A memória litúrgica de São Joaquim e Sant’Ana, conhecida como “Dia dos Avós”, pelo fato de estes santos serem os avós de Jesus, levou o Papa Francisco a recordar os idosos no domingo, 26. “Quero convidar os jovens a realizar um gesto de ternura para com os idosos, sobretudo os sozinhos, nas casas e nas residências, que há tantos meses não veem suas pessoas queridas”, disse o Papa, referindo-se à pandemia de COVID-19, após a oração do Angelus.
Grande defensor do diálogo entre as gerações de jovens e pessoas idosas, o Papa convidou os mais jovens a “buscarem suas raízes”, pois “uma árvore destacada de sua raiz não cresce, não dá flores nem frutos”.
“Cada um desses idosos é um avô seu! Não os deixem sozinhos”, exortou. “Façam um telefonema, videochamada, enviem mensagens, escutem-nos e, onde possível, no respeito às normas sanitárias, vão encontrá-los.”
Há sete anos no Brasil
A data marcou também os sete anos da visita do Papa Francisco ao Brasil, em 2013, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) do Rio de Janeiro. Foi a primeira viagem internacional do então “novo Papa”, eleito em março daquele mesmo ano.
Em artigo no site Vatican News, o vice-diretor editorial do Vaticano, Alessandro Gisotti, recordou a ocasião, dizendo que o binômio “jovens e idosos”, mencionado na viagem, se tornaria recorrente para o Papa.
Gisotti afirmou que o “sonho” é o terreno de encontro entre jovens e idosos, na visão do Papa Francisco: os jovens têm a capacidade de abraçar os sonhos dos mais velhos e levá-los adiante. É preciso “defender os sonhos como se defendem os filhos”, disse Francisco, durante o Sínodo dos Bispos sobre os jovens, em 2018.
Conforme escreveu Gisotti, essa “visão de conjunto” é que raízes e sonhos são os pontos de encontro entre jovens e velhos. Frequentemente, o Papa Francisco cita a passagem bíblica do profeta Joel, capítulo 3, versículo 1: “Os vossos anciãos terão sonhos e os vossos jovens terão visões [e profetizarão]”.
“Se os jovens são chamados a abrir novas portas, os idosos têm as chaves”, disse Francisco, na missa de 2 de fevereiro de 2018. “Não há profecia sem memória nem memória sem profecia.”