Após ação unilateral do governo chinês, Papa nomeia novo Bispo de Xangai

UCA News

O Papa Francisco nomeou no sábado, 15, a Dom Joseph Shen Bin, como novo Bispo de Xangai, reconhecendo, assim, a decisão do Conselho de Bispos Chineses, tomada em abril, sem a aprovação prévia da Santa Sé. Ele era Bispo de Haimen desde 2010.

As ações da Igreja na China – assim como se dá com as demais religiões – são controladas pelo Partido Comunista Chinês.

Em entrevista às mídias vaticanas, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, recordou que há um acordo provisório entre a Santa Sé e a China, firmado em setembro de 2018, e prorrogado em 2020 e 2022, que regula as nomeações e transferências de bispos no país asiático. O princípio fundamental do acordo é da “consensualidade das decisões”.

O Secretário de Estado do Vaticano explicou que, com a nomeação, o Papa Francisco decidiu “sanar a irregularidade canônica” para o “bem maior da diocese”, mas observou que o modo de agir das autoridades chinesas neste episódio pareceu “desconsiderar o espírito de diálogo e colaboração estabelecido entre o Vaticano e o lado chinês ao longo dos anos e que encontrou um ponto de referência no Acordo”.

O Cardeal Pietro Parolin ressaltou que a Santa Sé tem insistido em um diálogo franco com as autoridades chinesas, e ponderado ser um problema que tais transferências ocorram de maneira não consensual. “É indispensável que todas as nomeações episcopais na China, incluindo as transferências, sejam feitas consensualmente, conforme acordado, e mantendo vivo o espírito de diálogo entre as partes. Juntos, devemos evitar situações desarmônicas que criem dissabores e incompreensões”, comentou. 

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