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América registra maior aumento de suicídios do que o resto do mundo

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Na sexta-feira, 10, Dia Mundial da Saúde Mental, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) destacou que o continente americano é a única região do mundo que registra crescimento nas taxas de suicídio. 

Há um mês, a Opas lançou uma campanha de prevenção para conter o aumento do suicídio nas Américas. A Guiana tem o maior índice de mortes por suicídio – 29,4 a cada cem mil óbitos –, segundo um levantamento de 2019. Em seguida, vêm Suriname, Uruguai, Estados Unidos, Trinidad e Tobago, Canadá, Haiti, Cuba, Argentina e Chile. O Brasil aparece em 18° lugar, com 6,2 suicídios a cada cem mil mortes. 

Segundo Matías Irarrazaval, assessor regional de Saúde Mental e Uso de Substâncias da Opas, a taxa de suicídio na região aumentou 17% entre 2000 e 2021, sendo a única região da Organização Mundial da Saúde (OMS) a apresentar um crescimento contínuo nesse período. Mais de 100 mil pessoas morreram por suicídio anualmente entre 2015 e 2021, o que representa uma taxa de nove por 100 mil habitantes. 

“Cada suicídio é uma tragédia que também afeta famílias e comunidades. Sabemos que, em algumas sub-regiões, o maior percentual de suicídios ocorre entre pessoas de 25 a 49 anos. Na América Central, México e Caribe Latino, assim como na região andina, há uma grande proporção de suicídios entre jovens de 10 a 24 anos. Reconhecemos que há elementos culturais que podem influenciar, como maior isolamento, solidão, menor coesão social – fatores que afetam a capacidade das pessoas de pedir ajuda. Também reconhecemos que violência, pobreza e outros determinantes sociais afetam a saúde mental. E, em alguns casos, isso pode levar a comportamentos suicidas. Quase metade dos países não possui um programa, plano ou estratégia nacional de prevenção ao suicídio”, afirmou o assessor. 

Segundo ele, alguns sinais podem indicar riscos de suicídio e sua identificação colabora com a prevenção. 

“Primeiro, é importante entender que pensamentos suicidas e ideias sobre a morte podem surgir em uma parte significativa da população, especialmente entre adultos jovens e adolescentes. Falar sobre suicídio não aumenta o risco; pelo contrário, aumenta a possibilidade de prevenção e de atendimento precoce. Se notarmos que um colega de trabalho, vizinho ou familiar está mais isolado do que o habitual, perdeu o interesse por atividades de que antes gostava, demonstra claramente queda de ânimo e energia, além de alterações no sono e no apetite – e se esses sinais persistirem por mais de duas semanas – é importante que essa pessoa seja avaliada por um profissional de saúde para verificar seu estado de saúde mental”, concluiu Matías. 

Fontes: RFI Brasil e Opas 

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