No domingo, 9, Dom Odilo respondeu a internautas sobrea Igreja doméstica, reencarnação, vida consagrada a Deus e nulidade matrimonial.
O programa “Diálogos de Fé”, na tarde do último domingo, 9, transmitido pela rádio 9 de Julho, foi especial: o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, respondeu a perguntas feitas pelos internautas em semanas anteriores.
Entre os temas, dúvidas sobre a Igreja doméstica, reencarnação, vida consagrada a Deus e nulidade matrimonial. Dom Odilo também saudou os pais, na data em que se recordou esta vocação, e convidou a todos para acompanhar as atividades da Semana Nacional da Família, que acontecem até o próximo sábado, 15.
Igreja Doméstica
A internauta Juvelina Magalhães compartilhou a percepção de que é errado o entendimento de que a Igreja está fechada nesta pandemia, pois as famílias têm fortalecido laços de fé, como quando seus membros assistem juntos às missas.
Dom Odilo recordou que em São Paulo, em momento algum, as igrejas foram obrigadas a ficar fechadas para o povo, mas que as celebrações eucarísticas aconteceram sem a presença física dos fiéis, mas agora essa participação presencial vai sendo retomada e se viu fortalecer a dimensão da Igreja doméstica.
“Essa experiência de rezar em casa, de participar da missa, de se reunir em torno da Palavra de Deus, ter momentos de oração do Terço, tudo isso é importante e este tempo ajudou a redescobrir a Igreja doméstica, que é a família. Cada família, cada grupo em casa é também uma pequena comunidade da Igreja e isso naturalmente foi muito valorizado”, disse, desejando que tais práticas se mantenham no pós-pandemia.
Reencarnação
O Arcebispo também respondeu à pergunta do internauta Airton Correa sobre o que há de errado com a crença na reencarnação.
Dom Odilo explicou que a reencarnação não está na Bíblia, não é mencionada na Palavra de Deus e nega o princípio da identidade da pessoa. “Se eu hoje sou alguém que já fui no passado, então, quem sou eu? Eu sou eu ou sou aquele que vem do passado? É um princípio básico da Antropologia, da Filosofia, que as coisas são aquilo que são”, pontuou.
Matrimônio espiritual
A ouvinte Leonita da Silva pediu uma explicação sobre o chamado matrimônio espiritual. Dom Odilo comentou que se trata de uma espécie de figura de linguagem na mística cristã, que diz respeito à vida de alguns santos.
“Santa Catarina de Sena, por exemplo, diz que teve um matrimônio espiritual com Jesus. Naturalmente, não é um casamento, um matrimônio no sentido como se conhece. Fala-se no sentido comparativo, análogo, uma união muito estreita e próxima com Jesus, que é, por exemplo, o ideal da vida consagrada, sobretudo da vida consagrada feminina. Muitas vezes, ouvimos as religiosas dizerem que Jesus é o Divino esposo. Elas fazem a dedicação a Jesus, a consagração a Jesus de toda a sua vida mediante a oração e o amor a Cristo que se difunde na caridade”, detalhou.
Nulidade matrimonial
Já a internauta Mônica Augusto quis saber as diferenças sobre a nulidade matrimonial motivada por erro de pessoa e por erro de consentimento.
No primeiro caso, explicou o Arcebispo de São Paulo, alguém é obrigado a casar-se com uma pessoa diferente daquela com quem inicialmente sabia que iria se unir em Matrimônio: “Erro de pessoa é um argumento muito sério, que tem que ser examinado, estudado por meio do devido processo canônico, para saber se, de fato, aconteceu, e, caso confirmado, o matrimônio é nulo”.
Quanto ao erro de consentimento, este ocorre quando o casamento não se dá de modo livre, autônomo e consciente, ou seja, é forçado por algum motivo. “O erro de consentimento é ainda mais frequente quando as pessoas se casam forçadas pelas circunstâncias, forçadas pelos pais, se casam porque a mulher está grávida, enfim, não se estava seguro para o casamento. Nesses casos, pode haver um erro de consentimento”, detalhou.
(Colaborou: Flavio Rogério Lopes)