No Dia de Finados, 2, o Papa Francisco escolheu manter o silêncio em vez de proferir uma homilia durante a celebração eucarística. Realizada no Cemitério Laurentino, em Roma, a missa foi um momento de profunda emoção para os fiéis – alguns milhares de pessoas, inclusive o prefeito da cidade, Roberto Gualtieri.
Outro momento significativo de sua passagem pelo cemitério foi a oração silenciosa em uma seção dedicada aos túmulos de crianças não nascidas – área conhecida como “Jardim dos Anjos”, um gesto que ele já havia feito em 2018, quando também esteve nesse local.
RECORDAÇÃO DE CRISTO
Na segunda-feira, 4, como é tradição, o Papa presidiu missa em sufrágio pelos bispos e cardeais mortos ao longo do último ano. Nessa ocasião, fez uma breve pregação. Ele refletiu, em particular, sobre as palavras do “Bom Ladrão” crucificado ao lado de Cristo, conforme o Evangelho segundo São Lucas (23,42), quando implora: “Jesus, lembra-te de mim quando estiveres no teu Reino”. Esse malfeitor – disse o Papa – pede que Jesus se recorde dele. “Meditemos sobre este ato: recordar. Recordar significa ‘trazer de volta ao coração’, recordar, voltar a pôr no coração”, explicou o Pontífice, acrescentando que o pedido foi feito “em um tom cheio de esperança”.
“Tudo o que deseja o malfeitor que morre como discípulo da última hora é um coração hospitaleiro. E isso é tudo o que lhe importa, agora que está nu diante da morte. E o Senhor, como sempre, ouve a oração do pecador, até o fim. Trespassado pela dor, o coração de Cristo se abre para salvar o mundo – é um coração aberto, não fechado –: acolhe, moribundo, a voz dos moribundos. Jesus morre conosco, porque morre por nós.”
Cristo se recorda de todos os crucificados, os daquele tempo e os de hoje, comentou o Papa, trazendo cada pessoa consigo com “coração justo e compassivo”. Desse modo, “a lembrança de Jesus é eficaz, porque é rica em misericórdia. Enquanto sucumbe a vida do homem, o amor de Deus liberta da morte”.