Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, Leão XIV presidiu a missa de ordenação de 32 presbíterios, entre eles um brasileiro. Na homilia, proferida antes do rito de ordenação, o Papa convidou a se tornarem intimamente unidos a Jesus, seguindo um ministério de santificação e unidade para levar a paz do Ressuscitado ao mundo e através do exemplo – muitas vezes escondido e humilde – dos santos “mártires, apóstolos incansáveis, missionários e campeões da caridade”.

O Papa Leão XIV presidiu na manhã desta sexta-feira, 27 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de Oração pela Santificação Sacerdotal, a missa de ordenação de 32 sacerdotes provenientes de diferentes países, inclusive do Brasil, como Lucas Soares dos Santos, da Arquidiocese de Brasília/DF; e de Angola, como Daniel Alberto dos Santos. A celebração foi realizada no contexto do Jubileu dos Sacerdotes e após a a peregrinação jubilar às Portas Santas das Basílicas Papais e a Vigília de oração nesta quinta-feira (26/06), presidida pelo pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, dom Rino Fisichella, na Basílica de São João de Latrão.
Carregar nos ombros quem se perdeu
Na homilia, proferida antes do rito de ordenação sacerdotal e após a apresentação de cada um que seria ordenado presbítero na Basílica Vaticana, na presença de 5.500 pessoas e outras 3 mil que acompanhavam pelos telões na Praça São Pedro, o Papa Leão XIV se dirigiu aos sacerdotes reforçando o vínculo com o Coração de Cristo, todo o mistério da encarnação, morte e ressurreição do Senhor. À luz das leituras, o Pontífice convidou a meditar sobre o modo para contribuir “para esta obra de salvação”. Primeiramente, recordou que o amor do Senhor é universal, sobretudo “num tempo de grandes e terríveis conflitos”, e “não há lugar para divisões e ódios de qualquer gênero”. Leão XIV exortou todos a colaborarem com o Senhor “colocando a Eucaristia no centro da nossa existência”; pela “frequente recepção do sacramento da penitência”; e, finalmente, “através da oração, da meditação da Palavra e do exercício da caridade”.
Através do Evangelho de Lucas (Lc 15, 3-7), que “fala da alegria de Deus – e de todo o pastor que ama segundo o seu Coração – pelo regresso ao redil de uma só das suas ovelhas”, o Papa convidou a viver a caridade pastoral:
“É um convite a tornar-nos intimamente unidos a Jesus, semente de concórdia no meio dos irmãos, carregando sobre os nossos ombros quem se perdeu, perdoando quem errou, indo à procura de quem se afastou ou ficou excluído, cuidando de quem sofre no corpo e no espírito, numa grande troca de amor que, brotando do lado trespassado do Crucificado, envolve todos os homens e preenche o mundo.”
Seguir um ministério de santificação e unidade
Em seguida, Leão XIV refletiu sobre o ministério sacerdotal como um ministério de santificação e de unidade, inclusive com o bispo e no presbitério, como pediu o Concílio Vaticano II, “harmonizando as diferenças para «que ninguém se sinta estranho»”. E, recordando o seu grande desejo expresso na missa solene de início de pontificado, pediu esforços por uma “Igreja unida” com todos “reconciliados, unidos e transformados pelo amor que jorra copiosamente do Coração de Cristo” para levar a paz do Ressuscitado ao mundo. O Papa também compartilhou “algumas coisas simples, mas que considero importantes” para o futuro dos sacerdotes:
“Amai a Deus e aos vossos irmãos, sede generosos, fervorosos na celebração dos Sacramentos, na oração, especialmente na Adoração, e no ministério; sede próximos do vosso rebanho, doai o vosso tempo e as vossas energias por todos, sem vos poupardes, sem fazer distinções, como nos ensinam o lado trespassado do Crucificado e o exemplo dos santos.”
E, a esse propósito, Leão XIV finalizou a homilia exortando a imitar essas “figuras maravilhosas de santidade sacerdotal” que, a partir das comunidades das origens, transformaram-se em “mártires, apóstolos incansáveis, missionários e campeões da caridade”:
“Fazei desta riqueza um tesouro: interessai-vos pelas suas histórias, estudai as suas vidas e as suas obras, imitai as suas virtudes, deixai-vos inflamar pelo seu zelo, invocai a sua intercessão muitas vezes, com insistência! O nosso mundo frequentemente propõe modelos de sucesso e de prestígio duvidosos e inconsistentes. Não vos deixeis fascinar por eles! Em vez disso, olhai para o exemplo sólido e os frutos do apostolado, muitas vezes escondido e humilde, daqueles que na sua vida serviram ao Senhor e aos irmãos com fé e dedicação, e continuai a sua memória com a vossa fidelidade.”
Fonte: Vatican News