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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, realizou na sexta-feira, 21, o seu encontro anual com o clero arquidiocesano, que marca o início do ano pastoral.
O evento, realizado no Colégio Santo Antônio de Lisboa, no Tatuapé, reuniu os bispos auxiliares, padres e diáconos que vivem e atuam na Igreja em São Paulo, para refletirem sobre a caminhada percorrida em 2024 e os principais destaques do ano que se inicia.
Nessa ocasião, também foram acolhidos os clérigos que assumiram encargos e ofícios pastorais na Arquidiocese desde março de 2024. Dom Odilo recordou, ainda, os sacerdotes e diáconos idosos e enfermos, além daqueles que morreram no último ano.
No contexto da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, foi convidado o secretário de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo, José Renato Nalini. Ele traçou para o clero um panorama crítico e urgente sobre a realidade ambiental da maior cidade do Brasil, destacando os desafios históricos e atuais enfrentados pela metrópole e apontando caminhos para uma transformação sustentável.
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ANO SANTO
Dom Odilo dirigiu-se aos padres e diáconos com uma mensagem de encorajamento e compromisso, reforçando a importância do caminho sinodal e da missão evangelizadora no contexto do Jubileu 2025.
“Somos todos peregrinos da esperança”, afirmou o Arcebispo, destacando que a Igreja é chamada a ser “semeadora e cultivadora das sementes da esperança”. Ele compartilhou a bênção recebida do Papa Francisco durante a Audiência Geral do dia 12, da qual participou, e pediu orações pelo Pontífice, que continua hospitalizado em Roma (leia mais na página 20).
Em sintonia com a celebração do 280º aniversário da criação do Bispado de São Paulo, o Jubileu 2025 se apresenta como um tempo de graça e renovação espiritual. “Devemos viver este Ano Santo intensamente, em memória de Jesus Cristo”, afirmou o Cardeal, ressaltando que a experiência do Jubileu deve conduzir a Igreja à oração, ao perdão, à reconciliação e à misericórdia.
Dom Odilo ressaltou, ainda, a importância das peregrinações, não apenas como um ato simbólico, mas como uma vivência concreta da fé. Entre as iniciativas programadas, destacou-se a peregrinação arquidiocesana ao Santuário Nacional de Aparecida, no dia 4 de maio, além de outras promovidas por paróquias, grupos e movimentos eclesiais.
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RENOVAÇÃO MISSIONÁRIA
Reafirmando o compromisso da Igreja em São Paulo com o caminho sinodal, Dom Odilo enfatizou a necessidade de uma “conversão sinodal”, um processo contínuo de mudança de mentalidade que requer escuta, diálogo e participação de todos. Ele provocou os presentes a refletirem: “Desde o início da realização do sínodo arquidiocesano, houve alguma mudança na sua paróquia ou no âmbito de suas responsabilidades?”.
O Arcebispo recordou que a proposta sinodal precisa se traduzir em ações concretas, organizadas nas três dimensões fundamentais da Igreja: anúncio do Evangelho, santificação e testemunho da vida nova segundo o Evangelho.
Dom Odilo disse ser necessário fortalecer as estruturas pastorais, promovendo a organização dos Conselhos Pastorais e Econômicos onde ainda não existam. Além disso, destacou a necessidade de reforçar as visitas missionárias, a qualidade da celebração litúrgica e a pregação, bem como o cuidado pastoral com os pobres, enfermos e pessoas em situação de vulnerabilidade. “As igrejas devem ser ‘casas abertas’ a todos”, afirmou.
A catequese foi ressaltada como um dos pilares fundamentais da missão da Igreja. Dom Odilo lembrou que o ministério de catequista será conferido neste Ano Jubilar, nos meses de março e agosto. “Trata-se de um serviço estável e comprometido, não apenas um diploma ou certificação por cursos realizados”, explicou.
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VOCAÇÃO E COMUNHÃO PRESBITERAL
Outro ponto central da fala de Dom Odilo foi a pastoral vocacional e a necessidade de fomentar um ambiente propício ao discernimento vocacional nas paróquias: “É essencial criar um clima vocacional em todas as comunidades, com oração e incentivo, especialmente nas quintas-feiras dedicadas às vocações”.
A vida sacerdotal também foi abordada com profundidade, reforçando a necessidade da comunhão presbiteral. “Os padres não são profissionais liberais, mas membros de uma comunidade sacerdotal que participa do único sacerdócio de Cristo”, afirmou o Arcebispo. Ele alertou para o risco de isolamento e individualismo no ministério, enfatizando a necessidade de proximidade e apoio mútuo.
Aos sacerdotes, o Cardeal pediu um compromisso renovado com a acolhida, a presença pastoral e a vivência da missão evangelizadora no dia a dia. “A proximidade é fundamental: com Deus, com o povo e com o bispo”, disse, citando as três dimensões indicadas pelo Papa Francisco para um ministério sacerdotal fecundo.
O Arcebispo de São Paulo também ressaltou a comunhão com o Magistério da Igreja, exortando o clero a caminhar em sintonia com as diretrizes da Igreja universal; e alertou sobre os desafios contemporâneos, como a desobediência à autoridade da Igreja e a influência de “falsos profetas, gurus e influencers religiosos”. Ele reforçou que a fidelidade ao Concílio Vaticano II e ao episcopado é essencial para a unidade da Igreja.
Encerrando sua mensagem, Dom Odilo exortou todos a viverem o Ano Pastoral de 2025 com fé, generosidade e alegria no serviço a Deus e ao povo. “Vivamos nosso sacerdócio com alegria e generosidade”, afirmou, desejando a todos um ano animado e fortalecido pela esperança, que, segundo São Paulo, “não decepciona” (Rm 5,5).
“A todos, minha gratidão pelo que realizam pela Igreja. Deus lhes pague com abundância! Pela intercessão de São Paulo e de Nossa Senhora da Assunção, a bênção de Deus!”, concluiu o Arcebispo.