O Arcebispo de Vitória/ES e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB faz parte do grupo de brasileiros presentes no Jubileu dos Bispos que ouviu o discurso de Leão XIV: “ele nos passou indicações oportunas para sermos, no mundo de hoje e nas igrejas locais, testemunhas de esperança. Depois convidou a sermos prudentes e sermos pobres”, disse Dom Ângelo, “despojados de todo poder, de toda prepotência e sermos verdadeiramente servidores”.

O Dicastério para a Evangelização – Seção para Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo informou que dos quase 400 bispos inscritos no Jubileu, cerca de 70 deles eram brasileiros, o país com maior representatividade entre aqueles que vierem de outras 50 nações, como da própria Itália, da Espanha, Polônia, Portugal, Argentina, Venezuela, Estados Unidos e Filipinas. Na manhã desta quarta-feira, 25, eles receberam a estola, a casula e a mitra do Ano Santo, e depois fizeram a peregrinação à Porta Santa de São Pedro. Dentro da Basílica, concelebraram a missa, presidida pelo prefeito emérito do Dicastério para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet, e depois ouviram o discurso de Leão XIV.
No encontro com o Pontífice estava Dom Ângelo Ademir Mezzari, Arcebispo de Vitória/ES há cerca de 4 meses, após a posse em fevereiro, e presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ele está em Roma para participar do Jubileu dos Bispos, entre outros compromissos, mas para inclusive receber o pálio do Pontífice no próximo domingo, 29, junto a outros 4 brasileiros. Na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, é tradição o Pontífice abençoar e entregar aos novos arcebispos o pálio, que está ligado ao juramento de lealdade ao Papa com a responsabilidade de conduzir a Igreja local.
O discurso do Papa Leão XIV

Na Basílica de São Pedro, Dom Ângelo contou ao Vatican News que os bispos acolheram o Papa com muito carinho e afeto, um momento caracterizado “de muita graça e de muita benção”. As palavras de Leão XIV, contou o arcebispo, foram direcionadas ao ministério e à vida dos bispos, convidando, sobretudo, a serem peregrinos de esperança e, com Cristo, fazer “a conversão e a mudança de vida. Somos Pastores, mas somos também ovelhas como ele bem recordou”. Em seguida, dom Ângelo comentou que o Papa descreveu como os bispos podem ser configurados a Cristo, Bom Pastor, dando algumas indicações:
“Ele nos passou tantas indicações para sermos, no mundo de hoje, em nossas igrejas locais, essas testemunhas de esperança. Depois nos pediu, então, e nos propôs, pessoalmente, como bispos a vivermos na prudência pastoral com uma série de indicações muito oportunas, sobretudo no caminho sinodal; a prudência pastoral que nos convida a acompanhar com amor, com prudência e com discernimento o povo de Deus, de modo particular, o clero e as lideranças pastorais. Em segundo lugar nos convidou a sermos prudentes e sermos pobres. A verdadeira pobreza evangélica, bispos homens de Deus, despojados de todo poder, de toda prepotência e sermos verdadeiramente servidores. Em terceiro lugar nos convidou a sermos castos, por isso prudentes, pobres e castos. E castos vivendo com autenticidade e profundidade o nosso celibato e, nessa castidade e nesse sentido de entrega virginal ao Senhor, sermos verdadeiras testemunhas daquela riqueza do Cristo pobre, casto e obediente para o bem do povo de Deus. E, nesse sentido, vivermos no diálogo e no discernimento. E, por último, a fazermos um caminho sinodal e nesse caminho sinodal sermos uma Igreja de unidade e de comunhão que vive na dignidade, no amor e no serviço.”
Fonte: Vatican News