“Jesus é o servo de Deus que se coloca a serviço da humanidade e dá o exemplo do serviço humilde e sincero a todas as pessoas”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, na missa que presidiu na manhã desta Quarta-feira Santa, 31, na capela da residência episcopal, transmitida pela rádio 9 de Julho e as mídias digitais da Arquidiocese.
Na homilia, Dom Odilo refletiu sobre a 1a leitura do dia (Is 50,4-9a), na qual o profeta Isaías apresenta a figura do servo sofredor, aquele que sofre insultos e perseguições por ser fiel a Deus. Inicialmente, este pode ser entendido como o próprio profeta, a quem tentam calar por anunciar as coisas de Deus; ou ainda como o povo da Aliança, que por servir a Deus sofre humilhações. No entanto, o Servo de Deus por excelência é Jesus Cristo, que sente na própria pele as perseguições, mas “permanece unido a Deus, sofre pelos pecadores e por eles entrega a sua vida e perdoa àqueles que o matam”.
“Jesus, portanto, é aquele que carregou nos seus ombros o peso dos pecados da humanidade. Nas suas feridas, as nossas feridas, as nossas chagas, foram curadas e na sua morte, nós recebemos a vida nova, a redenção, a misericórdia de Deus”, prosseguiu o Arcebispo.
Modelo de serviço
Dom Odilo lembrou que com o gesto do lava-pés na Última Ceia, Cristo ensina a seu discípulos que todos devem se colocar a serviço um dos outros, em um autêntico gesto de entrega em favor do próximo.
“Para entregar a vida pelo outro não é necessário o martírio. Muitos foram martirizados, mas a maioria de nós é chamada a dar a vida no dia a dia, no nosso trabalho, na nossa missão, exercendo bem as tarefas que fazem parte do nosso estado de vida”, disse o Arcebispo, mencionando a dedicação do pais com os filhos, a busca da excelência profissional e o trabalho feito de modo honesto e a serviço da humanidade, como tem se visto recentemente no empenho dos profissionais de Saúde durante a pandemia.
“Ser servidores uns dos outros é a nossa missão, a exemplo de Cristo, servidor. Olhemos para a figura do Servo de Deus que se entregou por nós, para que nós também por Ele, por seu serviço, por sua vida entregue a serviço da humanidade, tenhamos parte neste serviço e sejamos beneficiados”, afirmou o Arcebispo.
Dom Odilo fez ainda menção ao Evangelho desta Quarta-feira Santa (Mt 26,14-25), no qual o evangelista Mateus narra como se deu a negociação de Judas Iscariotes para entregar Jesus e como isto é revelado durante a Última Ceia.
“Peçamos a Deus para que nos dê força para que permaneçamos fiéis e coerentes no nosso discipulado e na nossa união a Jesus Cristo nosso mestre”, exortou Dom Odilo.
Oração pelos doentes, seus cuidadores e médicos
Na oração do fiéis, o Arcebispo de São Paulo rezou a Deus por todos os aflitos e doentes com a COVID-19, em especial “os doentes que muitas vezes ficam à espera de um leito, à espera de uma vaga em UTI”.
Rezou também pelos que estão enfermos em suas casas, agradeceu a Deus por aqueles que já se recuperaram da COVID-19, pediu força aos médicos e cuidadores dos doentes e rezou para que os governantes administrem corretamente as políticas de Saúde em favor da população.
Sete Dores de Nossa Senhora
Ao fim da missa, Dom Odilo recordou que em muitas paróquias se realiza nesta Quarta-feira Santa a meditação das Sete Dores de Nossa Senhora. Assim acontecerá na Catedral da Sé, às 15h.
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“Podemos imaginar que com tanta dor e aflição a mãe acompanha a tortura e a condenação à morte de seu filho. Ela estava junto da cruz de Jesus quando Ele morreu”, lembrou Dom Odilo, que também recitou a Ladainha de Nossa Senhora.
Tríduo Pascal
Por fim, Dom Odilo pediu aos fiéis que participem das celebrações do Tríduo Pascal que ocorrerão sem a presença física dos fiéis, mas que poderão ser acompanhadas pelas plataformas digitais das paróquias da Arquidiocese.
“Convido a se unirem todos à celebração do Tríduo Pascal, de maneira intensa a partir de amanhã, Quinta-feira Santa. Convidem outras pessoas também”, exortou.
O Cardeal Scherer presidirá as celebrações da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa; da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa; e a Solene Vigília Pascal, no Sábado Santo, na cripta da Catedral da Sé, bem como a missa do Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor.