Logo do Jornal O São Paulo Logo do Jornal O São Paulo

Leão XIV a sacerdotes: ‘Temos uma grande missão e juntos podemos realizá-la’

Com grande festa, os sacerdotes acolheram Leão XIV no Encontro Internacional “Sacerdotes felizes”, organizado pelo Dicastério para o Clero por ocasião do Jubileu Sacerdotal.

Vatican Media

Por ocasião do Jubileu dos Sacerdotes, o Papa Leão XIV se reuniu com milhares deles no Auditório Conciliação, na rua que dá acesso à Praça São Pedro, para um evento internacional promovido pelo Dicastério para o Clero.

O título do evento é “Sacerdotes Felizes” e foi a partir daí que o Pontífice fez sua reflexão, inspirado no capítulo 15 do Evangelho de João: “Eu vos chamo amigos”.

“No coração do Ano Santo, juntos queremos testemunhar que é possível ser sacerdotes felizes, porque Cristo nos chamou e nos fez seus amigos: uma graça que queremos acolher com gratidão e responsabilidade.”

Para o Pontífice, essas palavras de Jesus não são só uma declaração afetuosa dirigida aos discípulos, mas a chave de compreensão do ministério sacerdotal. 

“O sacerdote, com efeito, é um amigo do Senhor, chamado a viver com Ele uma relação pessoal e de confiança, nutrida pela Palavra, pela celebração dos Sacramentos e pela oração cotidiana. Esta amizade com Cristo é o fundamento espiritual do ministério ordenado, o sentido do nosso celibato e a energia do serviço eclesial ao qual dedicamos a vida. Ela nos ampara nos momentos de provação e nos permite renovar todos os dias o ‘sim’ pronunciado no início da vocação.”

Tornar-se amigo de Cristo

Leão XIV indicou alguns elementos fundamentais para a formação ao ministério sacerdotal. Assim como para os seminaristas, o Papa falou da importância das relações:  “Tornar-se amigos de Cristo significa ser formados na relação, não só nas competências. A formação sacerdotal, portanto, não pode se reduzir a aquisição de noções, mas é um caminho de familiaridade com o Senhor”. Isso requer escuta profunda, meditação e uma vida interior rica e ordenada.

Além da relações, a fraternidade é outra característica da vida presbiteral. “Tornar-se amigos de Cristo comporta viver como irmãos entre sacerdotes e entre os bispos, não como concorrentes ou como individualistas. Os elos formados devem ser expressão de uma Igreja sinodal.

Outro traço importante é ser homens capazes de amar, ouvir, rezar e servir. Eis então a necessidade de formadores que sejam um exemplo de vida.

Fazer de Cristo o coração do mundo

A propósito de vocações, o Papa observou que não obstante os sinais de crise que atingem a vida e a missão dos presbíteros, Deus continua a chamar e permanece fiel a suas promessas. Por isso, são necessários espaços para ouvir a Sua voz através de ambientes e formas de pastoral juvenil impregnados de Evangelho. “Tenham coragem de propostas fortes e libertadoras”, exortou.

Na vigília da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Leão XIV propôs a imagem do “roveto ardente” e citou a Encíclica do Papa Francisco Dilexit nos, como um dom precioso para toda a Igreja. “O nosso tempo nos provoca: muitos parecem se afastar da fé, mesmo que no profundo, especialmente dos jovens, existe sede de infinito e de salvação.” Todo ser humano é feito para Ele, e o desígnio do Pai é “fazer de Cristo o coração do mundo”.

O Pontífice pediu então um novo ímpeto missionário, com coragem e amor. “Vê-se quando alguém crê: a felicidade do ministro reflete o seu encontro com Cristo.” E agradeceu aos sacerdotes pela dedicação cotidiana, principalmente nos locais de formação, nas periferias existenciais e nos locais difíceis, às vezes perigosos, com uma menção especial a quem se doou a ponto de entregar a vida, derramando o próprio sangue.

“Obrigado por aquilo que são! Porque lembram a todos que é belo ser sacerdote, e que todo chamado do Senhor é, antes de tudo, um chamado à sua alegria. Não somos perfeitos, mas somos amigos de Cristo, irmãos entre nós e filhos da sua tenra Mãe Maria, e isto é suficiente.”

Ninguém está só!

Antes de concluir, o Papa interagiu com os presentes, perguntando sua origem por continente, e abraçando um deles “em nome de todos”. E acrescentou algo ao seu discurso para enfatizar a importância da vida espiritual do sacerdote.

“Muitas vezes, quando precisarem de ajuda, procurem um bom ‘acompanhante’, um diretor espiritual, um bom confessor. Ninguém aqui está só. E mesmo que esteja trabalhando na missão mais distante, você nunca está sozinho!”

Leão XIV citou novamente o Papa Francisco, quando aconselhava os sacerdotes a viverem a proximidade: com o Senhor, com o bispo ou o superior e entre si. “Temos uma grande missão e juntos podemos realizá-la!”

Fonte: Vatican News

Deixe um comentário