‘Cristo é a resposta de Deus à fome do homem, porque o seu corpo é o pão da vida eterna’

Afirmou o Papa Leão XIV na homilia da missa da Solenidade de Corpus Christi, no domingo, 22

Fotos: Vatican Media

“É bom estar com Jesus”, com esta constatação o Papa Leão XIV começou a homilia da missa da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no domingo, 22, na explanada da Basílica de São João de Latrão, em Roma.

O Romano Pontífice destacou que “Cristo é a resposta de Deus à fome do homem”, sublinhando o valor central da Eucaristia na vida cristã e na transformação do mundo.

Perante milhares de fiéis reunidos para comemorar a festividade de Corpus Christi, o Bispo de Roma refletiu sobre o Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes (Lc 9,11-17), ressaltando como a compaixão de Jesus revela a proximidade amorosa de Deus.

“Quando Deus reina, o homem é liberto de todo o mal”, disse o Papa, destacando, porém, que os que recebem a Boa Nova experimentam o limite da vida, simbolizando pela fome e a queda do dia.

A LÓGICA DIVINA DE COMPARTILHAR

Diante de um mundo que experimenta “a fome material e espiritual”, o Papa Leão XIV contrastou a lógica divina da partilha com a lógica humana da acumulação. “À urgência da fome, Jesus responde com o sinal da partilha”, explicou. Segundo o Sucessor de Pedro, a multiplicação dos pães não foi um ato de magia, mas fruto da comunhão com o Pai e com os irmãos.

“Em vez de partilhar, a opulência desperdiça os frutos da terra”, declarou o Papa, recordando que, neste Ano Jubilar, os cristãos são chamados a ser sinais vivos do Reino por meio do serviço e da solidariedade. Partilhar o pão, afirmou, “multiplica a esperança” e anuncia a presença salvadora de Deus.

A EUCARISTIA: PÃO QUE NÃO SE ESGOTA

Ainda na homilia, o Papa tratou do mistério da Eucaristia, “a presença verdadeira, real e substancial do Salvador”, citando o Catecismo da Igreja Católica: “Nossa natureza faminta traz a marca de uma necessidade que é saciada pela graça da Eucaristia”.

Inspirando-se em Santo Agostinho, ele lembrou que Cristo é um pão “que pode ser comido, mas nunca se esgota”.

O Santo Padre enfatizou que a comunhão eucarística transforma os fiéis no próprio corpo de Cristo e constrói a unidade da Igreja. Disto, acrescentou, surge o compromisso de levar Jesus “ao coração de todos”.

TESTEMUNHO DE FÉ

Por fim, o Pontífice tratou sobre a procissão eucarística pelas ruas de Roma como um sinal visível da fé que caminha. “Oferecemo-la aos olhos, à consciência e ao coração do povo”, disse, convidando todos a serem testemunhas do amor que sacia toda fome humana.

Leão XIV encorajou os fiéis a se tornarem “hóspedes e testemunhas do amor de Deus”, que se dá sem reservas no pão consagrado: “Bem-aventurados os hóspedes, que se tornam testemunhas deste amor!”.

Após a cerimônia, o Sucessor de Pedro conduziu a procissão com o Santíssimo Sacramento do Altar pela Via Merulana em direção à Basílica de Santa Maria Maior, onde concedeu a bênção eucarística.

Cerca de 20 mil pessoas participaram da missa e procissão com o Santíssimo.

(por Sebastián Sansón Ferrari – Vatican News em Espanhol)

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