
Em discurso aos participantes do Congresso Internacional “IA e Medicina: O Desafio da Dignidade Humana”, organizado, em Roma, pela Federação Internacional das Associações Médicas Católicas e pela Pontifícia Academia para a Vida, o Papa Leão XIV destacou que o desenvolvimento tecnológico deve estar a serviço da pessoa humana e do bem comum.
“Hoje, interagimos com máquinas como se fossem interlocutores, tornando-nos quase uma extensão delas. Corremos o risco de perder de vista os rostos humanos ao nosso redor e de esquecer o que é verdadeiramente humano”, lembrou o Papa, aos participantes do encontro que será concluído na quarta-feira, 12.
Leão XIV também advertiu para o risco do uso da Inteligência Artificial (IA) desvinculado da ética e da dignidade humana. “Os instrumentos de que dispomos hoje são ainda mais poderosos e podem produzir efeitos devastadores sobre a vida das pessoas e dos povos, se colocados a serviço de ideologias desumanas”, mas se forem bem orientados, “podem ter efeitos profundamente transformadores e benéficos”, ponderou.

Em outra mensagem, desta vez aos participantes do Fórum Builders IA, ocorrido nos dias 6 e 7 na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, Leão XIV, ao recordar que o objetivo do congresso é a criação de uma nova comunidade interdisciplinar dedicada a apoiar o desenvolvimento de produtos de IA a serviço da missão da Igreja, lembrou que é crucial que se reflita “não apenas sobre o que a IA é capaz de fazer, mas quem estamos nos tornando por meio das tecnologias que construímos”.
O Pontífice reiterou o posicionamento já manifestado pela Igreja de que todos os atores envolvidos no desenvolvimento das novas tecnologias são chamados a cultivar o “discernimento moral” como parte integrante de seu trabalho, desenvolvendo sistemas que incorporem os valores da justiça, da solidariedade e do respeito autêntico pela vida: “Vossas reflexões ao longo destes dois dias mostram que esse compromisso não pode se limitar aos laboratórios de pesquisa ou às carteiras de investimento: deve ser uma empreitada profundamente eclesial”.





