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Corpus Christi:‘Partilhar o Pão para multiplicar a esperança’

Vatican Media

Jesus responde à fome mais pro­funda do ser humano doando-se na Eucaristia. Sobre esse mistério cen­tral para a fé católica, o Papa Leão XIV refletiu em missa campal cele­brada no domingo, 22, na Solenida­de do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, Corpus Christi, em frente à Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão.

“Esta é a lógica que salva o povo faminto: Jesus age segundo o es­tilo de Deus, ensinando a fazer o mesmo. Hoje, no lugar das mul­tidões recordadas no Evangelho, estão povos inteiros, humilhados pela ganância alheia mais ainda do que pela própria fome”, comentou o Papa na homilia. “Especialmen­te neste Ano Jubilar, o exemplo do Senhor continua a ser para nós um critério urgente de ação e serviço: partilhar o pão para multiplicar a esperança, proclamar o advento do Reino de Deus.”

Diferentemente do Brasil, em que é celebrada na quinta-feira, na Itá­lia a solenidade litúrgica de Corpus Christi é transferida para o domingo. Em Roma, tradicionalmente, reali­za-se uma procissão com o Santís­simo Sacramento da Basílica de São João de Latrão até a Basílica de Santa Maria Maior, por cerca de 2km. Nos últimos anos, embora tenha esta­do na procissão algumas vezes no início do pontificado, o Papa Fran­cisco preferia não participar desse momento. Ele celebrava a missa em bairros periféricos da cidade, porém, a procissão no centro de Roma con­tinuava ocorrendo, geralmente pre­sidida pelo Cardeal Vigário.

Desta vez, o Papa Leão XIV de­cidiu caminhar e levar ele mesmo, em suas mãos, o Santíssimo exposto durante toda a procissão. Não havia um automóvel. O gesto permitiu que todos os que buscavam ver o novo Pontífice no meio da multidão vissem, em primeiro lugar, o Santíssimo Sacramento à sua frente, que ele adorava com devoção.

A procissão pelas ruas da cidade é importante, afirmou ele, porque é um apelo aos corações das pessoas: “Ao coração de quem acredita, para que acredite mais firmemente; ao coração de quem não acredita, para que se interrogue sobre a fome que temos na alma e sobre o pão que a pode saciar.”

MISTÉRIO DE UNIDADE

Diante de aproximadamente 20 mil pessoas, segundo o Vatica­no, o Santo Padre também falou sobre como Jesus partilha o pão de forma muito concreta com os mais necessitados, para que pos­sam viver, mas também apresenta a Si mesmo como pão espiritual e “alimento de vida eterna” por meio da Eucaristia.

O “mistério da fé” que se declara no Santíssimo Sacramento é, justa­mente, a noção de que o pão e o vi­nho se tornam “sinal do dom divi­no da salvação”, disse ele. “Quando nos alimentamos de Jesus, Pão Vivo e Verdadeiro, vivemos por Ele.”

Citando Santo Agostinho, o Papa declarou que Cristo é “um pão que alimenta e não falta; um pão que se pode comer, mas não se esgota”. Em outras palavras, “a Eucaristia é a presença verdadeira, real e substancial do Salvador, que transubstancia o pão em si mesmo, para nos transubstanciar Nele”, ob­servou. “O Corpus Domini, vivo e vivificante, torna-nos a nós, isto é, a própria Igreja, corpo do Senhor.”

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