Vida Religiosa Consagrada: testemunho concreto do Evangelho na grande metrópole

Por ocasião da Solenidade da Assun­ção de Nossa Senhora e do Dia da Vida Religiosa Consagrada, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa na Catedral da Sé, na tarde do sábado, 17, com a pre­sença de religiosos consagrados que vivem e atuam na Arquidiocese.

A celebração, que ocorre no contexto do Mês Vocacional, teve como um dos concelebrantes Dom Ângelo Ademir Me­zzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Na­cional dos Bispos do Brasil (CNBB).

No início da missa, o Cardeal Scherer saudou os religiosos consagrados e lem­brou que todos os cristãos devem perseve­rar no caminho de Jesus Cristo e ser Suas testemunhas.

HARMONIA

Na homilia, Dom Odilo refletiu sobre o sentido da Vida Religiosa Consagrada, definindo-a como uma luz que ilumina o caminho daqueles que buscam a Deus, razão pela qual os religiosos consagrados são chamados a anunciar Jesus Cristo, conforme os carismas das congregações e institutos em que estão.

Ao lembrar que a Igreja do Brasil vi­vencia em agosto o mês dedicado às vo­cações, este ano sob a inspiração do tema “Igreja uma sinfonia vocacional”, Dom Odilo apontou que a “vida religiosa tem um papel importante nesta sinfonia, pelo significado da consagração ao Evangelho, que por meio dela se expressa sem pala­vras, mas com a vida”.

O Arcebispo também agradeceu a de­dicação dos religiosos consagrados na Ar­quidiocese de São Paulo, encorajando-os a continuarem a sua missão de participar da vida da Igreja, sobretudo, com a prática da caridade.

DESAFIOS DOS NOVOS TEMPOS

Ao fim da missa, a Irmã Helena Ges­ser, coordenadora da Conferência dos Re­ligiosos do Brasil (CRB) no Regional Sul 1 da CNBB, falou sobre a missão da institui­ção em São Paulo.

“Neste mês vocacional, somos convo­cados a nos unir em oração para que a uni­dade fraterna entre nós continue gerando discípulos missionários que se disponham a amar e a servir, partilhando seus dons e talentos, no cuidado da criação e de todas as pessoas, especialmente os preferidos de Deus: os pobres. Irmãos e irmãs, com coragem e profecia, caminhemos e cres­çamos na esperança, acreditando que um mundo diferente é possível, a começar por nós mesmos. Temos a certeza de que o Se­nhor caminha conosco e conduz a histó­ria”, manifestou a Irmã Helena.

Ao O SÃO PAULO, a religiosa da Congregação das Filhas de Maria Auxi­liadora explicou que na Arquidiocese o Serviço de Animação Vocacional (SAV)

é responsável por promover encontros sobre as diferentes vocações da Igreja, a fim de que os jovens compreendam o valor do chamado de Deus e que tenham coragem de respondê-lo positivamente, segundo as exigências dos novos tempos: “Nós temos poucas vocações, mas acre­ditamos que o Senhor da messe não nos abandonará”.

Também na parte final da missa, Dom Ângelo Mezzari realçou que as vo­cações são fundamentais para a Igreja e lembrou que a Arquidiocese de São Pau­lo tem convidado as paróquias e todos os fiéis a participar da “Quinta-feira das Vocações”, um momento de oração em favor do despertar vocacional na Igreja em São Paulo.

ELAS DISSERAM SIM A DEUS

Nos sorrisos e abraços dos religiosos e religiosas consagrados que estiveram na Catedral da Sé, via-se a alegria em teste­munhar Jesus em meio ao povo.

Este é o caso da Irmã Leonita da Silva. Ainda na juventude, com 15 anos de ida­de, ela sentiu-se chamada por Deus à vida consagrada, após participar de uma breve vivência com um grupo de irmãs no Rio de Janeiro (RJ). Contudo, sua mãe não permitiu. Somente aos 27 anos, ela pôde ingressar na Congregação das Servas do Senhor, em Botucatu (SP).

Vivendo em São Paulo há cinco anos e trabalhando na administração da Casa Episcopal, Irmã Leonita recorda com ca­rinho o dia de seus votos perpétuos, em 2005. Desde então, busca viver sua voca­ção consciente dos muitos desafios, mas certa de que o caminho possui “belíssimas rosas perfumadas”.

Janaina Soares, 24, é natural do esta­do do Espírito Santo e há quatro meses iniciou uma experiência vocacional na Comunidade Servas de Nossa Senhora da Alegria, do movimento Jovens Sarados.

“Eu vim para São Paulo para participar de uma escola missionária. No processo, eu descobri que meu chamado era outro: era estar na vida religiosa. Durante estes quatro meses, eu venho percebendo que os planos que eu tinha eram muito fracos quando comparados aos que Deus prepa­rou para mim. A cada dia, eu me apaixono mais por Jesus e pela forma como a vida religiosa me conecta com Ele”, frisou.

Janaina se prepara para a próxima etapa da sua trajetória, o aspirantado, que deverá ocorrer nos próximos meses. A perspectiva é que ela professe os primeiros votos como religiosa consagrada daqui a quatro anos.

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