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Leão XIV: ‘Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos’

No domingo, 17, o Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa no Santuário de Santa Maria della Rotonda, em Albano Laziale, cidade vizinha a Castel Gandolfo. A celebração reuniu cerca de 110 pessoas, entre sacerdotes, paroquianos, colaboradores da Cáritas, acolhidos em casas de assistência, pessoas em situação de rua e participantes dos Centros de Escuta.

Na parte externa, numerosos fiéis acompanharam a liturgia por meio de um telão instalado na praça em frente ao Santuário.

Fotos: Vatican Media

CELEBRAR A VITÓRIA DE CRISTO

Na homilia, o Pontífice refletiu sobre o dom do domingo, dia da Ressurreição, em que os cristãos experimentam a vitória de Cristo sobre a morte:

“Cada um de nós vem à igreja com alguns cansaços e medos – às vezes pequenos, outras vezes grandes – e imediatamente sentimo-nos menos sozinhos, estamos juntos e encontramos a Palavra e o Corpo de Cristo. Deste modo, o nosso coração recebe uma vida que vai para além da morte. É o Espírito Santo, o Espírito do Ressuscitado, que faz isto entre nós e em nós, silenciosamente, domingo após domingo, dia após dia.”

Ao falar do antigo santuário de Santa Maria della Rotonda, cuja forma circular recorda o abraço de Deus, o Papa ressaltou a experiência de acolhida que a Igreja deve transmitir: “A nossa pobreza, a nossa vulnerabilidade e, sobretudo, os fracassos pelos quais podemos ser desprezados e julgados […] são finalmente acolhidos na doce força de Deus, um amor sem arestas e incondicional”.

Em seguida, detendo-se ao Evangelho proposto pela liturgia do XX Domingo do Tempo Comum, o Santo Padre destacou que a paz de Cristo não é a mesma oferecida pelo mundo “Jesus precisa de nos dizer: ‘Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!’. […] É a decisão de não viver já para nós mesmos, de levar o fogo ao mundo. Não o fogo das armas, nem o das palavras que queimam os outros. Não. Mas o fogo do amor, que se inclina e serve, que opõe à indiferença o cuidado e à prepotência a mansidão”.

É PRECISO DERRUBAR OS MUROS

Leão XIV agradeceu, em conjunto com o Bispo de Albano, Dom Vincenzo, o empenho da Diocese em servir os pobres, como um testemunho de comunhão e igualdade dentro da Igreja.

“Somos a Igreja do Senhor, uma Igreja de pobres, todos preciosos, todos sujeitos, cada um portador de uma Palavra singular de Deus. Cada um é um dom para os outros. Derrubemos os muros.”

ACOLHER SEMPRE O SENHOR

Na conclusão da homilia, o Pontífice convidou a comunidade a não afastar Cristo da vida cotidiana: “Não deixemos o Senhor fora das nossas igrejas, das nossas casas e da nossa vida. Em vez disso, deixemo-Lo entrar nos pobres e, então, faremos as pazes também com a nossa pobreza, aquela que tememos e negamos quando buscamos a todo custo tranquilidade e segurança.”

Por fim, o Papa confiou os frutos da celebração à intercessão da Virgem Maria, venerada como Santa Maria della Rotonda, pedindo que o Espírito Santo transforme os corações e renove a Igreja como verdadeiro Corpo de Cristo.

No Ofertório, os dons foram apresentados por acolhidos das casas de assistência, entre eles uma família de origem peruana, acompanhados por representantes da Cáritas. Ao término da Missa, o Pontífice saudou os pobres e os voluntários presentes.

ALMOÇO COM OS POBRES

Após a oração do Angelus, o Papa Leão XIV participou de um almoço no Borgo Laudato si’, em Castel Gandolfo, no “Pavilhão do Repouso”, junto a cerca de 110 pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre acolhidos de casas de assistência, moradores de rua e usuários dos Centros de Escuta.

Também participaram o Cardeal Fabio Baggio, Subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, e o Bispo de Albano, Dom Vincenzo Viva, além das autoridades civis locais, representantes da Cáritas, incluindo sacerdotes e religiosas da diocese.

Ao chegar, o Santo Padre saudou os fiéis e expressou sua alegria por este momento: “Agradeço a todos da Cáritas Diocesana, ao bispo, por esta acolhida, por esta oportunidade de partilhar também em um lugar tão bonito, que nos faz lembrar da beleza da natureza, da criação, mas que também nos leva a refletir que a criatura mais bela é aquela criada à semelhança e e imagem de Deus, que somos todos nós”.

“Cada um de nós representa, nesse sentido, essa imagem divina, e é fundamental lembrarmos sempre que encontramos a presença de Deus em cada pessoa. Portanto, estar aqui reunidos nesta tarde, neste almoço, é viver junto a Deus, nesta comunhão e nesta fraternidade.”

O Papa também agradeceu a todos pela presença. e ao pedir a bênção do Senhor sobre alimentos, rezou por “todos aqueles que trabalharam para proporcionar este almoço possível, como uma bela festa.”

O encontro foi promovido pela Diocese de Albano em colaboração com o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. O cardápio respeitou as tradições religiosas dos assistidos e incluiu pratos típicos da região, encerrando-se com a sobremesa preparada especialmente para a ocasião, chamada “Doce Leão”.

Antes do almoço, os convidados participaram de um aperitivo na sede da Caritas e, ao final como lembrança, receberam um chaveiro confeccionado pelas irmãs Clarissas de Albano.

Fonte: Vatican News

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