Às vésperas de Paris 2024, Papa Francisco pede ‘trégua olímpica’

papa angelus out
Vatican Media

Pouco antes da abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, Papa Francisco apro­veitou seu discurso após a oração do Angelus, no domingo, 21, para reforçar o pedido de “trégua olímpica”.

Trata-se de uma antiga tradição sur­gida no oitavo século antes de Cristo, por meio da qual as nações que disputavam os jogos esportivos na Grécia “abaixa­vam as armas”. Em particular, interrom­piam guerras e conflitos armados espe­cialmente em torno da cidade sede dos jogos e por onde passavam os atletas.

“O esporte tem também uma grande força social, capaz de unir pacificamente pessoas de culturas diferentes”, declarou o Papa Francisco, acrescentando que uma suspensão das guerras seria uma de­monstração de “sincera vontade de paz”.

“Espero que este evento possa ser si­nal do mundo inclusive que queremos construir, e que os atletas, com seu teste­munho esportivo, sejam mensageiros de paz e valiosos modelos para os jovens”, disse ainda.

MENSAGEM PARA PARIS

“Os Jogos Olímpicos são, por natu­reza, portadores de paz e não de guerra”, afirmou Francisco em uma carta envia­da ao Arcebispo de Paris, Dom Laurent Ulrich. O Bispo de Roma deseja que os “tempos modernos” possam retomar a tradição da trégua olímpica.

“Nestes tempos turbulentos, quando a paz mundial está seriamente ameaça­da, espero fervorosamente que todos va­lorizem essa trégua na esperança de uma resolução de conflitos e um retorno à concórdia”, declarou na mensagem. “Que Deus tenha misericórdia de nós! Que Ele ilumine as consciências dos governantes sobre as graves responsabilidades que lhes cabem, que Ele conceda aos pacifi­cadores sucesso em seus esforços e que os abençoe.”

O Papa Francisco pediu as bênçãos de Deus sobre a cidade e todos aqueles que vão participar dos Jogos, entre atletas, or­ganizadores e público. Ele recomendou a todos que “abram as portas” da cidade, mas também dos seus corações, “testemu­nhando, com a gratuidade e a generosida­de de sua acolhida a todos, o Cristo que habita e comunica com eles a sua alegria”.

Nas palavras do Papa, “o esporte é uma linguagem universal que transcende fron­teiras, idiomas, raças, nacionalidades e religiões”, pois tem a capacidade de “unir as pessoas, de promover o diálogo e a acei­tação mútua; estimula a superação, treina o espírito de sacrifício, promove a lealdade nas relações interpessoais; convida as pes­soas a reconhecerem seus próprios limites e o valor dos outros”.

O Pontífice desejou que, para o povo francês, a olimpíada seja oportunidade de promover “concórdia fraterna, per­mitindo, além das diferenças e contra­posições, reforçar a unidade da nação”. Ele refletiu, ainda, sobre o símbolo dos cinco anéis entrelaçados das Olimpía­das, que representam “esse espírito de fraternidade que deve caracterizar o evento olímpico e a competição espor­tiva em geral”.

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