
O Papa Leão XIV publicou no domingo, 23, Solenidade de Cristo Rei, a Carta Apostólica In unitate fidei, por ocasião dos 1.700 anos do Concílio de Niceia. O documento, divulgado poucos dias antes da viagem do Pontífice à Turquia, apresenta um forte apelo à renovação da fé e ao compromisso com a unidade entre os cristãos. Em 12 pontos, o Santo Padre convida a Igreja a “renovar seu entusiasmo pela profissão de fé”, destacando a herança espiritual deixada pelo Concílio de 325, que formulou o Credo comum a todas as tradições cristãs.
Logo no início, o Papa recorda que “na unidade da fé (…) os cristãos são chamados a caminhar em concórdia”, e retoma as palavras do Credo de Niceia como fundamento permanente da identidade cristã. Para ele, é “providencial” que a celebração dos 1.700 anos do Concílio coincida com o Ano Santo de 2025, dedicado a Cristo, nossa esperança, especialmente em um tempo marcado por conflitos e incertezas.
Entre as afirmações mais contundentes do texto, Leão XIV declara: “O que nos uniu na fé desde os primórdios continua sendo mais forte do que todas as divisões”, sublinhando que, em um mundo ferido pela violência, os cristãos têm o dever de ser “sinal de paz e instrumento de reconciliação”. O Papa enfatiza que o ministério da unidade exige “deixar para trás controvérsias teológicas que perderam a sua razão de ser” e avançar rumo a uma prática comum de oração, escuta e acolhimento.
O Pontífice reforça que o ecumenismo não busca um retorno ao passado, mas um caminho de reconciliação que enriquece todas as comunidades. Assim como em Niceia, afirma, a unidade só será alcançada por meio de um processo “paciente e, por vezes, difícil”, sustentado pela conversão do coração. A Carta se conclui com uma oração ao Espírito Santo, para conduzir todos os cristãos a serem novamente “uma só coisa, para que o mundo acredite”.





