Na terça-feira, 2, data da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, em diversos cemitérios da capital paulista aconteceram celebrações em sufrágio das almas dos falecidos.
No Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, a última das seis missas foi presidida às 16h por Dom Luiz Carlos Dias, Bispo nomeado para São Carlos (SP), até o momento Vigário Episcopal para a Região Belém. Essa Eucaristia foi oferecida, sobretudo, pelas mais de 600 mil vítimas da pandemia de COVID-19.
Diante do presbitério montado para a ocasião em um dos estacionamentos do cemitério, foram afixados cartazes com nomes dos falecidos que pertenciam às paróquias e comunidades dessa região episcopal.
Dor e esperança
Na homilia, Dom Luiz Carlos recordou que o Cemitério da Vila Formosa se tornou cenário e símbolo de tristeza com a repercussão das imagens das centenas de covas abertas para atender ao grande fluxo de sepultamentos de vítimas do novo coronavírus.
“No entanto, estamos aqui para celebrar a esperança, para testemunhar que a vida venceu a morte. São inúmeros irmãos e irmãs que tiveram suas vidas ceifadas por esta pandemia e pelas quais oferecemos os efeitos do sacrifício redentor de Cristo celebrado na Eucaristia”, afirmou o Bispo.
Dom Luiz Carlos acrescentou que, nessa data, os católicos novamente são chamados a contemplar o mistério pascal de Jesus Cristo, com sua Paixão, Morte e Ressurreição. Por sua cruz, Jesus entra na morte para pôr fim à morte, “porque ressuscitou e garantiu para nós a vida para sempre. Cada um de nós precisa levar no coração essa certeza”, enfatizou.
Comunhão dos santos
Ainda sobre o mistério pascal, o Bispo lembrou que, ao rezarem pelos falecidos, os católicos professam a fé no mistério da comunhão dos santos, que une a Igreja militante, daqueles que peregrinam na terra, com a Igreja padecente, daqueles que morreram na amizade de Deus e vivem o estado de purificação do purgatório, e a Igreja triunfante, dos inúmeros fiéis que contemplam a face de Deus na santidade do céu.
“Vivemos tempos difíceis com os impactos econômicos, sociais e psicológicos desta pandemia. É urgente e necessário que a Igreja seja testemunha da vida eterna, de que em Jesus Cristo temos a vida para sempre”, completou Dom Luiz Carlos.
Movimento
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, cerca de 100 mil pessoas visitaram os 22 cemitérios municipais da capital paulista neste feriado. Isso representa um aumento de 20% em relação ao ano passado. Isso se deve, em parte, à flexibilização das restrições sanitárias após o avanço da vacinação da população e a diminuição de casos de COVID-19.
Mesmo assim, permaneceram o uso obrigatório de máscaras e a higienização das mãos. Nas entradas, havia medição de temperatura. As cerimônias religiosas foram autorizadas com a recomendação de serem realizadas em locais abertos.
Indulgências
Assim como no ano passado, a Santa Sé estendeu para todo o mês de novembro a possibilidade de obter indulgências plenárias concedidas no Dia de Finados. Portanto, os fiéis que visitarem algum cemitério até o dia 30 e cumprirem as condições necessárias (oração pelos fiéis defuntos, confissão, comunhão e oração pelas intenções do Santo Padre), obterão a indulgência, que é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto, alcança por meio da Igreja, em favor das pessoas já falecidas ou para si.
Celebrações em outros cemitérios
Algumas paróquias da Arquidiocese organizaram missas em cemitérios da cidade, na terça-feira, 2, na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
CACHOEIRINHA
No Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, houve missa presidida pelo Padre Luiz Carlos Ferreira Tose Filho, Vigário da Paróquia Santos Apóstolos, da Região Brasilândia, assistido pelo Diácono Permanente Franco Abelardo, da Paróquia Rainha Santa Izabel, da Região Santana. O Sacerdote recordou que aquele dia era de celebração da vida e não da morte: “A morte não é o fim, ela é o caminho que se abre para irmos juntos ao Reino dos céus”.
(por Pascom da Paróquia Santos Apóstolos)
TREMEMBÉ
Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, presidiu a missa das 10h no Cemitério do Tremembé. A organização da celebração esteve a cargo da Paróquia Santo Antônio, na Vila Mazzei, Setor Jaçanã.
(por Bianca Araújo)
CINERÁRIO NOSSA SENHORA DA DEFESA
Às 18h, a celebração eucarística no Cinerário Nossa Senhora da Defesa, pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Luz, Setor Tucuruvi da Região Santana, foi presidida por Dom Jorge Pierozan e concelebrada pelo Padre Valdevir Cortezi, assistidos pelo Diácono Permanente Márcio José Ribeiro.
(por Pascom Nossa Senhora da Luz)
IV PARADA
Pela manhã do dia 2, Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém e nomeado pelo Papa Francisco como Bispo de São Carlos (SP), presidiu missas nos cemitérios da Vila Alpina e da IV Parada (foto). Na homilia que proferiu neste último, o Bispo falou sobre a fé na ressurreição, como dito no Evangelho, e lembrou que, assim como Marta, todos devem crer em Jesus Cristo e no seu poder salvador. Ao término da celebração, ele exortou os fiéis a sempre recordarem seus entes queridos e por eles rezarem.
(por Fernando Arthur)
DOM BOSCO (PERUS)
Dom Carlos Silva, OFMCap, presidiu missa no Cemitério Dom Bosco, no bairro de Perus. “Só quem tem fé e confiança segura na mão de Deus, porque sabe que Ele não nos abandona”, disse o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, após ouvir o relato de um fiel que, mesmo diante do falecimento do pai e da irmã, mantém vivas a fé e a felicidade. Os mais de 600 mil mortos em decorrência da COVID-19 foram lembrados em oração, em especial os mais de 2 mil enterrados naquele cemitério. Foram recordados, ainda, os falecidos enterrados nas valas comuns, vítimas da ditadura militar, bem como as pessoas em situação de rua falecidas e os sepultados como indigentes. “Temos essa certeza de que a vida é passageira e de que temos que vivê-la com maior intensidade, pois o dom da vida que Deus nos deu foi para sermos felizes”, reforçou o Bispo.
(por Pedro Silva)
FREGUESIA DO Ó
No Cemitério da Freguesia do Ó, a missa foi presidida pelo Padre Márcio Campos, Pároco na Paróquia São José, na Vila Palmeira, Região Brasilândia. Na homilia, ele falou sobre a dor do luto e da separação. Também refletiu sobre a passagem do Evangelho do dia, em que Jesus conversa com Marta, que estava triste pela morte de seu irmão, Lázaro, e ela se mostra confiante de que Cristo é a ressurreição e a vida.
(por Mauro César Leite)
VILA MARIANA
No Cemitério da Vila Mariana, a missa aconteceu às 10h, presidida pelo Padre Geraldo Pedro dos Santos, Administrador Paroquial da Paróquia São Joaquim e Nossa Senhora da Glória e Pároco da Paróquia Santo Eduardo.
(por Ruy Halasz)
GETHSÊMANI ANHANGUERA
Duas missas ocorreram pela manhã no Cemitério Gethsêmani Anhanguera, mantido pela Arquidiocese de São Paulo, presididas pelos Padres João Henrique Novo do Prado e Orisvaldo Carvalho, respectivamente Vigário e Administrador Paroquial da Paróquia Cristo Rei, Setor Perus da Região Brasilândia.
(por Daniel Gonçalves)
LAPA
Cinco missas aconteceram na Capela do Cemitério Municipal da Lapa, sendo a das 12h presidida por Dom José Benedito Cardoso, assistido pelo Diácono Antônio Geraldo de Souza. No início da missa, Dom José falou que a morte sempre é um mistério, por maior que seja a fé de uma pessoa. Ele pediu um minuto de silêncio em memória das pessoas já falecidas, especialmente pelas vitimadas pela COVID-19, aquelas sepultadas naquele cemitério e as demais que cada fiel trazia no coração. “Vamos confiá-las a Deus e vamos entregá-las na mão do Pai”, disse o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa. Participou da celebração Edenilson Sales, administrador do cemitério, responsável pelas obras de reforma do cemitério e pela instalação elétrica na Capela.
(por Benigno Naveira)