
Relacionado ao Jubileu dos Jovens, o evento dedicado exclusivamente aos missionários digitais e influencers católicos reuniu cerca de 1,1 mil participantes. As reuniões mesclaram momentos de formação, testemunhos de vida e trabalhos em pequenos grupos para discutir temas centrais para a missão no mundo digital.
Em diferentes ocasiões, os participantes se mostraram contentes de que o tema “missão digital” tenha aparecido com um capítulo inteiro no Documento Final do Sínodo sobre a Sinodalidade, publicado em outubro de 2024.
Nos grupos de trabalho, eles expressaram uma série de desafios para a evangelização digital, ou simplesmente para a vida nos ambientes digitais. Os dois maiores obstáculos são a polarização e a desinformação. Nesse contexto, muitos afirmam que os seguidores dos missionários digitais buscam nas redes uma mensagem positiva.
Buscam se relacionar diretamente com figuras autênticas e coerentes. Ou seja, para muitos deles, o missionário digital é alguém que pode transmitir esperança e ajuda a dar um maior sentido à vida, por meio da difusão das mensagens do Evangelho.

Estar nas redes com ‘a beleza e a luz da Verdade’
Na terça-feira, 29, foi celebrada missa na Basílica de São Pedro, presidida pelo Cardeal Luis Antonio Tagle, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, com os participantes do Jubileu dos Missionários Digitais e dos Influenciadores Católicos.
Na parte final da celebração, o Papa Leão XIV falou aos participantes, destacando que a busca da paz neste tempo “dilacerado pela inimizade e pelas guerras” também é confiada pela Igreja aos missionários digitais.
O Pontífice os exortou a procurar sempre no espaço digital a “carne sofredora de Cristo” em cada irmão: “Hoje, encontramo-nos em uma nova cultura profundamente caracterizada e formada pela tecnologia. Cabe a nós – a cada um de vocês – assegurar que esta cultura permaneça humana”, afirmou.

Também indicou que perante os avanços da Inteligência Artificial, os cristãos devem trabalhar para desenvolver um pensamento e uma linguagem que deem voz ao Amor: “Não se trata apenas de gerar conteúdos, mas de criar um espaço de encontro entre os corações. Este processo começa sobretudo com a aceitação da nossa própria pobreza, deixando de lado qualquer tipo de pretensão e reconhecendo a nossa inerente necessidade do Evangelho.”
Leão XIV fez uma analogia entre as redes dos pescadores, utilizadas pelos primeiros apóstolos, e as “redes de amor” a serem tecidas pelos influenciadores: “Redes nas quais se possa consertar o que está partido, onde se possa curar a solidão, sem se importar com o número de seguidores [followers], mas experimentando em cada encontro a grandeza infinita do Amor. Redes que deem espaço ao outro mais do que a nós mesmos, nas quais nenhuma ‘bolha de filtros’ possa apagar a voz dos mais fracos. Redes que libertem, que salvem.
Por fim, enfatizou que só será possível quebrar a lógica da divisão, da polarização, do individualismo, do egocentrismo, das fake news e da frivolidade, “com a beleza e a luz da Verdade”.