Pontífice presidiu a Missa do Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos, com a participação de 70 mil fiéis

Das famílias vem “o futuro dos povos” e a elas cabe a mensagem do Evangelho de promover a unidade na sociedade e na Igreja, afirmou o Papa Leão XIV na missa do domingo, dia 1º, durante o Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos, na Praça São Pedro, no Vaticano.
“Estamos aqui para sermos ‘um’ como o Senhor quer que sejamos ‘um’, em nossas famílias e onde vivemos, trabalhamos e estudamos: diferentes, mas um, muitos, mas um, sempre, em todas as circunstâncias e em todas as idades da vida”, declarou o Santo Padre.
Durante a liturgia da Palavra, a primeira leitura, em espanhol, foi extraída dos Atos dos Apóstolos (7,55-60); o Salmo, em italiano, foi o 96, “O Senhor reina: alegre-se a terra”; a segunda leitura, em inglês, foi extraída do Livro do Apocalipse do Apóstolo São João (22, 12-20). Também de João foi o Evangelho (17,20-26), em italiano, a passagem em que Jesus reza ao Senhor “para que todos sejam um”.
ELE NOS AMA PRIMEIRO
Cristo não pede a seus seguidores que sejam uma “massa indistinta” ou um “bloco anônimo”, mas reza pela unidade entre os seus e com Deus. Trata-se de uma “comunhão fundada sobre o amor” que Jesus trouxe ao mundo. “É verdade que, às vezes, essa humanidade é traída. Por exemplo, toda vez que a liberdade é invocada não para dar vida, mas para tirá-la, não para ajudar, mas para ofender”, afirmou.
Por outro lado, “o Pai não nos ama menos do que ama seu Filho unigênito, ou seja, infinitamente”, observou o Pontífice.
“Deus não ama menos, porque Ele ama primeiro” – insistiu o Papa – e cabe a nós corresponder a esse amor, em expressões concretas de amor a Deus e ao próximo. “Caríssimos, se nos amarmos assim, sobre o fundamento de Cristo, que é ‘o alfa e o ômega’, o princípio e o fim (cf. Ap 22,13), seremos um sinal de paz para todos, na sociedade e no mundo. E não nos esqueçamos: das famílias é gerado o futuro dos povos”, disse o Papa.
De acordo com o jornal L’Osservatore Romano, publicação do Vaticano, participaram da celebração 70 mil fiéis, entre os quais 10 cardeais, 30 bispos e 400 sacerdotes concelebrantes.

ACOLHER O AMOR NO SEIO DA FAMÍLIA
O Papa explicou, ainda, que a Igreja apresenta a aliança conjugal como modelo para “acolher o amor de Deus e superar, com a sua força que unifica e reconcilia, as forças que desagregam” as relações e as sociedades. “É por isso que, com o coração cheio de gratidão e esperança, digo a vocês, cônjuges: o casamento não é um ideal, mas o cânone do verdadeiro amor entre homem e mulher: amor total, fiel e frutífero”, completou.
Os pais devem ser modelo de vida para seus filhos e, estes, devem sempre manifestar gratidão pelos ensinamentos recebidos – exortou o Pontífice. Liberdade e obediência são um binômio que deve caminhar de mãos dadas. “Na família, a fé é transmitida junto com a vida, de geração em geração: ela é compartilhada como a comida na mesa e os afetos do coração. Isso a torna um lugar privilegiado para encontrar Jesus, que nos ama e quer o nosso bem, sempre”, disse.
Ao fim da celebração eucarística, antes do canto mariano Regina Caeli, típico do tempo litúrgico da Páscoa, o Papa dirigiu um pensamento especial às famílias em situações dolorosas: “Que a Virgem Maria abençoe as famílias e as apoie em suas dificuldades: Penso especialmente naqueles que estão sofrendo por causa da guerra no Oriente Médio, na Ucrânia e em outras partes do mundo. Que a Mãe de Deus nos ajude a caminhar juntos no caminho da paz.”