‘Será um tempo especial de aprendizado’, diz o Diácono seminarista Donato Sousa após a ordenação diaconal

Ordenado diácono pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, em 14 de dezembro, na Catedral da Sé, o Neodiácono Donato Sousa da Silva, 28 anos, inspira-se em uma santa que personificou a caridade cristã para que possa bem viver o diaconato, antes que receba a ordenação sacerdotal futuramente.

Diácono Donato diante do Cardeal Scherer ao receber o diaconato (fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO)

“Como dizia Santa Madre Teresa de Calcutá, ‘Sou apenas um lápis na mão de Deus. É Ele que escreve a minha história’. Assim, desejo, primeiro ser fiel ao meu chamado, exercê-lo com caridade, servindo a Deus e a sua Igreja em especial na Arquidiocese de São Paulo. Para mim, será um tempo especial de aprendizado. As expectativas são as melhores para exercer o ministério, celebrar o sacramento do Batismo, assistir aos matrimônios, visitar os doentes, tocar as feridas do povo de Deus, aconselhar, ser alguém capaz de aproximar as pessoas da pessoa de Jesus Cristo, transbordar o amor de Deus aos corações que encontrarei no meu ministério”, disse o Diácono ao O SÃO PAULO.

TRAJETÓRIA VOCACIONAL

Donato conta que desde a infância sentiu-se atraído à vida religiosa – “venho de uma família extremamente católica, desde muito cedo lembro-me de rezar o Terço em família, oração que sempre alimentou minha vida espiritual” – mas que a certeza desse chamado veio durante uma missa do Dia do Bom Pastor, em 26 de abril 2015, quando um sacerdote disse à assembleia de fiéis: “‘Sempre esperamos que a vocação venha da casa do vizinho, mas Deus não chama o seu vizinho, Deus chama você, Ele bate à porta do seu coração’. Essas palavras me interpelaram e já não podia mais negar meu chamado e a vontade de Deus para a minha vida, minha história”, recorda.

Paroquiano da Paróquia Santo Inácio de Loyola, em Embu-Guaçu (SP), da Diocese de Campo Limpo, e depois da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Região Ipiranga, Donato conta que foi discernindo a vocação a partir de muitos momentos de adoração diante do Santíssimo Sacramento, bem como de conversas e orações com amigos, em especial Fábio, Isabela, Roberto.

“Outro momento crucial foi o texto bíblico que se encontra no livro do profeta Jeremias ‘Tu me seduziste-me Senhor, e eu me deixei seduzir, vencestes fostes mais forte do que eu’ (Jr 20,7). Essas palavras fizeram meu coração dilatar para entregar inteiramente minha vida para Deus e a sua Santa Igreja”, assegura.

Em 2016, Donato participou dos encontros vocacionais promovidos pelo Centro Vocacional Arquidiocesano junto com Vitor Battisti, também ordenado diácono no último dia 14: “Todos da equipe vocacional da Arquidiocese foram muito acolhedores e generosos desde o primeiro contato. Após alguns encontros, no dia 16 de novembro de 2016, recebi a feliz notícia que estava aprovado para ingressar ao Seminário da Arquidiocese de São Paulo, o que aconteceu em 16 de fevereiro de 2017 [no Seminário Propedêutico]”.

A CERTEZA NO CAMINHO ESCOLHIDO

Donato escolheu como lema diaconal um versículo do Evangelho segundo João: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9), o qual, segundo ele, aponta para o centro da vocação a que foi chamado e lapidado ao longo dos anos de formação no Seminário da Arquidiocese de São Paulo.

“O seminário é um período em que só o amor é capaz de sustentá-lo. Fidelidade, perseverança e caridade foram o que me fizeram caminhar durante esses 9 anos até o momento atual. No seminário, as formações, direção espiritual e todo o acompanhamento me demonstrou que eu fui abraçado, escolhido por Deus. A Liturgia das Horas, a participação na Santa Missa diariamente, recebendo Jesus Eucarístico, tudo isso me ensinou a ter intimidade com Deus”, comenta.

E não menos importante foram os suportes e aprendizados em vivências nas diferentes realidades evangelizadoras da Arquidiocese.

“Nas pastorais, pude estar com o povo de Deus, ensinar, aprender, evangelizar. Eles me ensinaram a amar, servir a Deus por meio das pessoas da comunidade. Conviver com seminaristas, conviver com os padres, conhecer a história da Igreja em São Paulo, o testemunho de vida das pessoas foi fundamental, em entre essas pessoas destaco Vossa Eminência Reverendíssima Cardeal Odilo Pedro Scherer, os bispos auxiliares, padres, Sueli [coordenadora da Pastoral do Menor] e Nice [da Pastoral Carcerária]. São pessoas que me revelaram o amor pela sua dedicação e amor pela Igreja”, assegura.

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