“Pensem grande”, vivam a vocação como uma “aventura maravilhosa” e como “pequenas luzes” que, brilhando juntas, realizam o “plano de salvação” de Deus. “Reconduzir a si toda a humanidade, como uma só grande família”. Um desígnio composto por várias “peças”, desde a promoção da paz até a “corresponsabilidade pelo trabalho pastoral nas Igrejas locais”. Um “horizonte” que se estende para além daqueles que o constroem, envolvendo-os “além de todas as expectativas”.

O Papa Leão XIV falou por meio de imagens e metáforas em seu discurso na manhã do sábado, 12, em Castel Gandolfo – residência de verão do Pontífice localizada nos Castelos Romanos -, dirigindo-se aos participantes dos Capítulos Gerais de vários institutos religiosos.
Ao todo, participaram cerca de 200 membros pertencentes ao Pontifício Instituto para as Missões Exteriores (PIME), às Pias Mestras Filipinas, às Pias Mestras dos Venerini, às Filhas da Igreja, às Salesianas Oblatas do Sagrado Coração, às Irmãs Franciscanas Angelinas, ao Instituto Oblatas de Jesus e Maria e às Religiosas Filhas de Maria das Pias Escolas (Escolápias).
O Pontífice recebeu a todos no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, saudando-os com as palavras de Cristo ressuscitado: “A paz esteja convosco” e convidando-os a refletir “um pouco juntos”.
O Papa reconheceu os “diferentes carismas” dos religiosos e religiosas, enfatizando um objetivo comum: “A edificação do Corpo de Cristo”.
“E justamente para que este cresça segundo os desígnios de Deus, a Igreja pede de vocês o serviço que estão realizando”, afirmou.
CAMINHOS DIFERENTES PARA UMA ÚNICA REALIDADE

Traços diferentes, mas “complementares” ao refletir a ação “de todo o Povo de Deus”. O Papa elencou alguns deles: da entrega de si mesmo “em união com o sacrifício de Cristo”, à “missão ad gentes“, à preservação e difusão do amor “pela Igreja”, sem descuidar “da educação e formação dos jovens”.
“São diferentes caminhos pelos quais a realidade única e eterna que a todos anima se expressa de forma carismática: o amor de Deus pela humanidade”.
‘ÂNGULOS’ A SEREM REINTERPRETADOS
Os legados herdados dos fundadores e fundadoras dos institutos religiosos são, na visão de Leão XIV, “ângulos particulares” a serem reinterpretados à luz dos tempos atuais.
As “pistas de trabalho” que emergiram durante um tempo de preparação, oração e escuta mútua são, por sua vez, um “dom precioso”, pois são “frutos do Espírito”. A sua ajuda é para toda a comunidade cristã a “caminhar na caridade rumo à verdade plena”, afirma, ecoando palavras de Bento XVI.
A MESMA ‘AVENTURA MARAVILHOSA’

As diretrizes formuladas pelos diversos institutos contêm, segundo o Pontífice, alguns “apelos fundamentais”. Um renovado “espírito missionário”, a adesão aos “sentimentos que foram de Cristo Jesus”, uma firme “esperança em Deus” e “a chama do Espírito” sempre acesa no coração.
O Papa, portanto, os exorta a “promover a paz”, bem como a “cultivar a corresponsabilidade pastoral nas Igrejas locais, e mais ainda”.
“Estar ao lado deles e recordá-los juntos, neste momento, nos ajuda a compreender a riqueza da nossa comunidade, particularmente como religiosos, engajados na mesma e maravilhosa aventura de seguir Cristo mais de perto”.
A ‘ALEGRIA DE SER IGREJA’
Essa consciência renova e fortalece a “alegria de ser Igreja”. Leão XIV encoraja a abrir-se a horizontes ambiciosos e cita o Papa Francisco ao descrever a humanidade como uma única “família” que o plano divino deseja reconduzir inteiramente a si.
“Pensem grande, como peças únicas de um desígnio que os supera e os envolve além das suas próprias expectativas”, afirmou.
UMA LUZ QUE NUNCA SE APAGA

É desse espírito — fonte original de todo Instituto — que nasce o horizonte dentro do qual todo esforço deve ser colocado.
“Para que contribua, por meio de pequenas luzes, para espalhar a luz de Cristo, que nunca se apaga, por toda a terra”, declarou.
DÓCEIS À VOZ DO ESPÍRITO
Ao concluir seu discurso, o Pontífice convida a permanecer “dóceis à voz do Espírito”, “que ensina todas as coisas” e sem cujo apoio, em nossa fraqueza comum, “nem sabemos o que pedir”.
Fonte: Vatican News