
O Papa Francisco prossegue de bom humor e, ao longo da última semana, tem se recuperado bem. Já se passou quase um mês de sua internação no Hospital Policlínico Universitário Agostino Gemelli, em Roma. Ele deu entrada em 14 de fevereiro. O problema inicial era uma bronquite persistente, mas logo diagnosticou-se uma pneumonia nos dois pulmões e, em seguida, ele teve alguns episódios de crise respiratória.
Entretanto, o Pontífice tem reagido bem ao tratamento medicamentoso e os exames clínicos demonstram uma clara melhora, de acordo com a equipe médica. Na segunda-feira, 10, pela primeira vez, foi informado que a situação se estabilizara e que o Pontífice já não enfrenta qualquer risco iminente.
Por outro lado, os médicos continuam falando de um “cenário complexo” e que Francisco continua combatendo a pneumonia, que não está curada. “Será necessário continuar, por mais dias, a terapia farmacológica em ambiente hospitalar”, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé, que divulga os boletins médicos diariamente.
Nesse sentido, fontes do Vaticano que vêm acompanhando de perto a situação do Papa, de 88 anos, e que mantêm contato diário com a imprensa, recomendam cautela na leitura dos comunicados. É preciso aguardar a evolução do caso para que se possa ter uma perspectiva mais clara de melhora. Não há previsão de alta médica.

PAPA AGRADECE AS ORAÇÕES
Todos os dias, os cardeais de Roma lideram a oração do Terço pela saúde do Papa Francisco, em uma iniciativa organizada em parceria com a Diocese de Roma e a Basílica de São Pedro. Na quinta-feira, 6, Francisco surpreendeu a todos, enviando uma mensagem de áudio, curta, mas muito significativa.
“Agradeço do fundo do coração as orações pela minha saúde desde a Praça, acompanho vocês daqui. Que Deus os abençoe e que a Virgem os proteja. Obrigado”, disse ele. A voz era ofegante, bem diferente do Francisco que todos estão acostumados a ouvir. Mas, como ele mesmo definiu em uma mensagem anterior, foi uma expressão da “bênção que se esconde na fragilidade, porque é precisamente nestes momentos que aprendemos a confiar no Senhor”.
No domingo, 9, uma nova mensagem escrita foi divulgada para acompanhar a oração do Angelus – que, neste momento, o Papa não tem rezado publicamente, como é tradição. Ele escreveu: “Irmãos e irmãs, na minha prolongada permanência aqui no hospital, também eu experimento a atenção do serviço e a ternura do cuidado, particularmente dos médicos e dos profissionais de saúde, a quem agradeço do fundo do coração.”

Ele também afirmou pensar nos outros doentes e naqueles que os acompanham e “são para eles um sinal da presença do Senhor”. Francisco falou do “milagre da ternura”, expresso pelos profissionais e cuidadores que acompanham os doentes na hora da provação, “trazendo um pouco de luz na noite da dor”.
O Papa insistiu, ainda, que as orações sejam elevadas aos países assolados pela guerra: “Juntos continuamos a invocar o dom da paz, especialmente na martirizada Ucrânia, na Palestina, em Israel, no Líbano e em Myanmar, no Sudão e na República Democrática do Congo. Em particular, tomei conhecimento, com preocupação, do recomeço de violências em algumas zonas da Síria: espero que cessem definitivamente, no pleno respeito de todas as componentes étnicas e religiosas da sociedade, especialmente dos civis”.