,3 milhões de eleitores foram às urnas na eleição na capital paulista. Destes, 3,57% votaram em branco para prefeito e cerca de 6,24% anularam o voto. Na eleição para vereador, estes percentuais foram, respectivamente, de 7,69% e de 6,74%. O índice de abstenção foi de 27,34%, menor que os 29,29% registrados no 1º turno do pleito municipal em 2020.
Nacionalmente, deixaram de comparecer às urnas 21,71% dos eleitores, percentual menor que os 23,15% de abstenções do 1º turno há quatro anos, conforme informou a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na coletiva de imprensa do balanço das eleições.
A ministra também informou que, conforme dados da Polícia Federal, foram registradas 295 ocorrências relativas às eleições, e aprendidos R$ 50,3 milhões em bens, sendo R$ 21,78 milhões em espécie.
Cármen Lúcia opinou que a legislação sobre o uso de redes sociais nas campanhas eleitorais deve ser aprimorada: “Todas as mudanças na vida que podem, de alguma forma, interferir na liberdade das pessoas, na vida das pessoas, precisam ter uma nova resposta do Direito”.
MAIS 14 CAPITAIS BRASILEIRAS TERÃO 2º TURNO
Além de São Paulo, outras 14 capitais brasileiras terão a eleição para prefeito definida em 2º turno: Aracaju (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO).
Em outras 11 capitais, os eleitos já foram escolhidos no domingo, 6: Rio Janeiro-RJ (Eduardo Paes), Vitória-ES (Lorenzo Pazolini), Boa Vista-RR (Arthur Henrique), Florianópolis -SC (Topázio), Macapá-AP (Dr. Furlan), Maceió-AL (JHC), Recife-PE (João Campos), Rio Branco-AC (Tião Bocalom), Salvador-BA (Bruno Reis), São Luís-MA (Eduardo Braide) e Teresina-PI (Silvio Mendes).
Ao término do 1º turno, o PSD é o partido que elegeu a maior quantidade de prefeitos, 869 (em 2020, havia feito 659 prefeituras). Na sequência vieram MDB (833), PP (733), União Brasil (571), PL (496), Republicanos (426), PSB (301), PSDB (269), PT (237) e PDT (147).
(Com informações do TSE)